PIEGAS É DEIXAR PARA DEPOIS!

Hoje parei para observar o tempo: já estamos em outubro de dois mil e treze e parece que foi ontem que todo o mundo aguardava ansiosamente o bug do milênio.

Mais um pouquinho e já será Natal novamente.

E por falar em Natal, fato é que durante a vida renascemos todos os dias.

Eu por exemplo,naquela passagem para o ano dois mil, prometi a mim mesma que faria várias atividades em prol do meu novo tempo, todavia, temos o grave defeito de deixar muitas coisas importantes do agora tão desejado para muitos depois. algo improvisdos.

Fato é que corremos o risco do depois...depois passar por nós gargalhando do que não fizemos em nome dele, sem sequer enxergá-lo logo ali.

Como todos percebemos o mundo não acabou, todavia se transformou a toque de caixa e nesse sentido o fim do mundo pode ser holisticamente questionado ou até conceituado como ocorrido.

Eu não sei se os que me lêem sentem assim, mas ultimamente o tempo voa bem mais depressa, parece desafiar cada um dos nossos segundos a nos cochichar que seria algo piegas deixá-lo escapar para o genericamente depois.

Tenho aprendido que o melhor depois é sempre o aqui e o agora.

Um mero depois, depois do temporalmente agora, pode se tornar um depois obrigatoriamente o mesmo.

Hoje, os depois chegam tão depressa que chego à conclusão de que não temos sequer o direito de jogá-lo fora com aquilo que nada ou muito pouco se nos acrescenta.

Temos que sempre buscar o nosso melhor depois do imediato agora.

Ninguém merece o castigo de gastar sua oportunidade de tempo com a marca dum chocolate meia- boca.

É preciso saber degustar cada milésimo de segundo da vida, ainda que o chocolate seja meio amargo.

Com o tempo que chegou bem depois de tantos agoras aprendi que o maior sofrimento do ser humano é não saber buscar, viver muitos agoras errados sem a proatividade de se vislumbrar sequer a possibilidade dum melhor depois.

É como degustar dum sabor insípido...e gostar.

É nossa obrigação buscar pelos melhores sabores do todo que para cada um de nós diferentemente soa como os justos caminhos.

Seria injusto e aético conosco permanecer no que para nós julgamos o momento errado, no lugar errado, com tarefas erradas, com sonhos errados, com seres errados, com propostas erradas , com visões equivocadas do mundo que enxergamos e ainda acreditar ser feliz frente ao sentimento mais íntimo do auto- descaso que permeia o coração de todas as gentes, num momento singular de qualquer existência: o de que mais um ciclo se fecha para que novos horizontes se abram...

Procurar pelo melhor dos nossos inúmeros depois, de certa forma é ter coragem e maturidade de enxergar a necessidade dum "upgrade" aos nossos agoras incompletos, ocos, desfocados de propósitos..

É assim que um dia aprendemos que é por experiência única, pessoal e intransferível que as mudanças têm o seu fascínio...e o seu poder de reenergizar a vida.

E como é difícil enxergar e aceitar tantos agoras que precisam dum bug de transformações...dentro do nosso mundo tão atemporal...

Deve ser por isso que vira e mexe ouvimos dizer que felicidade é o poder escolher. Certo ou errado não importa...havemos de escolher sempre para pontuarmos ou não os nossos acertos..

Infeliz é o tudo que se despersonaliza no tempo que passa... sem sair do lugar.

Escolher ser feliz pressupõe a coragem de passar por percalços momentaneos, para depois quebrar paradigmas de si mesmo, aquelas algemas inconscientes que cegam o discernimento e nos atravancam o crescimento pessoal...e espiritual.

Quando temos a nós, temos tudo. Conclusão obviamente piegas?

Não, piegas é sempre nos deixar para bem depois que a vida passar...