O exoterismo na iniciação maçônica
                 
    Toda iniciação carrega em si mesma um elemento de cultura social onde a mística se alia á tradição para criar um ambiente de sutileza, no qual o iniciado é levado a vivenciar uma experiência espiritual, na qual ele pode transcender da sua condição de profano e alcançar uma melhor compreensão dos segredos da natureza e da sua própria condição como ser humana.
Por isso, todo iniciado é um neófito, ou repiendário, no sentido de que ele é um novato naquela experiência e um receptáculo do conhecimento que lhe vai ser repassado. Néofito é a palavra grega que indica algo que foi plantado há pouco (neo; novo + phitós; planta); na mística própria das sociedades iniciáticas, trata-se de uma semente que é plantada na sua alma e deverá, a partir do momento de sua iniciação, começar sua marcha em busca da iluminação, à semelhança da semente que é lançada ao solo, e depois de um período de incubação, iniciar uma ascensão em direção ao sol.
O termo aprendiz, que usualmente se aplica ao maçom iniciante, é uma tradição derivada das antigas sociedades corporativas, nas quais o novato que era admitido para o aprendizado da profissão patrocinada por aquela corporação, era iniciado, . Essa disposição era patente especialmente entre os construtores de obras públicas e civis, como tais eram os pedreiros e arquitetos, classes profissionais que, desde as mais remotas civilizações que se tem notícia, já possuíam organizações corporativas para organizar o exercício da profissão e defender seus mercados. 
É possível que a maçonaria tenha emprestado dos profissionais de construção a sua liturgia, símbolos e boa parte da doutrina, por razões óbvias. Afinal, o ofício de construtor foi, entre as profissões que a sociedade humana criou, a que mais se identificou com a mística própria das tradições iniciáticas.
E isso se deu por dois bons motivos: um de ordem cultural, outro de caráter espiritual.  Em termos culturais, é próprio das sociedades corporativas a manutenção de um certo segredo em relação aos seus elementos de interesse profissional. Interessa aos membros desses colegiados a preservação de seus mercados, os segredos da sua profissão, a manutenção inter-pares de suas próprias conquistas tecnológicas, as quais, se vulgarizadas, perdem valor e geram, inclusive, o perigo de uma má utilização. Dessa forma se constroem os muros corporativos, quase sempre protegidos por uma linguagem própria, só inteligível aos próprios iniciados.[1]
 O objetivo espiritual está no fato de as edificações humanas estarem profundamente ligadas a um objetivo espiritual, já que as grandes contruções elaboradas pelas antigas civilizações se destinavam principalmente a prover moradas para os deuses e para o invólucro carnal do homem. Observa-se, entre os antigos povos, desde a mais remota antiguidade, que o ser humano gosta de construir suntuosas moradias, não só para o seu corpo em vida, como também para o seu cadáver. É próprio de todas as civilizações, construir para seus mortos, cidades com edifícios tão elaborados em sua arquitetura, quanto para os vivos. Aliás, das edificações humanas, são estas últimas as que sobrevivem por mais tempo. Exemplo disso são as piramides egípcias e as ruínas dos grandes templos da antiguidade clássica, as pimeiras construídas para abrigar os restos mortais dos seus reis, os segundos para honrar suas divindades. 
Destarte, o ofício do construtor sempre teve um caráter corporativo e sacro. Em todas as antigas civilizações havia um intenso apelo místico nas técnicas de construção desenvolvida pelos arquitetos desses povos. E por isso que nas ruínas dos monumentos que eles construiram para seus deuses e reis (ambos sócios da mesma concepção), ainda hoje é possível aquilatar o quanto essas construções e a arte dos profissionais que as construíram estava impregnada do espírito que as inspirou.

