Lucro unitário Brasil
Tem sido consagrada a expressão “custo Brasil”, uma crítica aos altos impostos cobrados em nossas terras e que encarecem todos os nossos produtos, uma lástima. Não se explicita que tal fenômeno faz parte de outro, maior e ainda mais nefasto: o “lucro unitário Brasil”.
Por aqui todos acreditamos que cada produto deve ser vendido com lucro exorbitante. O modo capitalista sugere a produção em massa, barateando o produto, resultando em aumento nas vendas, redução do preço de produção e consequente aumento nos lucros. Em nossas terras queremos abocanhar tudo de uma vez.
Esse fenômeno constitui, de fato, uma faceta da característica mais marcante de nossa economia: a exclusão. A crueldade do fato decorre do seguinte: o preço do produto corresponde à remuneração do capital e do trabalho. Aumentar a parcela de lucro unitário corresponde, necessariamente, a reduzir a parcela do salário pago pela fabricação do produto.
Ávido por abocanhar imenso lucro em cada produto unitário, o brasileiro restringe a movimentação da economia do país: ganha-se muito com um único produto, pouco com o reduzido conjunto deles. E permanecemos estagnados.