FANTASIAS E INDAGAÇÕES

“És um amor muito antigo! Uma figura jurássica, uma saurinha gordinha de cola curta. Mas como tu és uma maga da palavra, tens direito a entrar com a porta fechada. Mas ela tem tramela... Tem fio dando curto-circuito pra tudo que é lado, apesar das tramelas. Tu tá ligadona...”. In A TEIA DINOSSÁURICA, 2013.

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

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Realmente, tens razão. O mundo é um parque de diversões, em que várias figuras jurássicas se digladiam incondicionalmente para medir forças. Produzem um encantamento, que enfeitiça não apenas àqueles mais próximos de sua existência, mas também a nova geração, que engatinha pelo labirinto do conhecimento, do estranhamento, da imaginação e do mistério que envolve o “viver”. Neste grande parque de dinossauros que ainda habitam a terra, travestidos das mais diversas patologias, nos deparamos com a magia da palavra. Aquela que suaviza, enterra, ameniza, provoca cólera, raiva, desafeto, ternura, frustração, amor... amor... amor! A palavra é como um feitiço, ela produz a sedução que encanta e também espanta. Neste mundo, por vezes troglodita, somos convidados a entrar, mas as portas se fecham, e quando a abrimos, há sempre uma tramela. Mesmo assim conhecer o outro lado pelo buraco da fechadura, ou usar a palavra como escudo também não é aconselhável, pois poderemos nos deparar com o silêncio de quem não se expõe no imaginário das incontáveis fantasias e indagações. Como lidar com as figuras jurássicas que nos provocam reflexão? O velho tempo que volta no novo assusta? É bem possível que não encontremos respostas a essas perguntas, mas indiscutivelmente: usar a palavra, que desarma, incentiva e esclarece, sempre será a chave que abrirá inúmeras portas, mesmo que essas possuam suas incontáveis tramelas.

– Do livro O IMORTAL ALÉM DE SI PRÓPRIO. Joaquim Moncks / Marilú Duarte, 2013.

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