Há, nessas construções, uma aura de misticismo que se confunde com as técnicas profissionais nelas empregadas. Principalmente nos templos religiosos da antiguidade, quanto nas igrejas e mesquitas do período medieval, aflora uma atmofera de sacrosanto labor iniciático, que se nota na sutileza estrutural do conjunto , todo ele representando um formidável alfabeto de símbolos, que na verdade é um sistema de linguagem que tem muito a dizer aos iniciados.[2]
É certo que uma boa parte do simbolismo maçônico é proveniente de antigas tradições como os pitagóricos, os quais forneceram as bases do conhecimento arcano utilizado pelos profissionais dos antigos Collegia Fabrorum romanos. Desses os pedreiros medievais, construtores das igrejas góticas, obtiveram seus conhecimentos. Deriva desse fato a tradição que consagrou a antiga maçonaria, chamada operativa, como sendo a Arte Real, pois esta era uma manufatura que integrava o espírito religioso, feito para ligar o homem com a divindade, com o espírito da ciência, feito para o homem desenvolver na terra, a obra do Criador.[3]
 Assim, as sociedades que congregavam os antigos construtores, fossem arquitetos ou pedreiros, eram iniciáticas. Elas possuíam um segredo iniciático, que eram as técnicas da profissão, e a transmissão dos conhecimentos profissionais era feita de forma ritual e sistemática, assim como para a admissão de novos membros, que era sempre feita através de uma iniciação.
Isso implicava em um sistema de salvaguardas corporativas só encontráveis nas sociedades iniciáticas de caráter religioso. Destarte, somente certos membros de reconhecida competência e reputação podiam ser admitidos como “iniciados” na antiga maçonaria operativa, sendo estes chamados de “pedreiros livres”, (free-stone masons).  Os outros, simples trabalhadores    de construção eram os rough masons (pedreiros rudes).[4]
Assim, somente os free-stone masonsdetinham um "segredo" que era comunicado por iniciação aos seus aprendizes. Esse segredo era principalmente a ciência contida na arte de desenhar e construir as estruturas dos edifícios, arte essa que envolvia não só o conhecimento da geometria, mas também a técnica da construção, o conhecimento da ductibilidade e resistência dos materiais, a sua combinação, etc.. Sem um conhecimento dessa ordem os antigos pedreiros jamais poderiam ter construido edifícios com tanta beleza e resistência,  como são as igrejas medievais, cuja estrutura resistiu ao tempo e a destruição que as guerras e as intempéries naturais provocam nas obras humanas.
 
Evidentemente, hoje a iniciação maçônica é toda simbólica e não tem mais aquele caráter corporativo que existia nas antigas corporações dos pedreiros livres. Atualmente ela incorpora, além dos elementos herdados dessa tradição um caráter místico que tem mais a ver com as antigas iniciações nos Mistérios do que com os antigos profissionais da construção.
Começa pelo fato de que o simbolismo aplicado ao ritual de iniciação evoca mais o sentido escatológico do ato do que os interesses de uma corporação que já não tem mais segredos profissionais a preservar, mas sim uma tradição que ainda une e impressiona os espíritos que a cultivam.
A maçonaria é hoje uma tradição que integra elementos de esoterismo e corporativismo. Por isso conserva a iniciação como o mais significativo dos seus atos ritualísticos. Assim, os iniciados devem ser submetidos a provas simbólicas onde sua disposição e seu caráter, juntamente com suas condições pessoais de saúde, fortuna e relacionamento, são provadas e comprovadas através de uma pesquisa, realizada antes da sua aprovação como membro da Loja, e depois confirmada por um inquérito feito em Loja, na presença dos seus futuros Irmãos. Esse inquérito indaga a respeito das suas crenças, sua filosofia de vida, suas esperanças e suas idéias a respeito da Ordem na qual pretende entrar, e da sua disposição em cumprir os estatutos e regulamentos aos quais estará sujeito depois da sua iniciação.
Essa é a parte exotérica da iniciação, posta no ritual por força do caráter social e filosófico que a maçonaria assumiu depois da sua institucionalização como associação de pessoas com um propósito e uma finalidade definida. Nela é contemplada, principalmente os elementos sociais e morais que a Ordem releva e pretende preservar. A outra parte, aquela que impressiona e faz a maçonaria, ao mesmo tempo, ser tão atraente quanto misteriosa ao vulgo, é o caráter esotérico que existe na tradição por ela cultivada, e que se avulta, desde logo no  ritual de iniciação.        
 
