UM TIPO DE SAUDADE HUMANA...

Nas toadas dos sertanejos viajava por entre os versos e os lamentos que refletiam a condição humana, a sede das notícias do manancial celeste. Tempo novo nas vivências das saudades... Esta ainda não conhecia...tem coisa que se conhece melhor no interior.

Imagina você, da cidade grande, dormir na saudade e na esperança de acordar e ver gotas caindo do céu, como se fossem pedaços de brilhante e que ao cair no chão transformam a superfície desta terra em preciosidades. Imagina, neste movimento a felicidade das andorinhas cortando o céu como que se brincasse de catar conchinhas na beira-mar... Parece que tudo se transforma em ouro, parece que tudo vira festa.

Os rios escondem as pedras, cachoeiras novas aparecem, as flores brotam nos vales, surgem os beija-flores... Até a onça vem beber água na beira do rio. Para nós viventes desta vida humana, coisas simples, como poder ver o brotar do alimento com a sustância da água das nuvens é uma grande alegria. Agora entendo o que diz a música “... Mas o lindo para mim é céu cinzento...” É como se fosse o anuncio estampado no céu de que tudo vem melhorar...

Sinto a falta de, no respirar, poder sentir o cheiro de ar molhado, e ver as singelas gotas de orvalho pousadas nas folhas que nascem do chão. É...esta saudade é nova para mim... Saudade de ver o brilho nos olhares dos que vendem o feijão e o milho, para da venda, comprar o pão e alimentar bem as crianças que precisam sorrir, correr, brincar... e estudar. Dá saudade até de ver a roupa se molhar no varal e das poças que fazem lama no meu quintal. Ê saudade!

Agora chove em mim, a saudade da água que cai do céu... e quando chover a água, quero está aqui, para molhar a minha sede e ver brotar do adubo da Saudade a Alegria em todos os quintais!

Aos amigos nordestinos

Meses sem chuva em Mucugê - Bahia