O QUE É O AMOR?
Machuca? Não é amor.
Dói? Não é amor.
Fere? Não é amor.
Tira o sossego? Não é amor.
Não há liberdade de escolha? Não é amor.
Quem diz amar diz que precisa da pessoa amada para ser feliz? Não é amor, pois quem ama é feliz. Por isso, deseja a pessoa amada, para poder partilhar a própria felicidade.
Amor não é carência afetiva. Quem se sente carente deve fazer um trabalho de autoconhecimento. Amor não é brinquedo, nem coisa para pessoas imaturas. Somente quem é maduro afetivamente está preparado para vivenciar o amor. Primeiro, adquire-se maturidade afetiva. Depois, aprende-se a amar.
Amor não machuca, não dói: "É ferida que dói e não se sente", dizia o grande poeta da língua portuguesa.
Amor não fere. Amor é carinho, admiração, respeito, confiança, segurança, conhecimento de quem se ama.
Amor não tira o sossego. O amor nos deixa serenos, felizes, com vontade de partilhar a nossa serenidade, a nossa felicidade com quem amamos.
Quem ama vive em paz consigo mesmo.
Amar é querer mais amar do que ser amado, diz uma frase atribuída a São Francisco de Assis. É não se achar superior a quem se ama. É reconhecer as qualidades de quem amamos. É querer dar a quem se ama a oportunidade de sentir a plenitude do amor, mesmo sabendo que o amor humano não é perfeito. Mas Deus pode nos completar e nos ajudar a amar em plenitude.
Amor não é paixão. É compromisso com um projeto de vida. Paixão, originalmente, significa “sofrer”. O amor não sente sofrimento. A paixão vai embora. O amor fica. Quem ama pode até sofrer, mas não sente que está sofrendo. O amor é gratuidade.
Quem ama deixa a pessoa amada livre. Ora, o amor não é sentimento de posse. Amor é doação.
Quem ama compreende que a pessoa amada tem o direito de escolher o caminho que deve e pode trilhar.
O amor não acaba, ao contrário do que muitos pensam. Se acabar, não é amor. É um sentimento qualquer. Pois não se ama alguém por seus aspectos passageiros, mas pelo seu caráter, características essenciais, personalidade. Daí que os defeitos dos dois são oportunidades para os dois se conhecerem melhor, reconhecendo-se humanos e se relacionarem bem.
O amor “não busca os seus interesses”; o amor é “benigno”, como dizem as Sagradas Escrituras. O amor, então, não acaba, porque ele sempre desejará o bem da pessoa amada.
O amor surge a partir de um conhecimento recíproco, de afinidades. Por isso, a pessoa que ama sabe o que quer. A pessoa que ama conhece a pessoa amada. Quem ama ri das falhas e irritações da pessoa amada.
Certa vez, um grande amigo me disse: “Domingos, houve um momento na minha vida em que eu desejei ver zangada a pessoa que eu amo, porque eu só via essa pessoa contente. Um dia, então, ao chegar à casa dessa pessoa, eu a vi irritada com um irmão dela. Eu, então, fiquei muito contente, pois tive a certeza de que a pessoa que eu amo é verdadeiramente humana. Agradeci a Deus por isso”. Foi o que esse grande amigo me disse. São palavras de um grande amigo meu. Entende? Claro que sim!
Só é amor quando a razão e o coração caminham juntos. O amor nos ajuda a enxergar o que amamos. O amor não é cego. Amor é lucidez. O amor vê tudo, por isso “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, diz a Bíblia.
É Deus quem nos ajuda a descobrir o que é o amor, porque Deus é o Amor. Quem ama sabe o que quer. Quem ama aprende de Deus a amar.
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” (1 Coríntios 13:13)