               
Simbolismo dos Collegia Fabrorum, aplicado á maçonaria. Entre Dios y Vitruvio: magisterios primevos en arquitectura- José Manuel Prieto Gonzáles.  
                   

[1] É o que ocorre com a linguagem médica, por exemplo, cuja popularização poderia implicar em auto-medicação. Assim, a linguagem especifica da profissão é uma forma de proteção, não só do grupo que a desenvolve como da sociedade a que ela serve. 
[2] Veja-se, a esse respeito, a obra de Fulcanelli, O Mistério das Catedrais, Ed. Esfinge, Lisboa, Veja-se também, do mesmo autor A Morada dos Filófosos, Ed. Madras,
[3] Ver, a esse respeito René Gunón- Aperçur sur L’ iniciation-
[4] Jean Palou- Maçonaria Simbólica e Iniciatica- Ed. Pensamento, 1986

O esoterismo da iniciação maçônica
        
      Nada impressiona mais um neófito do que caráter esotérico que envolve a iniciação maçonica, pois nele se manteve o simbolismo dos antigos cerimoniais que celebravam os chamados Mistérios. Como se sabe, todas essas antigas tradições integravam uma espécie de jornada iniciática, onde o iniciando "morria" para uma vida anterior e "renascia" para uma nova. É nesse sentido que o candidato á maçom é submetido á uma “morte ritual”, representada pela sua imersão na “camara das reflexões”, onde ele encontra todos os símbolos dessa passagem pelo mundo dos mortos, experiência que ele terá que enfrentar para renascer, glorioso, para a luz que a maçonaria irá lhe conferir.
      Isso porque, como diz Mircea Eliade, todas as provas iniciáticas, de uma maneira geral, resumem um processo escatológico que simboliza a morte e o renascimento do homem, seja em que sistema de crenças for.[1] Mesmo o catolicismo, cuja doutrina sempre condenou abertamente todas as formulações rituais dos povos antigos, por considerá-las pagãs, não deixou de incorporar á sua liturgia diversos elementos de magia ritual, como o partilhamento da hóstia, os ritos da Paixão e Morte de Jesus, a Missa do Galo, etc. E nesse particular, também é interessante notar que alguns evangelhos gnósticos mostram um Jesus místico, praticando rituais de iniciação com seus discípulos. Nesse sentido, até a morte de Lázaro, descrito no Evangelho de São João, como um dos seus mais impressionantes milagres, teria sido, na verdade, um ato ritual para demonstrar aos seus discípulos o poder da sua doutrina de regeneração[2]
 
