Desassossegos
Há uma alegria contente florescendo desajeitada na alma carente.
Desassossegos aparentes fluindo das trevas da alma;
Sentimentos descontentes, desgastados, adquirindo certezas.
Caminhos lerdos andados por pés descalços feridos pelo tempo;
Solados de sapatos desintegrados por incontáveis desassossegos;
Passos surrados, doloridos, esfolados pelas pedras brutas sangrando a carne;
Trazendo esperanças nas bolhas feitas;
Adquirindo experiências no caminho da escolha.
Leve alegria sorrateira contagia e emerge dos meus sentidos.
Cheiro doce de pele de criança inocente e fresca.
Pura sutileza de água cristalina;
Sorriso matreiro de açucena em flor.
Sombras cambaleantes emergem com leveza;
Como traquinagem de criança com arapucas lotadas de doces;
Embolorando sonhos e encarcerando vidas.
Sentimentos verdadeiros e contraditórios;
Paradoxo no meu dia feliz.
Ouço minha razão e escuto meu coração.
Rotina de intuição mórbida dos tempos abandonados pelos sonhos;
Verdades escritas na carne e tatuadas na alma.
Mãos abertas à procura dos seus dedos.
Meus olhos febris suplicando seus desejos.
Vontades emergindo, rasgando e regando terras secas.
Semeando campos de sonhos colhendo sementes de vida.
Saudades de minha criança querida;
Sentada no banco da varanda olhando as estrelas colorindo o dia;
Sonhos de sonhos voltando pra casa;
Faço pacto de paz com minha dor e sorrio com gratidão.
E num lampejo de SANIDADE...
Um sorriso de amor surge! Sorrateiro no ventre de minha alma;
Acordando vontades felizes; trancadas...
Destravo cadeados...
Voo livre...
E vou ver o Sol.