Marx a favor de Marx

Defender Marx é muito mais que achar que qualquer protesto é salutar. Defender este autor, é olhar para o zelo também. Talvez a vida deste autor tenha sido diferente de algumas de suas idéias. Mas, suas idéias estão ai. E, são idéias interessantes. Embora, poucos o lêem. Muitos o defendem. E, são justamente aqueles que o defendem, que o menos conhecem.

Onde eu trabalho, se fala muito de Marx. Se motiva os alunos a se rebelarem, contra as normas vigentes. No entanto, se olharmos os conceitos de 'valor de uso' e 'valor de troca', veremos que o valor de uso corresponde àquilo que é realmente a necessidade da mercadoria. Um sapato, indepedente da cor, serve para calçar os pés. Somente para isso. Se é vermelho, branco, ou preto, já é por ideiais capitalistas. Isso significa que ao se comprar o sapato, não se está comprando apenas pela valor de uso, e sim pelo valor de troca. Marx está certíssimo. Realmente, as pessoas são alienadas. Elas não se preocupam apenas com a necessidade. Elas, estão fantasiadas pelo fetiche. O que Marx não sabia, é que isso não é ruim. Ao contrário: isso é bom.

É a mulher fantasiada de donzela, que atrai o homem. Mas, o homem vai ser alienado?! E, dai?! não é só a necessidade que importa. Quem vive de migalha, ferrado no mundo, é mendigo. Que usa a expressão, muitas vezes, teatral, para disfaçar sua miséria. Diz que o mundo não presta. Mas ele, quando tem a oportunidade de trabalhar, não corre atrás. Mesmo quando o país, nosso, por acaso, tem taxa de 6% de desemprego. Ou seja: o desemprego caiu muito. Mas, o mendigo estar lá na praça mendigando. Então, a culpa é do capitalismo?!

O valor de troca realmente é da ordem do fetiche; é da ordem da alienação. O problema é que o ser humano não vive apenas em função do mínimo. Não é somente um par de sandálias que alegra uma moça; ao contrário, ela quer se embelezar. Ela quer andar bem vestida. Ela quer, a variedade. Seu narcisismo lhe dar essa oportunidade. E, ela o busca. E o busca por ter fetiche, não o fetiche marxista; o fetiche freudiano, que é, no meu ponto de vista, mais interessante.

Então, o valor de uso, fazendo referência à Escola que trabalho, deveria servir para os alunos entrarem no eixo. Ou seja: respeitarem os mais velhos. Porque isso, corresponde também ao valor de uso. Aquilo que é o do reino da necessidade. Embora, os filhos possam sim, questionar os pais. Não se está lhes impedindo de isto fazer: apenas eles precisam fazer do lugar correto. Do lugar de filho. Do lugar de quem respeita as normas. Quem briga com as normas, e nunca trabalhou, não merece brilho; não merece respeito. Quem nunca fez nada pelo mundo, não pode falar que o mundo não presta.

Quem nunca fez nada pela Escola; não cumpre as regras; não dar aula e não ministra os conteúdos curriculares definidos em Lei, não pode falar mal do governo. Não pode dizer que os alunos não prestam. E, aqui, o valor de Uso de Marx, está sendo bem Utilizado. Não utilizado de maneira pragmática, conforme o próprio Marx questionou. O valor de uso está sendo utilizado no seu sentido definido pelo próprio autor. No sentido genuíno. Naquilo que é o essencial da coisa. Porque, as normas, servem para corroborar aquilo que Piaget chamou de Autonomia.

Autonomia não é somente brigar com tudo e todos. Autonomia serve também para aqueles que estão adaptados. Aqueles, que estão submetidos às regras; e, que, podem questionar o mundo, mas o fazem dentro do que se chama de pensamento critico. A crítica é importante. Mas, a obediência; o cumprimento das normas também é fundamental.

arrab xela
Enviado por arrab xela em 21/10/2013
Reeditado em 21/10/2013
Código do texto: T4535354
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