POVO, POLÍTICA E PODER

Jaques Perpétuo recebe muito bem os cidadãos que vão se queixar em seu gabinete todos os dias, na Câmara de Vereadores de “Corruptolândia” _ pequeno município com pouco mais de 20.000 habitantes.

Eleito para seu 5° mandato, o vereador oferece cafezinho, distribui sorrisos, abraços, tapinhas nas costas e claro, promete mandar tapar todos os buracos existentes na rua do munícipe queixoso.

Já Tito Ganância, prefeito de Corruptolândia, é um assumido adepto do nepotismo. Colocou toda a parentalha dos Ganância para trabalhar na prefeitura, a começar pela primeira-dama, que ganhou a Secretaria da Educação.

No Brasil real, infelizmente não faltam exemplos como os da fictícia Corruptolândia, pois de modo geral, a classe política não costuma ter nenhum escrúpulo para chegar ao poder, e quando chegam fazem de tudo para tentar perpetuá-lo. Basta lembrarmo-nos da família Sarney no Maranhão, dos tucanos em São Paulo e dos petistas no governo federal.

Todos querem continuar sugando e exaurindo os seios da “mãe gentil”.

Uma reforma política séria poderia mudar esse panorama, mas há de se questionar: será que existe, por parte dos políticos, um interesse real em promover essa reforma?

Certamente que não, porque o poder é um grande excitador do orgulho humano, e este, agente obediente do egoísmo.

Portanto, antes de querermos levar adiante uma reforma política inócua, será necessário promover primeiro a reeducação no caráter da nação, pois em suma, o povo costuma eleger aqueles que se assemelham a ele em valores éticos e morais.

Se cobramos honestidade nos outros, devemos agir com honestidade também. Da mesma maneira, quem pede por justiça deve igualmente procurar ser justo. Assim cada povo tem o governo que faz por merecer.

Antes de começar a reclamar dos políticos, pense em quem você votou nas últimas eleições, e por que você votou nessa pessoa.

E mais uma vez fica aqui o convite: se você é um morador de Corruptolândia, venha conhecer o gabinete do vereador Jaques, e tomar aquele cafezinho.