ADOLESCENTE... OUVIR É OURO, SERÁ?
Uma Psicóloga e um grupo de adolescentes, do sexo masculino e feminino, de idades variadas, entre 10 e 16 anos, resolveram se encontrar aos sábados(de 15 em 15 dias), para discutirem( conversar) sobre temas variados, como : Sexualidade,DST/AIDS, Comunicação e o Adolescente,Prevenção as Drogas, dentre outros.
Os encontros aconteciam conforme o idealizado, pelo grupo... Foi colocado em discussão o tema “ Comunicação”.
Para desenvolver a palestra, aquele grupo resolveu convidar uma profissional da área de comunicação, uma “Comunicóloga”. que trabalhava num jornal local.
A Comunicóloga, de estatura baixa e aparência bem jovem,
no grupo de adolescentes, se confundia com eles.... Isto facilitou consideravelmente a integração e o processo de projeção e identificação daqueles jovens.
Ao começar a Oficina , todo material Lúdico necessário já se encontrava no local. A jornalista (comunicóloga), entrega o conteúdo impresso, a cada um dos membros do grupo. O título do texto, objeto da reflexão: “Falar é Prata, Ouvir é Ouro”...
A forma de abordagem e desenvolvimento, seria apresentação oral simples, sem recursos áudio visuais complementares. O grupo discutiria, verbalizando o assunto com os companheiros, sem mediação da palestrante... Depois se expressariam com desenhos e narrativas escritas as quais seriam recolhidas para fechamento das atividades, com retorno adequado aos resultados, que os adolescentes conseguissem expressar.
A dinâmica foi aplicada com êxito e os trabalhos foram recolhidos... Um dos trabalhos entregues, foi um desenho feito em cartolina... Uma figura de um homem vestido de terno e gravata... No lugar da cabeça, havia uma orelha maior que o corpo...
Não se tratava de uma falha na noção de proporcionalidade como se apresenta numa produção infantil... Não se tratava de falta de percepção de espaço... O adolescente dominava bem esses itens tanto na motricidade, quanto no domínio do espaço... O desenho chamou atenção, por ter sido muito bem feito, por um adolescente...
A palestra foi encerrada, com avaliações gerais, sem tecer-se considerações individuais, como é de costume nessas situações...
Mas... O que será que aquele jovem adolescente, de 14 anos apenas, desejava expressar, comunicar? Nessa fase da adolescência, onde os conflitos internos são intensos, os jovens sentem a necessidade de serem escutados pelos pais, professores, colegas, etc... Isto nem sempre ocorre...
Passados alguns meses, percebeu-se a ausência daquele jovem nas oficinas, nas reuniões com o grupo... Uma adolescente do grupo, assídua e participativa, passou a Coordenadora da equipe uma informação sobre aquele jovem...
O jovem, não resistiu a pressão de uma turma de usuários de drogas e se matou... Por que ele se integrou a este grupo? Porque essa turma o escutou. Fez com que ele se sentisse pertencente...
Aquele jovem estava desesperado para ser ouvido... Se tivesse tido a chance de ser escutado na família, por professores, por pessoas que o fizesse se sentir amado, no momento em que mais precisava, poderia ter conseguido superar a crise e se salvar do impiedoso mundo das drogas... Episódio triste, mas infelizmente comum, aos que se sentem desamparados, preteridos, esquecidos...
Participar da vida dos filhos é tarefa que não começa na adolescência... Esta é a época de consolidar o convívio participativo. Antes que aconteça o bloqueio, a perda da confiança de que existiria um real interesse dos pais. Se o filho entende que os pais se importam, aceitam a ajuda que lhe for oferecida.
Observar um comportamento mais diferente, um olhar de tristeza... Distante... As amizades... Substituir as cobranças exageradas revertendo a situação para... _ O que podemos fazer juntos, meu filho, ou filha?
O que podem fazer juntos, professores, psicólogos, familiares? Fica aqui a reflexão: É possível dedicar parte do nosso tempo para olhar, abraçar e conversar com nossos filhos?
Texto Inédito!
PROJETO: O ADOLESCENTE QUER SABER (Área da Psicologia do Adolescente).
