VIOLÊNCIA: A ABSTINÊNCIA DA DROGADIÇÃO

Em tempos "drogaditos" meu título é filosoficamente "em tese".

Ainda ontem aqui em São Paulo, capital, um fenômeno social me chamou a atenção na oportunidade em que era noticiado pela televisão: enquanto um contingente de pessoas implorava pela cessação da violência urbana em surto epidêmico entre nós, outro contigente de pessoas pedia pela liberação da Cannabis (um fitogênero de três variedades de angiospermas), vulgo "erva santa", mais conhecida como "maconha".

Muito bem, em "tese sociológica", vou colocar o que sinto.

Existe um mito social muito perigoso quanto ao uso da tal "erva santa" que fundamenta sua liberação, a descaracterizar o seu lado nocivo.

Santa por quê? Longe de ser tão santa assim.

Há aqueles que defendem seu uso liberado com a ingênua argumentação, nada científica, de que a erva é inócua, na simplória fundamentação de que, inclusive, a Cannabis é usada com muitos fins medicinais e industriais, inclusive (cânhamo e óleos).

De fato é usada sim, assim como veneno de cobra, que mata, também o é, mas aqui vale um importante parêntese: toda medicação é droga mesmo que seja benéfica numa determinada situação de indicação científica.

Droga , por definição, é toda substância que em contato com funções orgânicas, seja por quais vias de administração forem, nelas produzem alterações dinâmicas biofarmacológicas...para o bem e para o mal do organismo.

Portanto, vale a definição mais simples de qualquer medicamento: todos eles são perigosas drogas, portanto se droga...é droga, tanto no sentido denotativo científico como no conotativo e/ou pejorativo do vocábulo.

Pois bem, havia lá na passeata um neurocientista defendendo o seu consumo "recreativo" liberado, eu o ouvi numa entrevista.

O que que vale dizer bem resumidamente é que, além da ação do principal princípio ativo da Cannabis, o Tetrahidrocanabinol-THC, sobre os receptores canabinóides B1, os relacionados coma a função neocortical, límbica, neurosensorial e neuromotora cerebral, cuja ciência estuda e relata todas as consequentes manifestações clínicas que advêm do seu estímulo nas esferas neuro, imuno, endócrinas e psicoemocional, (inclusive com a deflagração de surtos psicóticos graves e agitação psicomotora como os trantornos do pânico aterrorizantes cada vez mais prevalentes entre nós nos pronto- socorros e tudo a ocorrer nos indivíduos geneticamente mais susceptíveis à drogadição ou nos já algo adoentados emocionalmente), temos ainda o grande risco "sócio-cultural" (associado à miséria, ao abandono infantil, à deseducação, os baixos índices de IDH) que já identifica o uso da Cannabis como "ponte" para o consumo e combinação com as demais drogas tão destruidoras como o álcool, o êxtase, o LSD, a Cocaína, e hoje mais drastica e disseminadamente o Craque, de uso em idades cada vez mais precoces, caminhos de desgraça que quando milagrosamente vislumbram a ínfima possibilidade de volta da degradação humana quase sempre são caminhos muito difíceis,com altos custos sanitários (individuais e coletivos), financeiros e sociais.

É, portanto, o que vemos no nosso "surto de violência endêmica" que nos vitima a todos.

Drogadição já é uma gravíssima questão de saúde pública que impacta em vontades políticas certeiras e imediatas.

Porque além de tudo descrito temos a abstinência (fissura) que coloca o usuário em desespero psicótico para o consumo da droga, a cometer qualquer loucura hedionda para adiquirí-la e satisfazer sua necessidade mais premente de se drogar.

O desfecho dessa necessidade incontrolável é conseguir a droga...a qualquer custo para saciar a sua doença fissurante: furtos, roubos, assaltos, latrocínios, homicídios, ...suicídios, inclusive por acidentais overdoses.

É a drogadição a exterminar a tudo e a ameaçar a todos.

Assim, aqui em tese, explodem os casos de violência assustadoras nas grandes cidades, momento em que vemos legiões de seres drogaditos pelas ruas a desafiar qualquer política que os reencaminhem à dignidade humana e que controlem a ordem social.

Simltânea e paradoxalmente em tese, a sociedade então,roga pela paz e pede pelas drogas.

Aqui em São PAulo, realmente chegamos ao fundo do poço.

A internação compulsória é solução bem vinda , todavia, é a que palia o problema mais urgente pelo cume, posto que o nosso profundo e arraigado "iceberg" da drogadição, o que aniquila o social, é devastador.

Além de "drogaditos" nossos tempos também são "malditos".

É a degradação "do humano" em súplica pelo resgate da "humanidade" perdida.

Só por milagre...