  Seja qual for a crença que uma pessoa professe, o que não se pode é ignorar o caráter arquetípico existente nos rituais de iniciação, particularmente aquele aplicado pelas sociedades iniciáticas e pelos grupos praticantes das artes e ofícios que, de algum modo, integraram em sua tradição algum elemento de esoterismo. Essa característica é observada por James Frazer em sua obra clássica “O Ramo de Ouro”, quando ele associa os ritos de iniciação praticados pelos povos antigos com os ciclos de produção da natureza, e daí a derivação que se faz, em termos simbólicos, para uma imitação animica desses processos. Frazer mostra que os mitos da criação, em todas as lendas antigas que versam sobre esse tema, têm uma mesma estrutura arquetípica. Então ele observa que a própria humanidade, e as sociedades que nela se formam, desenvolvem alguma noção psíquica desse processo e acabam criando alegorias, mitos, lendas e rituais que se destinam, de alguma forma, a recompô-los. Explica-se, dessa maneira, que a grande maioria das sociedades antigas tenham desenvolvido uma mitologia escatológica que utiliza a figura de um deus, ou um herói morto, que é regenerado por processos miraculosos, semelhante ao que a terra faz com a semente que nela é lançada. Esse ritual, tem, quase sempre, a função de emular, no espírito do povo, a energia que o mantém vivo como grupo e age como elemento catalisador dos influxos benéficos que esse herói, ou deus, pode prodigalizar ao povo que assim o homenageia.[3]
Esse tema estava presente em todas as antigas iniciações, desde os Mistérios de Ísis e Osíris, praticados pelos egípcios, quanto nos Misterios Eleusinos dos gregos.[4] E aparece, como vimos, também na doutrina do cristianismo, nos chamados Mistérios Cristãos, que se refere á Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, cujo simbolismo apresenta uma clara configuração nesse sentido, uma vez que é através do sangue de Cristo, derramado na cruz, que a humanidade "paga" a sua passagem de um  mundo profano para um mundo sagrado. 
Á iniciação representa, portanto, uma participação simbólica do neófito nesse processo regenerativo que a divindade, através da natureza, ensina ao homem. Ao praticar o ritual de iniciação, o homem, por imitação, penetra no âmago desse processo onde a sua condição de profano é abandonada e ele pode iniciar uma jornada que o conduzirá á regeneração. No simbolismo das doutrinas judaico-cristãs, o homem tornou profano quando praticou o pecado oririganl, pelo qual foi expulso do paraíso. Perdeu ali a sua condição de ser angélico(semelhante aos anjos) e ganhou com isso a condição de humano e mortal. Para voltar a essa condição ele devia, em seu espírito, efetuar uma "religação" com o mundo divino. Assim foram criadas as religiões(religião vem do verbo religare), como uma forma de efetuar essa religação. Cada povo desenvolveu a sua, e assim, aquilo que, no início devia ser um arquétipo comum a todos os povos, acabou se tornando um elemento separador entre eles. Não seria impróprio imaginar que a metáfora da Torre de Babel estivesse se referindo mais a esse fato do que propriamente a um fenômeno linguístico, o qual, considerando a história do desenvolvimento dos grupos humanos sobre a terra, seria difícil de ocorrer.
Voltando ao tema da iniciação, algo semelhante á uma regeneração pensavam obter os alquimistas ao tentar, em seus laboratórios, penetrar na “alma” da natureza para descobrir como ela trabalhava para produzir os metais. Com esse conhecimento eles acreditavam poder recombinar seus átomos e modificar suas estruturas, transformando metais comum em metais preciosos. Embora os alquimistas nunca tenham se constituido numa sociedade iniciática, pois eram, em sua maioria, pesquisadores solitários, sua arte, hermética por excelência, era iniciática. E o princípio que os impulsionava em suas pesquisas era exatamente a noção de que a vida e a morte, seja do universo físico, ou do universo espiritual, estão sujeitas a esse processo escatológico que está no cerne de toda doutrina iniciática.

 
                         
O alquimista e os quatro elementos: a simbologia da regeneração, obtida através da transmutação química.

