PENSAR: O LIMBO DAS ESFERAS

Em linguagem artística – e nesta está assentada a nossa senda de atuação na Poesia – a lógica não funciona nem propõe respostas. O que importa realmente é que o receptor esteja disposto a mergulhar na proposta literária pela qual o sonho e a fantasia recriam o mundo convencional: o seu entorno de precárias e ásperas realidades, por vezes. A eterna arte propõe mudanças no humano ser para que ele venha a fazer as necessárias mudanças no plano do mundo fático. E aqui somos gatos extáticos (em êxtase!) à espreita do que poderá ocorrer: O OLHAR SOB O FOCO DAS RETINAS DO SENTIR, tal como se apresenta no meu texto “Retinas do sentir-se”, publicado em http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4696403 . Espero possas entender a proposta que o texto contém. Enfim, o real é um foco que não está em causa diretamente, porque a arte é de outro patamar – que não o da realidade. Poderás entender – talvez – que a Vida, a Poesia e a Filosofia não se entrelaçam nem se interseccionam... Todavia, atuam todas elas no limbo de suas esferas – como três moedas colocadas lado a lado – formando um triângulo central, a que poderíamos chamar de "O Absoluto"... É este amar imanente – desmesurado – que permite todas as criações para a construção da felicidade humana e o consequente bem-estar. Em Arte Poética, o fruir definitivo nunca é aquele que aparece à primeira observação. Um pequeno foco de luz pode adquirir a dimensão do sol, e uma simples janela pode ser um portal para o infinito. Sinal de que o olhar é o somatório de todos os sentidos. Para muito além do criador, ao talante do observador arguto ou não. Cada pessoa vê o mundo segundo o concebe...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/4700467