Por uma neofenomenologias da convivência pacífica dos povos e ecologia não utilitarista

Diante das atuais tendências contemporâneas ficamos circulando à busca de originalidade e novidade. Na verdade, depois dos gregos, é consenso quase comum que repetimos as grandes teses da filosofia grega e latina.

Se, de um lado, partimos sempre de um suporte ideológico; de outro, é ao nomear nosso suporte a posteriori estaríamos inovando o pensamento ou dando-lhe rupturas e continuidades históricas e filosóficas.

Nesse sentido, é que o estudo de retomada das filosofias da modernidade em contexto pós-moderno tão rico e fragmentário, pode-se gerenciar as lacunas com uma busca de certa ousadia e criatividade no refletir temas já abordados como luz para questão hoje nossas.

Por exemplo, a crítica social dos saberes na educação à luz das críticas às novas tecnologias é uma questão de nosso tempo.

Como tal, implica axiologicamente e em termos de nomeação ou classificação localizar nossas temáticas no contexto atual da filosofia da educação.

Por exemplo, como a escola deve agenciar os saberes em um mundo das imagens fragmentárias e inclusão de um público vasto e heterogêneo em termos de classes, grupos sociais, condições econômicas, gêneros diferentes, o universo plural de síndromes e dificuldades de aprendizagem...?

Não temos respostas prontas e nem os especialistas cujas postulações ainda estão em processo de diferenciação e metodologias de aferição de cada caso.

Hegel se preocupava com uma visão global da coruja de minerva como a emblemática personificação do filósofo atento ao espírito da Historicidade e - cabe ao espírito percorrer a história à busca da verdade.

Husserl encara o caminho dos fatos e acontecimentos em que o homem busca uma essência fugidia e volátil nos fenômenos que ocultam verdades... O significado ideal das coisas se postam na intuição aliada da razão - ambas sujeitas ao equívoco e a uma compreensão provisória de verdade...

Merleau-Ponty valoriza a percepção do corpo como condição de localização no mundo do sujeito como categoria sensorial e histórica. Eu sou o corpo meu. Pois pelo corpo percorro o mundo em que existo.

A partir dessas considerações, constituo uma busca pela neofenomenologia (pós-tudo é o que selecionamos?) como uma ramificação do conhecimento e da teoria afim. Diante da angústia existencial - tema de Santo Agostinho e dos existencialistas - agora temos uma ansiedade existencial e educacional metódica?

As novas tecnologias fazem parte desse novo cenário da sociedade global e nas sociedades alternativas como intercomunicação, diálogo como troca de experiências.

Nesse contexto, a filosofia e a espiritualidade se conjugam na busca de sentido e respostas ao desafio interposto pela escola crítica dos conteúdos e na legenda de imagens à luz da ética, depois de décadas de ditaduras, a opressão das minorias que continua com a era global, e o intrincado desconforto localista vive a tensão de sobreviver ante uma nacionalidade instrumental em crise, a lógica de mercados que gera desemprego e alienação na indústria cultural.

Apostamos na tecnologia como não atrelada ao mercado global e fragmentário, na autoconsciência coletiva de visão articulada dos saberes intersubjetivos compartilhados pela educação plural e respeito pela ecologia e pelas minorias e o uso sustentável dos bens e dos animais, nossos parceiros da vida.

Hoje as pessoas estão preferindo criar animais a ter filhos. Tamanho é o desafio de educar para a vida os seres humanos em que o cenário de desemprego, violência, drogas, alienação, paixões violentas do futebol matam igual e mais que as guerras e as doenças. O recurso de água sofrem contaminação em alto escala...

O lixo espacial se acumula na órbita da terra como a poluição provoca o aquecimento global e a morte de animais e pessoas.

A polêmica das células-tronco é alvo de economia inescrupulosa contra a vida de seres humanos. A placenta, cordão umbilical, órgão visceral valem mais que o corpo do embrião e do futuro bebê.

Sofremos do mal das idolatrias como Francis Bacon apregoava no século XVIII, convenhamos com os limites ideológicos de seu pensar ao idolatrar a ciência contra a metafísica medieval. Sabemos que a ciência e o progresso de F. Bacon e de A. Comte não foram tão perfeitos quanto queriam que fossem.

A educação deve ser para todos, mas não temos estruturas ou infraestruturas que acolham infelizmente a todos. Nem o professor é visto como polo catalizador de ensino, porque é marginalizado pelo ridículo salário diante dos enormes desafios que traz ao ombro e diante de contradições sistêmicas seculares na educação de base e até na universidade - espaços de socialização e aprendizagem interessantes.

Há cidadãos e jovens semianalfabetos e alfabetizados funcionalmente despreparados para as realidades da sociedade competitivamente tecnológica.

As manifestações de rua no mundo todo indicam uma necessidade de mudança de paradigmas na forma de governas e a democracia é gritante, embora marcadamente por tanta terrível corrupção dos poderes e autoridades.

Nessa neofenomenologia do mundo contemporâneo destaco os universos de emoção, conhecimento e tecnologia a serviço do ser humano e com a centralidade da ética e da ecologia.

A humanidade caminhou ligando momentos fortes de teodoxo, eudoxo, heterodoxo, autodoxo. Lutamos por uma sincronização de identidades com a busca de alteridade ética e ecológica e tecnológica humanizada.

Esse processo de autoconsciência hoje é compartilhado como desejo de vencer os preconceitos e medos a que estamos expostos com o uso irresponsável do poder, da tecnologia, do prazer (a indústria do lazer) e da manipulação ideológica midiática.

Contra as mídias, os povos investem em redes sociais de comunicabilidade de seus desejos e valores coletivos contra a corrupção.

A educação abraça o ideal de inclusão a todos...

Os sujeitos e os objetos se buscam no processo eticopedagógico não utilitarista contra a massificação e as ideologias negativas abordadas por Marx e outros.

Uma nova sociedade é o sonho da humanidade cansada e da natureza duramente instrumentalizada pela lógica do capitalismo e de socialismos centralizados - ambos gerando injustiça e morte, fome e corrupção.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 22/10/2013
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