"Emoçoes violentas"...

Aqui, não tenho a pretensão atributiva de delegar violência ás emoções, somente farei menção á quantidade de sentimento. Não considero, neste caso, se a violência tem origem na dotação instintual ou é secundaria ao estimulo ambiental externo. Fato é, que a violência, ainda que esteja relacionada á quantidade ou grau da ação, contribui para uma mudança qualitativa na emoção. Estas mudanças qualitativas fazem com que amor e ódio contenham laivos consideráveis de crueldade junto com um decréscimo (diminuição) na consideração pelo objeto. Neste caso, podemos pensar que tanto o amor quanto o ódio associam-se, com facilidade á falta de consideração para com a verdade e para com a vida.

Os homens primitivos conferem enorme importância – sob meu ponto de vista – aos atos psíquicos. Pode-se considerar esta atitude uma relação com o narcisismo. É levado em consideração (também) que em homens primitivos o processo de pensamento ainda esta extensamente sexualizado. Alguns estudos aceitam a possibilidade de que isto seja um dos motivos da crença na onipotência dos pensamentos e a crença inabalável do posicionamento do homem como sendo o centro do universo.

O exagero pode ser útil para esclarecer um problema, também pode parecer importante exagerar com o intuito de obter a atenção necessária... É importante ressaltar que uma emoção contida pode não ser capaz de tolerar descuido. Traduzindo: a emoção que não pode tolerar descuido aumenta de intensidade, ficando exagerada (mais e mais) para garantir atenção, e esta evacuação (da energia) reage violentamente. É a emoção quem diz, se a expressão é idealizadora ou denegridora.

O hiato entre a realidade e a personalidade (portadora de tal agressividade) é um aspecto da vida da qual alguns profissionais nominam de resistência. Resistência é algo que só fica manifesto quando a ameaça é o contato com o que se acredita ser real. “A resistência opera porque se teme que a realidade do objeto esteja iminente”. (Bion).

Em resumo: tornar consciente o inconsciente. Pois somente quando abandonamos pretensões á compreensão é que podemos ter acesso a algo que faz parte de nós. Pela “descoberta” e conscientização do inconsciente no sujeito será possível ver surgir diante dele (do sujeito) as bases subjetivas das emoções como produto acabado cuja origem não tem qualquer ideia. Mas dão ao sujeito, no campo da consciência, a ilusão da objetividade e da realidade...

Venusiapimentel/013