Rotina

Lá de fora a luz brilha no dia tranqüilo que passa a espera da noite.

Eu olho da janela de meus sonhos buscando realidades confundidas com esperanças que nunca morrem.

O sol a pino me encoraja nos delírios das realidades transformadas em fantasias pelo simples calor da espera.

Ouço murmúrios vindos do tempo e sons de ondas batendo lá no rochedo gritando pro mar.

Vontades não ditas pela força do silêncio comendo a alma, matando os desejos pela força do caminho, escondidos na realidade.

Sonhos, fantasias! Tudo se mistura num gosto amargo e doce como vinho degustado com prazeres e sensualidades.

Saudades dos tempos de acalantos embalados nos braços de mãe;

Sugando o leite das tetas sedenta do alimento doado pelo amor à vida;

Tempos esquecidos pelas rotinas dos dias passados ao longo dos caminhos.

Estradas pedregosas dilacerando os pés descalços;

Machucando a alma nos abandonos suplicando por paz.

Quero amor misturados com sonhos e realidades.

Tenho saudades dos desejos presos na solidão.

Sou um tempo esquecido no deserto de areia e escuridão.

Procuro realidade na razão das horas.

Convido-te a dançar na luz do meu dia.

Buscar vontades esquecidas no fim do horizonte.

Amores sentidos na alma com poderes recriados no renascer da aurora.

Sonhos de criança no corpo de mulher.

Confianças dos segredos revelados ao longo da trilha.

Amores e desejos movidos com esperanças.

Rotina tirana nos braços do tempo sugando meus sonhos.