PRÉ SAL E A EDUCAÇÃO
PRÉ-SAL E A EDUCAÇÃO
Respondendo a um comentário no meu WWW.recantodasletras.com.br
Eduardo... penso que deveríamos travar uma luta ferrenha na arena educacional do Brasil, com palavras e ações.
No momento, terça-feira última, li um artigo no Estadão, sobre a pretensão do Ministro da Educação, Mercadante, em direcionar os resultados econômicos do pré-sal para a Educação, em 100% dos recursos obtidos. Esse ministro que nada entende de Educação – é apenas um peão no tabuleiro de negócios do PT – fala em recursos financeiros, mas não negocia diretrizes para reverter situação caótica e de descaso do governo central, em que se encontra a Educação no País. Somos um país de analfabetos. Estamos em penúltimo lugar na escala da Unesco. Há necessidade de mudar totalmente o enfoque educacional.
O sindicato do professorado só sabe falar de aumento salarial para a classe, mas deveria falar e lutar pela qualidade do ensino. O ensino no Brasil é caótico. Os professores do Ensino Fundamental e do Ensino Médio mal dão conta de passar os ensinamentos da grade curricular às suas classes.
Os professores ( boa parte deles ) mal conseguem transmitir o conteúdo das disciplinas. Possuem apenas a graduação, e a graduação no magistério não os capacita a ministrar aulas de qualidade para crianças e adolescentes.
Em classes do ensino médio, o tratamento recebido pelo mestre deixa a desejar em razão do seu fraco desempenho em sala de aula. Os alunos não encontram respaldo em suas expectativas de conhecimento. Os vídeos games, ipods, celulares e outros meios de comunicação os suprem muito mais de informações do que a matemática, o português, ciências e outras tantas como são ministradas em classe.
Há que haver mudanças no ensino. Algo mais interessante deve ser ofertado aos alunos. Talvez até as mesmas disciplinas ensinadas de forma mais atrativa. O interesse da cúpula do Ensino deveria ser acionada para encontrar doutores em letras, professores e sociedade civil, para a solução de problemas do ensino em sala de aula.
Eu estou, há muitos anos, afastada do magistério. Portanto, modernamente, acredito que existam algumas formas de reverter o processo educacional brasileiro.
O aperfeiçoamento do magistério, através de programas de treinamento e a oferta, ou melhor, a obrigatoriedade do ingresso em cursos de pós-graduação, se torna urgente. Essa obrigatoriedade deveria ser uma das metas do governo com os recursos do pré-sal. Não se pode, a essa altura da carência endêmica de professores capacitados para o mister de ensino na rede pública e do ensino em todos os níveis sociais do magistério, esperar que somente os recursos financeiros e o aumento dos salários do professor dè conta das necessidades urgentes no Ensino. Há que se capacitar professores com pós-graduação para o enfrentamento dos problemas do Ensino no Brasil, pois os professores em classe tiveram os mesmos problemas de conhecimento que seus atuais alunos. A aplicação de verba ministerial no Ensino é fundamental. Creio que a elite do Ensino no Brasil em parceria com a sociedade civil estão devidamente capacitados para enfrentamento e solução dos problemas da freqüência e da evasão dos alunos da escola pública.
Vamos reuni-los, independentemente das cores das bandeiras políticas, e reverter esse “maldito” penúltimo lugar na escala da Educação da Unesco. O pior desempenho na América do Sul e o penúltimo no mundo civilizado.
O número absoluto de analfabetos chega a 18% de indivíduos adultos, no Brasil. São porcentagens vergonhosas do desempenho educacional brasileiro. É menos que medíocre.
O fracasso brasileiro na Educação é paralelo à incapacidade administrativa de suprir as necessidades básicas do cidadão brasileiro. Assim agindo, os dirigentes do povo os condena a continuar na penúria que os mantêm intocados, por séculos, à dominação das classes dominantes do país. Não há interesse em alfabetizá-los. Um povo analfabeto é um povo submisso. Um povo politizado reivindica. Cobra atitudes dos seus governantes. Não é isso que os dirigentes de alguns partidos políticos desejam. Um povo politizado não é a meta desses partidos de esquerda.
Temos um sistema educacional que não educa, um sistema previdenciário que não supre as necessidades de seus aposentados, um sistema médico que não funciona adequadamente. Mas temos os maiores salários e vantagens na área política, a mais vergonhosa arrecadação de impostos do mundo, as mulheres mais bonitas do planeta e o país que desconhece seus direitos e deveres. Por exemplo, os deveres: limpeza, reciclagem, educação familiar, baixos salários, pobreza e ignorância.
É vergonhoso a constatação de tais descalabros.
Pesquisando encontrei um programa “Todos Pela Educação”. É um movimento da sociedade civil pela melhora da Educação. Cumpre a entidade civil a cooperação na procura de soluções na sociedade. A sociedade traçou 5 metas as quais, sem saber anteriormente, venho postulando a mais de 15 anos:
1 – Formação e carreira do professor;
2 – Definição e expectativas de aprendizado;
3 - Uso relevante das avaliações externas das gestões educacionais;
4 – Aperfeiçoamento da gestão e da governança da Educação;
5 - Ampliação da exposição dos alunos à aprendizagem.
Acrescentaria mais 1 item: Preparo adequado do professor para o enfrentamento do caos reinante na Educação, às custas dos governos municipal, estadual e federal, mesmo porque, o salário de um professor primário e apenas “renda familiar”.
Esturato
06/10/2013