Esse é, em síntese, o conteúdo esotérico da iniciação que se pratica na maçonaria.
E para o neófito que se inicia nos mistérios maçônicos, além do sentido escatológico da consumação de um processo de morte e ressureição, há ainda a idéia que se lhe inculca, de estar “ levantando templos à virtude e cavando masmorras ao vício”, expressão essa que indica o sentido moral que a prática da maçonaria deverá assumir para o iniciando.[5]    
 Depois, as "provas" a que ele será submetido em Loja, que consistem principalmente em “viagens” de integração junto aos quatro elementos da natureza (água, terra, fogo e água), que são reminiscências de antigos rituais, contém os mesmos elementos de simbologia utilizados pelos alquimistas em suas manipulações. Essas viagens, que são “ritos de purificação”, semelhantes ao que esses antigos discípulos de Hermes praticavam em sua "matéria prima", constituem parte indispensável em todas as iniciações, sendo encontrada até mesmo na história do povo de Israel, quando se iniciou na religião de Moisés. [6]
  Em seguida lhes são informadas algumas obrigações e posturas que ele deverá assumir como maçom e indagado se ele tem disposição e condições para honrar essas obrigações. Só após cumpridas toda essa liturgia poderá o iniciando fazer o seu juramento como maçom, cumprindo assim a tradição de toda sociedade iniciática, que é compartilhamento de um “segredo” ritual que dali para a frente lhe será comunicado aos poucos. Por isso é que, antes de neófito receber a “Luz” da iniciação, ele deve ser conservado vendado e no escuro, pois até então ele ainda é um profano.(um metal impuro).
  Cumprida todas essas etapas, o iniciando torna-se de fato um iniciado, recebendo, em presença dos Irmãos, a “Luz” da maçonaria, após o que ele é revestido com o avental do Aprendiz e está em condições de receber as suas primeiras instruções. (ouro alquímico).
  Eis assim, cumprida a tradição iniciática, que na maçonaria ainda encontra, nos diversos ritos e liturgias que eles desenvolvem, o ideal dessas antigas manifestações do espírito humano. Eles representam, como diz Van Gennep, a “porta de ingresso” do neófito, na sua passagem do mundo profano para o mundo sagrado.[7]
   Daí em diante, cada elevação de grau implicará num “rito de passagem”, na qual o iniciado subirá uma escada que lhe permitirá penetrar na esfera mais sutil do conhecimento universal.
[8]   
 
                                                      
 A torre de Babel- Enciclopédia       A pirâmide dos maias- Chichen Itza.
Barsa.                                                Foto do autor
 
 
                         
 
A noção de que o conhecimento sagrado se obtém subindo uma escada graduada é contemporânea das primeiras civilizações. Na imagem acima, o patriarcaJacó contempla, em sonhos, uma escada que vai do céu á terra, na qual anjos sobem e descem. É famosa Escada de Jacó, uma das principais alegorias maçônicas. Foto: Enciclopédia Barsa.


[1] Mircea Elíade- Iniciaciones Misticas- Ed. Taurus, Madri, 1958
[2]Os Evangelhos Gnósticos- Ed. Mercuryo- Organizado por Maria Helena Trica.
[3] George James Frazer, o Ramo de Ouro, Zahar Editores, São Paulo, 1986.
[4] Sobre os Mistérios Eleusinos e os Mistérios Egipcios e sua conexão com a Maçonaria, veja-se a nossa obra “Tesouro Arcano”, publicado pela Ed. Madras, 2013.
[5] Essa expressão significa que o ensinamento maçônico deverá proporcionar ao iniciado uma ferramenta para que ele aprimore seu caráter, adquirindo as virtudes estimadas pela doutrina maçônica e eliminando os vícios que porventura tiver.
[6] Veja-se a nossa obra “O Tesouro Arcano”, citada. Nessa obra mostramos que a jornada do povo de Israel pelo deserto, após o êxodo do Egito, foi na verdade uma jornada iniciática.  Nesse sentido, a passagem pelo Mar Vermelho, as colunas de fogo que antecediam o povo em sua marcha, os ventos do deserto, a terra seca do deserto, são elementos do ritual de iniciação ao qual os israelitas foram submetidos para serem admitidos na nova religião..
[7] Vann Gennep- Ritos de Passagem,Ed.Vozes, Petrópolis, 1974.
[8] Por isso, na maçonaria esse sistema de conhecimento é apelidado de “Escada de Jacó”.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 07/07/2013
Reeditado em 07/07/2013
Código do texto: T4375784
Classificação de conteúdo: seguro