VASTA SINTONIA

“Quando percebo que exsurgiu em mim o estado de felicidade, convivo com uma alegria diversificada, a mesma que te fez subir e descer escadas ao céu e terra, e a ficar com esse olhar de descobrir o mundo... E apreendes com avidez o que para mim não possui novidade, porém em ti formula-se como aquilo que é o Novo – o futuro prazeroso de viço e esperanças. Nós, queiramos que não, estamos a vibrar na mesma faixa, por isto a palavra sai fácil, em seu vestido de festa... Um daqueles longos: azul, branco ou vermelho, afrancesados de lirismo e gozo? No fundo, no fundo mesmo, sei que nada disso realmente importa... O que vale é andar e andar, rodopiar a canção tal uma bandeira ao vento... Viver uma lufada de brisa ou de perfume? Convidas-me à dança, ao compasso da orquestra do sentir?” Moncks, in A ORQUESTRA DO SENTIR.

– Do livro A FABRICAÇÃO DO REAL, 2013.

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O mundo é uma vasta sintonia de significados e de palavras sem substância. Cada um tempera ao seu modo, na intencionalidade narcísica de um gesto, palavra ou olhar. O paradoxo da escala musical, ascendente ou descendente na orquestra do sentir, são os conflitos que proliferam como bactérias, vertiginosamente, na equação psicodinâmica do SELF. Com elegância eles se desarticulam, destoam, quebram as regras e partem para a sua magistral produção. Sobem escadas, travestidos de Resistência, quebram regras camuflados de ternuras, carregando em sua perversidade todo o lixo do luxo da sedução. O que vale... é andar, buscar, encontrar, chegar ao pódio, e por fim, dançar no ritmo de um acelerado "ressignificar". Danças comigo? Marilú.

– Do livro O IMORTAL ALÉM DA PALAVRA. Joaquim Moncks / Marilú Duarte, 2013.

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