ARTE E TRANSFORMAÇÃO DO REAL

A Arte copia a vida. Se bem que nem todas as pessoas têm sensibilidade suficiente (e/ou entrega pessoal) para usufruir a proposta que a Arte sugere. Porém, a Arte não interfere diretamente no plano do real. Ela não possui esta destinação, de pronto, porque vivem em planos diferenciados. A Arte nasce e pervive no território fantasioso criado a partir da cabeça do agente. O decurso do tempo condiciona o ser humano ao mundo em que vive, para que o senso circunstancial transmute o real... É este cordão umbilical que dá vida à Arte é o próprio viver e seus condimentos. Em particular, a arte poética muda o conjunto de valores do ser humano, e este, se tiver talento, vontade – e quiser correr os riscos – transforma o mundo em que vive. O poeta nem sempre propõe o melhor para todos, mas sempre ao seu arbítrio, ou seja, como ele concebe o mundo. Curiosamente, o egocentrismo do “Eu” pode vir a construir a confraternidade como parâmetro viável para todos...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014.

http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/4672453