Ensaio II
O tempo escorre... e a vida segue... ininterruptamente! mais um ciclo se fecha e outro se abre, através dos sonhos que projetamos. Estamos enredados e dependurados nas teias virtuais, que encurtam ou estreitam velhos e novos laços. Assim, levamos uma boa parte do nosso - Dia - tentando nos conectar com o alheio - mesmo que esse alheio não faça parte integrante das nossas vidas.
Chegamos ao ponto de acumular numa lixeira virtual - uma gama de princípios e normas desagregadoras. Chegamos mais longe ainda, a um desespero, onde nos enclausuramos, paulatinamente, em redes infinitas... atabalhoadas e despropositais; ficamos horas... a fio... num inofensivo... pavio... a vida escorre... e não espera... reprises.
Relegamo-nos a viver usando rótulos, máscaras deprimentes, que mentem e escondem o nosso verdadeiro estágio de apenas "ser". Levamos inclusive, uma boa parte da nossa vida a visitar o quintal do outro - enquanto nossa casa, cara e projetos, ficam à mercê do improviso. Digo apenas: chegaremos ao final de uma linha sem ao menos termos tentado dar alguns primeiros passos.
Abaixo o improviso e às cópias carbonadas! Vamos dar asas à nossa imaginação e alçar, quem sabe outros voos... não tenho aqui a pretensão ditatórial, contudo, tenho a impressão real ou irreal das coisas como o são ou as vejo? em sua totalidade. Tenho por hábito, há algum tempo... dar margem aos meus sentidos e sentires; faço catarse ou procuro o insólito que está dentro ou fora de mim. Talvez, esta seja a razão geradora deste "ensaio". Acredito ainda na vida e na força que as coisas parecem ter - diante da força propulsora que comanda tudo e todos. Sou teleguiada por um sentimento bom - talvez pela minha coesão e clareza de como posso enxergar o mundo - mesmo usando uma lente espelhada... de grau acentuado! Não que isso me proporcione ver melhor ou ver menos, apenas preciso de mecanismos aglutinadores e de referência para tal premissa.
Seria talvez, uma dúvida cruel e mordente que me persegue; porquanto vejo mais além do que se está deveramente exposto. Portanto, nas redes que se estendem e se propagam por todo o planeta - evidencia-se um verdadeiro tratado, insensatamente firmado ou velado, na medida em que, há um ajustamento ou desajustamento planetário, onde o que se compra ou o que se cumpra, são na verdade, indicadores de outras plagas.
Há um disse me disse por toda a parte e mais ainda, há um descomprometimento quase nocivo em relação ao que se deve ou não incorporar no deu dia a dia; no blablablá diário virtual que se coaduna.
Criamos um portal ilusório de se estar fazendo vida (pena talvez), firmar esse acordo mal logrado.
Todavia, iremos atravessando aos pouco a ponte da amizade - hipocrisia talvez, pois, necessariamente, quebramos acordos. Somos obrigados muitas vezes a quebrar tratados na ordem implicada; bordamos novos vieses, e ponto a ponto, tecemos na roca do tempo de se fazer ou tecer quase nada. Jogamos com a vida; brincamos de fazer vida? não há outro espaço a ser mensurado ou dosado.
Perda de tempo também, no entanto corremos riscos e perdemos territórios. Tudo se consuma de fato como o é. Acreditar no amanhã talvez demande mais um pouquito de tempo! Esperar o tempo escorrer na gôndola e ver a areia fina do fio da nossa vida se esvair.
Quem sabe, acordaremos com outras premissas ou escolhas, pois a vida que segue... será sempre um novo desafio, mesmo partindo do velho. Olharemos de outra forma, contudo estaremos ainda embebidos de fulgores, que não são meus; aproprio-os desavisadamente, mas percebo que existe um outro eu além do nós - horizonte; cada qual com o seu cada qual, simples assim; basta ter olhos para ver e sentidos para se perceber o que estará por detrás de cada lente...
Apenas a florescência indicará novas teias, e, seguir os sonhos seria agora, talvez, uma necessidade básica de se conseguir mais vida... além do horizonte de cada ser que se forma ou se formou, através destas telas virtuais, que se corporificam, na linha do horizonte diamantino de cada um! A meta seria: seguir em frente... criando e perseguindo outros novos horizontes - mesmo que os frutos virtuais cheguem tardiamente!