Estava aqui pensando...

Uma vez mais, perdido em meus pensamentos, dentre tantos e outros tantos, pensei comigo: por que penso e por que penso tanto? Perguntas interessantes, carentes de resposta porém. Para algum filosofo, dotado de uma respeitável barbicha – perdido num passado não muito próximo - a resposta para as indagações de minha autoria seria: Cogito ergo sum, ou em sua forma completa Dubito, ergo cogito, ergo sum. Mas isso não faz sentido algum, faz? Afinal, antes que você pense em pensar sobre algum assunto é requisito básico que você exista. Concorda? - René discorda.

Pense comigo: se eu penso, e penso muito, portanto existo – não existo muito, caro leitor, só existo. Certo? Continuando: existindo eu posso pensar. Perfeito! Por fim, por que penso? Tendo isso em mãos, torna-se irrefutável afirmar que pensamos e existimos, mas qual a relação das duas ações – ou seriam reações? Somos seres pensantes, diriam. Quem diria?

Existem aqueles que não pensam, mas existem. Há, também, aqueles que existem, mas não pensam. Estamos entre a intersecção destes seres, presos em nossa existência pensante. Dito tudo isso, outra pergunta toma forma: porque nós, humanos, pensamos? Acho que te deixei confuso. Se existir é requisito básico para pensar, como pode um ser pensar e não existir? Eu me pergunto o mesmo. Espero que ao final deste ensaio consiga sanar tais dúvidas.

Desde sempre nos acostumamos a ouvir que somos humanos, logo pensamos. Mas essa afirmação é tão vazia quanto a teoria da Abiogênese. Darwin apelaria a evolução, à seleção natural para responder minha pergunta. Mas ainda assim, ninguém respondeu por que pensamos.

Entendo que pensar nada mais é do que algo que nos veio embutido, mas sem manual algum, para assim podermos saber como se usa essa tal dádiva. Caso exista um ser superior, tal com deus – sim, eu escrevi com letras minúsculas – tenho certeza de que ele – novamente, as minúsculas – se diverte todos os dias, aproveitando nossas vidas completamente perdidas, confusas e sem rumo. E por que? Porque pensamos! É passível de elogios – de um sádico para outro sádico – o dom que Deus nos deu. Na verdade, só nos foi dada a inteligência para que assim pudéssemos ficar confusos.

Fugindo do ponto de vista teológico da coisa – sempre polêmico – não consigo pensar em mais nada para pensar sobre o porque pensamos. Ao analisar sob o prisma biológico e voltando ao nosso querido Darwin, ele foi correto, ao postular que, de acordo com a seleção natural, nós, seres humanos, fomos o ser mais desenvolvido intelectualmente e, por isso, tivemos instintos, ferramentas e norral para sobrevivermos. Mas, por que, de fato, pensamos?

Seria imensamente intrigante conhecer todas as sinapses nervosas que atuam em nossa caixa craniana. Neurologicamente, podemos estudar todas as relações nervosas que desempenhamos ao pensar. Poderíamos, até, descobrir como e de onde elas surgem. Mas ainda assim, ninguém respondeu por que pensamos.

Fisicamente, podemos considerar as características e sutilezas do pensamento, ou seja, ao admitir que ele possui massa e energia, transformamos-o em matéria. Logo, ele assume valores e grandezas físicas no mundo físico, tais como espaço, velocidade, direção, sentido, potência, voltagem e muitas e muitas outras. Talvez a Dinâmica física lhe explique imensamente melhor do que eu, caro leitor. Mas ainda assim, ninguém respondeu por que pensamos.

Ao pensar desta maneira sobre o pensamento chegamos - ou chego - a seguinte conclusão. Se o ato de pensar, gera um pensamento - pensamento este que possui massa, velocidade, espaço - presente no mundo físico, nós, seres humanos, temos a capacidade, muitas vezes involuntária, de criar matéria. É de conhecimento popular que se pensamos positivo, estamos materializando e mentalizando objetos, sensações, escolhas e energias positivas. Se pensamos negativo, o mesmo acontece.

E abruptamente descobrimos que temos a capacidade de interferir no mundo físico somente com a força do pensamento. Uma revolução! Uma reformulação na maneira que pensamos sobre nós mesmos e sobre os pensamentos. Pensando sob esse prisma, outras muitas indagações são formuladas. Se conseguimos criar, a partir de um pensamento, uma partícula que possui massa, velocidade, sentido, forças? Conseguíramos nós, reles mortais, dar vida a outro ser? Assim como Deus fizera há milênios?

Se a resposta for sim, podemos concluir duas hipóteses. A primeira, Deus é, nada mais nada menos, um ser humano capaz de manipular, controlar e direcionar sua força de pensamento. Tamanha destreza, ele- minúsculas- criou Adão, e de resto nós já estamos familiarizados. A segunda hipótese, ainda mais subversiva, é que nos considera - inclusive você leitor - um deus. A única diferença entre você e Ele reside na consciência desse poder mental que possuímos. Desta forma, somos todos deuses. Todos Deuses. Pense nisso!

Hugo Aruom
Enviado por Hugo Aruom em 09/10/2013
Código do texto: T4518210
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