Teias
Noites solitárias...Pensamentos...Asas.
Vontades desfeitas em sonhos vagos;
Camadas sobrepostas de caminhos roubados;
Realidades sangrando nas noites escuras;
Luzes indiretas desfeitas na realidade do dia.
Desfaço dos sapatos na soleira da porta
e com pedaços de alegrias costuradas a alma,
voo descalço nas fantasias dos sonhos.
Busco na liberdade dos pensamentos;
sonhos concretizados na retina dos olhos cansados de olhar o horizonte.
Vejo sua chegada exausto dos caminhos para descansar em meus braços.
Acolho você em meus sonhos, acaricio seus cabelos e embalo seu corpo
buscando alcançar minha própria alma.
Amo como um anjo que chega para descansar suas asas
e num murmúrio de saudade vejo pela fresta da lembrança
uma paz na alma feliz pela jornada alcançada.
Desfaço solidão e me faço feliz, vislumbro delicadeza, alegria
e uma sensação de acalanto me embala;
Uma lágrima salta escorrendo pelo tempo a jogar-se no infinito
em um momento único de gratidão intensa,
como a certificar a vida vivida na retina da obscuridade
na luta diária pela perfeição da beleza atenta.
Na sofisticação do tecer da teia,
a aranha vislumbra o acordar da vida no sereno despertar do sol;
E em um único reflexo de sanidade recupero minha razão e volto a soleira da porta, calço meus sapatos recupero a razão, visto meu dia
e vou para um breve momento flertar com a vida.