Entre chocolates e mundos
Mundo mundo , já dizia Drumond , vasto mundo
Vasto mundo cheio de mundos , um em cada perna,
Um na branca, um na preta, na amarela.
Pra que tanto mundo meu deus ...
Se não fosse um mundo por perna , talvez o mundo fosse menor.
A esse mundo , não sei se é vasto
Só sei que é mundo.
Mas uma coisa não entendo ...
Se todo mundo tem seu mundo
para que o óculos e a barba?
Para quê, o bonde e o avião ?
Para quê tanta comunicação?
Pois é ... Sei não.
Só sei, que o quê eu sei ,
Todo mundo sabe,
Ao menos o meu, a sim , esse sabe.
A, sabe do chocolate que lambusa a menina,
É, aquela, a da tabacaria.
Aquela pequena.
Come , come, não para de comer.
Ah se da metafísica eu soubesse .
Mas não sei
Não sei nada.
Nunca saberei de nada.
Não posso saber de nada.
A parte isso , tenho todos os sonhos do meu mundo .
Fiz tanto de mim para que não soubessem .
Mas quem não sabe mais sou eu .
Esse mundo, tão vasto mundo .
Mas se é tão vasto porque são mundos?
Questões, questionamentos , perguntas, perguntas
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim
E a pequena , continua a comer chocolates?
Quem sabe?
Sabe deus, todos eles, ou nenhum deles,
se a metafísica explicaria um mundo como esse
Como esses...
Eu não deveria dizer
Mas esses chocolates
Esses mundos
Botam a gente louco como imundos
Imundos perdidos neste deserto de mundos.
Mundo, mundo vasto mundo
Mais vasto é meu coração.
Mundo, mundo vasto mundo eis ai minha solução.