Ensaio sobre o íntimo Eu.
Foi o fim daquelas auroras de cor estilhaçada.
E agora, que o horizonte se recompôs,
Onde escolherá pousar o meu coração?
Sob aquela sombra fria e silenciosa
Ou sob a relva fresca e ensolarada?
Eu olho no espelho e a tristeza não está mais lá
Ela não adorna mais meus cabelos
Nem pinta os meus lábios.
Eu olho no espelho e vejo a felicidade em botão
Como uma lua a brilhar em meu ventre
Como uma estrela a saltar da minha boca
Mas o que é felicidade, afinal?
De um lado, montanhas glacialmente belas
Com cumes alvos como a alma dos santos, contrastando
Com o negro da terra que aquece o coração.
Mas do outro lado há ainda uns montes
Desafiadoramente esplêndidos,
Inspirados no espectro do sol, eles desfilam
Em seus cimos os jardins da babilônia
Os amores da sétima arte
Emanando os perfumes de arrebóis dos apaixonados.
A natureza é o reflexo dos nossos sentimentos.
E eu me pergunto, o que é felicidade, afinal?