Dilma expressa sua vontade política: "esta será a copa das copas!"
 
É lastimável assistir ao entusiasmo da presidente Dilma com a realização da copa do mundo. “Esta será a copa das copas”, disse a presidenta, veemente e sorridente, aos dirigentes da FIFA. Porquanto, que sua vontade política vem mobilizando, desde o início de seu governo, todos os esforços para conseguir cumprir as exigências dessa organização. Os bancos públicos, BNDES e CEF, dispõem recursos para financiamentos de estádios e infraestruturas urbanas de baixa relevância, se comparadas às demandas de obras de hospitais, escolas e saneamento básico que urgem por todo país. “Vale tudo para alcançar o cumprimento do tenebroso desafio até junho de 2014”. Questionamos: Por que tamanha vontade política nunca foi mobilizada para realização das políticas públicas? Por que os aposentados estão sendo tão massacrados, com aposentadorias vergonhosas? Por que a educação e a saúde só recebem 8% do PIB? Por que a dívida pública brasileira já ultrapassa 2,2 trilhões de reais? Estas são questões que perpassam pelas mentes dos cidadãos, entretanto, passam bem distantes da consciência da presidenta e dos representantes políticos brasileiros. No entanto, assistimos o que é possível fazer quando se têm vontade política para determinada direção.
Está decisão pela realização da copa foi tomada à revelia do povo brasileiro, sem nenhuma consulta popular. E, se o povo gosta de futebol, isto não significa que apoia estas construções faraônicas, que abre mão da qualidade dos serviços públicos. Pois, sabemos que o retorno destes investimentos não é tão garantido, o quanto se propaga. E, as vidas que se perdem nos hospitais públicos não têm volta. Além disso, a inflação está corroendo os salários, os soterramentos continuam matando. O mercado está inflado com os recursos injetados pelo governo. Não obstante, o controle do imenso volume de dinheiro público distribuído na copa é muito complexo, o que facilita a corrupção. O pagamento dos juros da dívida pública, que já ultrapassa dois trilhões, está impedindo os investimentos públicos mais urgentes. Todavia, a FIFA, os bancos, e as empreiteiras, sempre ganham com as copas. Dessa forma, o governo priorizou um caminho de muitos riscos, porque muitos países que sediaram a copa não obtiveram o retorno esperado. Agora, o governo precisa conter despesas. Mas, a inflação está ascendendo, os salários estão defasados, os aposentados insatisfeitos, as políticas públicas beiram ao caos e clamam por melhorias urgentes. Conquanto, concluímos que a euforia da presidenta poderá ser um lamentável fiasco. E sua decisão alienada de realizar “a copa das copas” poderá custar caro aos brasileiros, e provocar grandes protestos.
Maria Amélia Thomaz
Enviado por Maria Amélia Thomaz em 27/01/2014
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