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Seguem informes retirados da bibliografia e constantes na WEB.

Ações da Cannabis:

Efeitos no controle psicomotor

•Desajustes no controle e coordenação motora

•Redução da actividade psicomotora

•Alterações da percepção sensorial e temporal

•Perturbações da comunicação oral

•Inibição do movimento

Efeito cognitivos[editar]

•Dificuldades de concentração

•Distúrbios na memória a longo prazo

•Danos em todos os estágios da memória incluindo codificação, consolidação e recuperação

•Dificuldades de atenção

•Dificuldades de leitura em voz alta

•Diminuição da performance aritmética

•Efeitos amnésicos (relacionados com a inibição da liberação de neurotransmissores)

Efeitos psicóticos

•Euforia

•Sensação de bem-estar

•Sonolência

•Sedação

•Isolamento

•Imobilização

•Desordens psicóticas

•Síndromes de delírio e ansiedade

•Sentimento de pânico

•Despersonalização

•Aumento do apetite, marcadamente por alimentos doces

Efeitos físicos[editar]Os efeitos físicos do THC têm menor relevância que os efeitos comportamentais, excepto nas crianças que se intoxicam por acidente. Entre outros efeitos destacam-se:

•Taquicardia

•Aumento da pressão diastólica associada à diminuição do tónus paras-simpático

•Hipotensão ortostática (que causa tonturas e síncope)

•Hipossalivação e secura da boca

•Distúrbios de acomodação oftálmica e diminuição da reacção da pupila à luz

•Diminuição da secreção lacrimal

•Dores de cabeça, náuseas, vómitos

•Relaxamento muscular

Por causar perturbações na coordenação motora, na percepção e nas funções cognitivas e afectivas, o consumo de THC pode apresentar perigos na condução de automóveis, pilotagem de aviões e utilização de máquinas. Para um ser humano morrer devido a dose letal de tetraidrocanabinol seria necessario fumar 15.000 charros em 20 minutos

Toxicidade crônica:

O uso de Cannabis por longos períodos de tempo não está associado à morte de animais ou humanos, mas estão descritos diversos efeitos crónicos devido ao uso de Cannabis, efeitos estes que dependem da intensidade e duração do consumo.

Risco de fumar

O uso fumígeno de Cannabis está relacionado com a diminuição da capacidade de respiração durante o exercício físico, dificuldades respiratórias, produção de expectoração, tosse crónica. Note-se que esses sintomas não se devem exclusivamente ao THC; devem-se principalmente à inalação de produtos de combustão da Cannabis, incluindo hidrocarbonetos policíclicos mutagénicos, e compostos químicos como a amônia.

Efeitos psicóticos

Indução do aparecimento de psicoses devido à modulação das concentrações de dopamina por acção nos receptores CB1)

•Síndromes de confusão

•Depressão

•Ansiedade

Efeitos na função cognitiva[editar]

•Danos na memória

•Dificuldades de atenção

•Diminuição da capacidade para organizar e integrar informação complexa

•Possibilidade de adquirir esquizofrenia

Existe alguma controvérsia relativa à reversibilidade dos efeitos cognitivos: alguns estudos defendem que, após um período de abstinência, os sintomas são reversíveis; outros defendem que o consumo massivo de Cannabis está associado a danos irreversíveis na performance cognitiva.

Riscos do consumo na adolescência

•Mais efeitos tóxicos na saúde mental dos adolescentes do que em adultos

•Maior risco de depressões

•Efeitos mais pronunciados na performance cognitiva, nomeadamente no QI verbal

•Síndrome de “desmotivação”, caracterizado por apatia, retraimento social e dificuldades de concentração, o que implica consequências na performance académica

Efeitos na gravidez e desenvolvimento fetal[editar]Não está comprovado, mas pesquisas feitas por alto monstram que há um sutil risco de malformações fetais e de danos cognitivos (de 0% a 9%) devido ao consumo de Cannabis .[carece de fontes?]

Efeitos noutros órgãos

O consumo de Cannabis a longo prazo tem um impacto negativo em sistemas de órgãos incluindo o sistema imunitário e a circulação; entre outros efeitos destacam-se:

•Influência em processos hormonais por interagir com o eixo hipotálamo-hipófise

•Inibição da motilidade gástrica e do esvaziamento gástrico

•Aumento do risco da progressão da fibrose na hepatite C crónica

•Influência na resposta humoral e na resposta imunitária dos linfócitos T (estudos experimentais)

•Decréscimo na contagem de espermatozóides; inibição da reacção do acrossoma e diminuição da motilidade dos espermatozóides (estudos in vitro).

MAVI
Enviado por MAVI em 09/06/2013
Reeditado em 09/06/2013
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