Travessia

O tempo passa arrastado pelos meus pensamentos;

Como ancora rasgando recifes procurando ancoradouro seguro.

Fazendo-me brincar com meus sentimentos,

Aguçando meus sentidos, revirando meus desejos.

Aterrorizando minha alma numa trajetória sem fim.

Fato consumado na rotina do dia.

Amores fadados ao fracasso.

Gueixa dos prazeres íntimos de sonhos adormecidos.

Realidades sufocadas nas manhãs dos meus dias.

Sou eterno recomeço com esperanças tatuadas na alma.

Travessia de tempos difíceis em direção ao sossego dos desassossegos.

Sou um pouco do nada que fui, soberana sabedoria consumindo fracassos;

Tecendo teias na memória do tempo, costurando vida em pedaços de sonhos.

Amores sentidos, desejos com gostos de saudades;

Sentimentos de abandonos trazidos na soleira da porta.

Tropeços de dores aliviadas com abraços de amores;

Lapidados como sopro divino no tempo perdido dos temores.

Sou água cravada na fonte jorrando vontades

Beijos e desejos aflorados na pele guardados na razão.

SOLANGE OLIVEIRA
Enviado por SOLANGE OLIVEIRA em 19/06/2013
Reeditado em 08/10/2021
Código do texto: T4349547
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