I - minha leitura da história - Ditadura / Democracia
Os governos Marechal Castelo Branco (1964-1967) e General Costa e Silva(1967-1969) os militares eram nomeados presidentes por um conselho de militares e eram subordinados a esse conselho. O conselho que determinava a elaborações de planos da ordem pública, na criação e fortalecimentos de Estatais e planos estratégicos de Guerra, como a criação da Usina Itaipu (havia desconfiança que a Argentina estava preparando uma bomba nuclear, daí a criação da Itaipu, além de ser uma importante usina geradora de energia elétrica era também uma arma poderosa contra a Argentina, basta abrir todas as comportas para alagar o território argentino). Já no governo do General Médici (1969-1974), este deu as costas ao conselho e governou como um ditador de fato. No governo, General Ernesto Geisel (1974-1979) o conselho volta um pouco a ativa mas, tornou-se apenas político com a forte presença do Irmão (acho que se chamava Gen. Euclides) do futuro presidente, nas questões políticas de redemocratização do país, como a preferência na lamentável escolha do General João Figueiredo (1979-1985) para o próximo presidente, derrotando o competente e mais preparado General Euler Bentes Monteiro, que tinha apoio da oposição (MDB-Ulisses Guimarães). No Poder, o General Figueiredo, despreza o conselho, a classe política e a sociedade civil em geral. Com a sua truculência, se recusa a entregar a faixa presidencial ao seu sucessor. De fato, ao recusar a entregar a faixa ao Sarney, considero como maior e o melhor ato de todo o seu governo.
Na estruturação Estatal do país, construções de Usinas Hidroelétrica, Estradas, Habitação (BNH) e outras, os conglomerados de Empresas das famílias de José Ermírio de Moraes, Camargo & Correa e dezenas de outras que apoiavam o governo militar, alavancaram graças a essa aproximação. Como também, empresas de outros civis no setor de comunicação, com as generosas concessões de rádios, TVs e jornais.
A oposição, MDB no final do governo do General Médici (1969-1974), soube utilizar muito bem os meios disponíveis para passar a população o seu descontentamento pela ditadura e pela derrota do Ulysses Guimarães, do MDB para o General Ernesto Geisel (1974-1979). A resposta mais significativa foi no estado de São Paulo com a vitória nas urnas de Oreste Quércia para o senado, derrotando por uma larga diferença, recorde na época, o candidato Carvalho Pinto, da arena.
Na época do bipartidarismos a ARENA era considerada por alguns críticos como um partido do "Sim Senhor" e o MBD, o chamado "manda brasa", o partido do "Sim". Parece que esse partido continua o mesmo, onde só foi acrescentada uma letra na legenda.
Nas pressões políticas do alto comando militar para a redemocratização do país, Geisel sofre forte influencia política com a pesada presença do Irmão do futuro presidente e, fecha o seu ciclo com a preferência na lamentável escolha do General Figueiredo (1979-1985) para o próximo presidente, derrotando o competente e mais preparado General Euler Bentes Monteiro, que tinha apoio da oposição (MDB-Ulisses Guimarães).
O homem escolhido para conduzir o país a democracia disse na cidade de Bauru-SP, numa feira agropecuária, que preferia o cheiro de cavalo ao do povo.
O truculento, atrapalhado, confuso e mal preparado Figueiredo que era contrário a idéia do alto comando militar de colocar o país nos trilhos democráticos, só não passou para a história como o maior ditador sanguinário porque o plano do rio-centro deu errado.
Nas festividades do primeiro de maio, no Rio, em 1981, o Show com vários artistas da MPB quase que foi palco de uma tragédia. Arquitetou-se um plano em que se colocaria a culpa nas ações terroristas, forças essas que estavam
totalmente enfraquecidas com as ascensões das manifestações sindicais em vias e praças públicas.
Fecharam todos os portões do estacionamento do rio-centro e uma bomba explodiria na subestação geradora de energia elétrica para o show. Na escuridão, a única saída seria a que levava ao estacionamento e nesse local explodiriam outras bombas. Felizmente, a operação de matança de milhares homens, mulheres e jovens só não teve sucesso porque uma bomba explodiu no colo de um militar que a transportava num carro Puma.
Figueiredo cada vez mais se perdia nas crises e no seu período quase que não houve um planejamento para entregar o país a democracia. Numa esperta manobra daquele que apoiava a ditadura, o dono do Maranhão (Sarney) e, por obra do destino, esse foi proclamado como o presidente civil da República Federativa do Brasil, pondo fim ao período militar. Daí, o processo democrático que foi muito mal planejado seguiu-se pior ainda na condução dessa nossa chamada democracia.