Alçando vôos
Às vezes necessito de tempo para entender o que vai ao meu coração.
Confundo desejos com sentimentos de outrora.
Sou pouco do que eu queria e muito do que desprezo;
Sou um amontoado de dúvidas e desejos...
Sou injusta, inacabada e intolerante.
Quero suas iniciativas e isso não posso ter.
Atar-me em minhas certezas e fazer acontecer.
Sentir-me segura com minhas vontades e meu querer.
Preciso urgentemente me amar e me comprometer.
Vontades insanas, despercebidas...
Busco eternidade nos braços do vento.
Canto de cotovia acordando o dia pela janela da alma;
Fantasio vontades não ditas nas tristezas dos dias.
Morro com vontade de viver e vivo com vontade de morrer.
Morrer do velho em constante busca do novo.
Busco sabedoria interna sufocando lágrimas que deveriam sorver a dor de se estar só.
Quero entendimentos de relações e amores comigo mesma;
Raivas e iras do meu tempo de desordem e inconstâncias da alma.
Percebo-me inquieta e devastada por ansiedades e encobertas por máscaras coladas na pele nos enrijecimentos das vontades, apagadas pelo medo de viver.
Não quero nada que não seja meu.
Quero tempo para sorrir;
Para correr entre labirintos de eternidade;
Sentir o prazer de viver pelas carícias de seus dedos macios.
Lançar-me no tempo da delicadeza, voar no espaço-tempo da alegria
e sentir a alma dançar na chuva com gosto de felicidade infinita.
Vejo-me cansada pelos minutos incrustados nas horas;
Sofro pelas promessas não cumpridas nos sonhos do dia.
Corro querendo alcançar o tempo nos minutos perdidos.
Ressurjo das cinzas quase sem fôlego e tiro forças das entranhas e alço vôo pra vida.