Desigualdade estrutural global

Apesar da atual crise econômica, escuto muitos relatos de pessoas que ainda afirmam que não existe esperança fora do sistema capitalista e que apesar dos problemas, a cartilha neoliberal deve ser o modelo hegemônico a ser seguido. Contudo, ao analisar alguns dados, percebemos rapidamente que as coisas não estão mil maravilhas. Não quero ser fatalista. Apesar de alguns avanços pontuais, como o recuo da pobreza e uma maior justiça distributiva em alguns países, há muito a ser feito diante de inúmeras injustiças sociais.

Algumas evidências – que podem ser mais gerais ou distintas em cada país – demonstram a permanência de uma monstruosa desigualdade global. Ainda hoje existe um abismo entre os ricos e pobres. Em função da colonização, neoliberalismo, má distribuição, entre outros aspectos, existe uma completa ausência de equilíbrio entre os países ricos do norte comparados com os menos desenvolvidos do sul. Certo ‘determinismo geográfico’ pode fazer com que o sujeito seja um bem nascido em um país ou um condenado da terra em algum acampamento de refugiados da guerra.

Dados das Nações Unidas demonstram o quanto é revoltante saber que as três pessoas mais ricas possuem mais do que o Produto Interno Bruto dos 48 países menos desenvolvidos do mundo. Além disso, 1 % dos mais ricos da população mundial possui mais renda que os 57% dos mais pobres. Uma discrepância brutal.

Ainda de acordo com as Nações Unidas, 800 milhões de pessoas estão desnutridas (embora existam outras fontes que apontem hoje para mais de um bilhão) e que dois terços são pobres. Entendendo pobreza como a incapacidade de conseguir, alimentos, vestimentas, abrigos e a satisfação de outros tipos de necessidade.

Outro dado revela que algo em torno de um quinto da população vai dormir com fome, um quarto não tem acesso a necessidades básicas e um terço vive em um estado de pobreza tão grande que minhas palavras perdem a capacidade de descrever. Em muitos lugares do mundo, as pessoas vivem em extrema estado de penúria, com menos de um dólar por dia.

Os dados em si, não conseguem fazer com que eu consiga imaginar o estado de penúria e sofrimento de cada uma de pessoas que são singulares, únicas e insubstituíveis. O pior de tudo é saber que tamanha desigualdade, está presente em um mundo transbordado de riquezas e de um aparato tecnológico que permite ao homem a chegar a lua, consegue e até mesmo ir muito além.

Postado originalmente no meu blog: http://tramasocial.wordpress.com/

Inã Cândido
Enviado por Inã Cândido em 16/06/2013
Reeditado em 16/06/2013
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