Aos saudosos da Ditadura
As ditaduras instauradas no mundo na década de 60 correspondiam a um contexto de guerra fria e de luta na guerra do Vietnã.
Assim governos democráticos em quase todos os países da América Latina foram derrubados e substituidos por ditaduras sob a tutela dos EUA.
A ditadura brasileira atendia a tais interesses, e foi uma das primeiras, em 1964. Depois vieram as ditaduras no Chile, 1973, na Argentina em 1976 e etc.
É claro que os parceiros americanos apoiaram os seus associados inundando o país com investimentos externos. Foi dessa forma que o Brasil fez o seu "milagre econômico", às custas de investimentos externos fartos e da expansão da capacidade produtiva das fábricas, de empreendimentos faraônicos como a estrada louca a "Transamazônica, uma estrada que levava nada a ninguém", da ponte Rio-Niterói, um empreendimento que custou uma fortuna e que enriqueceu muita gente fina da época, culminando com uma viagem desastrosa que o penúltimo ditador fez à Europa, onde assinou alguns acordos absolutamente lesivos aos interesses do país. Num deles criou um monstrengo chamado "Açominas", uma siderúrgica que estava fora do plano siderúrgico nacional e cujo único objetivo foi atender aos reclamos políticos dos mineiros, Aureliano Chaves à frente e comprar um alto-forno dos ingleses, e o outro acordo catastrófico, foi o Acordo Atõmico, com os alemães, onde adquiriu reatores atômicos anacrônicos que viriam a ser instalados em Angra dos Reis, reatores esses desnecessários, em vista dos projetos hidrelétricos que estavam por ser feitos.
Açominas, um desastre completo, os equipamentos caríssimos foram comprados e entregues e ficaram apodrecendo ao ar livre, ninguém os colocou para funcionar.
Um outro projeto altamente duvidosos foi Carajás e a estrada de ferro usada para carregar o minério para o porto.
Enfim, o Brasil acordou do milagre com uma dívida externa enorme, que jogou o país nos braços da hipérinflação que só agora conseguimos dominar. A corrupção durante a ditadura foi enorme, mas a imprensa não a noticiava.
Estima-se que de cada dólar que entrou no país 60 centavos podem ter se evaporarado nos bolsos dos corruptos. Mas tal dado não se comnseguirá saber com certeza. Os dados sumiram na poeira dos tempos, e quem estaria interessado numa CPI sobre fatos tão antigos?
Alguns políticos que ainda aí estão foram figuras proeminentes na ditadura, pessoas que foram ministros, governadores e prefeitos biônicos e que continuam na política.
Estranhamente os EUA, no governo Cárter, resolveu investir nos "direitos humanos", como uma forma de combater a ditadura soviética. A guerra do Vietnã já havia terminado com a derrota dos EUA, os problemas com os países do Oriente Médio ainda não tinham começado. E como defender direitos humanos com ditaduras em seu quintal? Logo os EUA retiraram o apoio às ditaduras da América do Sul. E elas foram caindo de maduras.
Assim as pessoas saudosas da ditadura, realmente não a conheceram. Acho que elas tem nostalgia de suas juventudes perdidas. Mas de ditadura e de democracia nada entendem. Na democracia, pelo menos temos a chance de trocar de 4 em 4 anos. Nas ditaduras temos que aguentar os mesmos corruptos e autoritários por trinta anos.
Quem quiser conhecer a história completa da Açominas pode ler aqui:
http://www.cedeplar.ufmg.br/diamantina2002/textos/D49.PDF
Quem quiser conhecer mais sobre Transamazônica veja aqui:
http://www.comciencia.br/200404/reportagens/07.shtml
Sobre o Acôrdo Atômico
http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=779
Sobre a política econômica da Ditadura
http://www.acervoditadura.rs.gov.br/economia.htm