Alçando vôos

Às vezes necessito de tempo para entender o que vai ao meu coração.

Confundo desejos com sentimentos de outrora.

Sou pouco do que eu queria e muito do que desprezo;

Sou um amontoado de dúvidas e desejos...

Sou injusta, inacabada e intolerante.

Quero suas iniciativas e isso não posso ter.

Atar-me em minhas certezas e fazer acontecer.

Sentir-me segura com minhas vontades e meu querer.

Preciso urgentemente me amar e me comprometer.

Vontades insanas, despercebidas...

Busco eternidade nos braços do vento.

Canto de cotovia acordando o dia pela janela da alma;

Fantasio vontades não ditas nas tristezas dos dias.

Morro com vontade de viver e vivo com vontade de morrer.

Morrer do velho em constante busca do novo.

Busco sabedoria interna sufocando lágrimas que deveriam sorver a dor de se estar só.

Quero entendimentos de relações e amores comigo mesma;

Raivas e iras do meu tempo de desordem e inconstâncias da alma.

Percebo-me inquieta e devastada por ansiedades e encobertas por máscaras coladas na pele nos enrijecimentos das vontades, apagadas pelo medo de viver.

Não quero nada que não seja meu.

Quero tempo para sorrir;

Para correr entre labirintos de eternidade;

Sentir o prazer de viver pelas carícias de seus dedos macios.

Lançar-me no tempo da delicadeza, voar no espaço-tempo da alegria

e sentir a alma dançar na chuva com gosto de felicidade infinita.

Vejo-me cansada pelos minutos incrustados nas horas;

Sofro pelas promessas não cumpridas nos sonhos do dia.

Corro querendo alcançar o tempo nos minutos perdidos.

Ressurjo das cinzas quase sem fôlego e tiro forças das entranhas e alço vôo pra vida.

SOLANGE OLIVEIRA
Enviado por SOLANGE OLIVEIRA em 21/05/2013
Reeditado em 02/03/2023
Código do texto: T4301978
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