Marize Morais- Psicóloga Clínica. João Pessoa (PB), 18.04.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998
Uma Psicóloga e um grupo de adolescentes, do sexo masculino e feminino, de idades variadas, entre 10 e 16 anos, resolveram se encontrar aos sábados(de 15 em 15 dias), para discutirem( conversar) sobre temas variados, como : Sexualidade,DST/AIDS, Comunicação e o Adolescente,Prevenção as Drogas, dentre outros.
Os encontros aconteciam conforme o idealizado, pelo grupo... Foi colocado em discussão o tema “ Comunicação”.
Para desenvolver a palestra, aquele grupo resolveu convidar uma profissional da área de comunicação, uma “Comunicóloga”. que trabalhava num jornal local.
A Comunicóloga, de estatura baixa e aparência bem jovem,
no grupo de adolescentes, se confundia com eles.... Isto facilitou consideravelmente a integração e o processo de projeção e identificação daqueles jovens.
Ao começar a Oficina , todo material Lúdico necessário já se encontrava no local. A jornalista (comunicóloga), entrega o conteúdo impresso, a cada um dos membros do grupo. O título do texto, objeto da reflexão: “Falar é Prata, Ouvir é Ouro”...
A forma de abordagem e desenvolvimento, seria apresentação oral simples, sem recursos áudio visuais complementares. O grupo discutiria, verbalizando o assunto com os companheiros, sem mediação da palestrante... Depois se expressariam com desenhos e narrativas escritas as quais seriam recolhidas para fechamento das atividades, com retorno adequado aos resultados, que os adolescentes conseguissem expressar.
A dinâmica foi aplicada com êxito e os trabalhos foram recolhidos... Um dos trabalhos entregues, foi um desenho feito em cartolina... Uma figura de um homem vestido de terno e gravata... No lugar da cabeça, havia uma orelha maior que o corpo...
Não se tratava de uma falha na noção de proporcionalidade como se apresenta numa produção infantil... Não se tratava de falta de percepção de espaço... O adolescente dominava bem esses itens tanto na motricidade, quanto no domínio do espaço... O desenho chamou atenção, por ter sido muito bem feito, por um adolescente...
A palestra foi encerrada, com avaliações gerais, sem tecer-se considerações individuais, como é de costume nessas situações...
Mas... O que será que aquele jovem adolescente, de 14 anos apenas, desejava expressar, comunicar? Nessa fase da adolescência, onde os conflitos internos são intensos, os jovens sentem a necessidade de serem escutados pelos pais, professores, colegas, etc... Isto nem sempre ocorre...
Passados alguns meses, percebeu-se a ausência daquele jovem nas oficinas, nas reuniões com o grupo... Uma adolescente do grupo, assídua e participativa, passou a Coordenadora da equipe uma informação sobre aquele jovem...
O jovem, não resistiu a pressão de uma turma de usuários de drogas e se matou... Por que ele se integrou a este grupo? Porque essa turma o escutou. Fez com que ele se sentisse pertencente...
Aquele jovem estava desesperado para ser ouvido... Se tivesse tido a chance de ser escutado na família, por professores, por pessoas que o fizesse se sentir amado, no momento em que mais precisava, poderia ter conseguido superar a crise e se salvar do impiedoso mundo das drogas... Episódio triste, mas infelizmente comum, aos que se sentem desamparados, preteridos, esquecidos...
Participar da vida dos filhos é tarefa que não começa na adolescência... Esta é a época de consolidar o convívio participativo. Antes que aconteça o bloqueio, a perda da confiança de que existiria um real interesse dos pais. Se o filho entende que os pais se importam, aceitam a ajuda que lhe for oferecida.
Observar um comportamento mais diferente, um olhar de tristeza... Distante... As amizades... Substituir as cobranças exageradas revertendo a situação para... _ O que podemos fazer juntos, meu filho, ou filha?
O que podem fazer juntos, professores, psicólogos, familiares? Fica aqui a reflexão: É possível dedicar parte do nosso tempo para olhar, abraçar e conversar com nossos filhos?
Texto Inédito!
PROJETO: O ADOLESCENTE QUER SABER (Área da Psicologia do Adolescente).
Marize Morais- Psicóloga Clínica. João Pessoa (PB), 18.04.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998