A URGÊNCIA DO TRANSAR

“A urgência de transar é a tônica do jovem de falo empinado (talvez)... Desta sorte, nos poemas, só saem gostosas abobrinhas nascidas lá embaixo, onde moram os viscerais desejos... Os meus subiram há algum tempo, e agora ficam pairando na cuca, tentando levantar o peso de mais abaixo... Joaquim Moncks, in O CHUMBO, MAIS ABAIXO...”.

– Do livro A BABA DAS VIVÊNCIAS, 1978/2013.

http://www.recantodasletras.com.br/humor/4360777

– Marilú Duarte, em 02/07/2013, via e-mail:

A sexualidade é fonte de angústia e expectativa para o jovem que inicia a desvendar seus mistérios, exatamente por consequência da repressão (moralismo) ou por conta do “laissez-faire”, (deixai fazer, deixai ir, deixai passar). Ser livre é ser o que se quer ser, sem sucumbir aos desejos. Mas o que quer dizer ser livre para desejar? E afinal, o que quer realmente dizer a palavra mágica – desejo? Freud, em 1921, em sua obra “Em Psicologia de Grupo e Análise do Ego”, definiu a libido como a energia dos instintos que tem a ver com o amor. Para ele, a libido não está só relacionada com a sexualidade, mas também muito atuante em outras áreas da vida, como por exemplo, em atividades culturais, onde se percebe com nitidez, a sublimação da energia libidinosa apontada por Freud. A urgência do transar para o jovem nada mais é do que satisfazer suas necessidades ainda em formação, aplacar o vazio da solidão e o medo do “vir a ser”. Há toda uma angústia que se esvazia na concretude do desejo que se manifesta ainda em bebê, e que tenta sobreviver naquele mundo até então desconhecido. Portanto desejamos o que não temos e o que pode nos tornar mais completos, mas também desejamos tudo o que motiva e aplaca nossas ansiedades, provenientes por vezes, de conflitos não sublimados. Precisamos ter o desejo aliado à vontade. O desejo é anuência, e a vontade é o consentimento. Em todo o processo terapêutico e relacional, existem elementos estruturadores da vontade que nos libertam. É pela vontade de transcender os limites que entravam um desejo, que o indivíduo se supera, se transforma e se integra, construindo um novo olhar, aceitando a si e aos outros, com todas limitações e atributos. Marilú Duarte.

– Do livro O IMORTAL ALÉM DA PALAVRA. Joaquim Moncks / Marilú Duarte, 2013.

http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/4369462