Qual a melhor? Por favor, me ajuuuudeeeeeeeeeeeem

Corria. Estava correndo a horas, talvez dias, semanas... Ele mesmo não poderia dizer com exatidão quanto tempo, quem sabe sua corrida durasse anos... O ar faltava, estava ofegante. Braços, costas e rosto suavam incessantemente. Quando por algum motivo ameaçava parar, ou simplesmente reduzir a velocidade, seu coração comprimia-se, como se alguma mão oculta estivesse a aperta-lo. A respiração ficava mais pesada, uma terrível angústia tomava-lhe a alma, sentia imensa vontade de gritar, de berrar a todo peito - tal qual o condenado que já não suporta o cárcere. Não é que sentisse melhor ao correr, mas esse ato, como que anestesiava sua dor. No caminho estreito que percorria não havia árvores. Não havia sombra. Não havia ninguém, somente um sol mau, do tipo que só se viu na Argélia, ardia ao longe. Não sabia que lugar era aquele, ou que caminhos até lá o conduziram e não saberia encontrar uma estrada que desse em algum lugar. Paulo, pois esse era o nome do rapaz (ou ao menos, o nome que condenaram-no a carregar quando criança) avistou de súbito, em sua frente, uma imensa floresta negra (talvez fossem arbustos). Pela primeira vez, sentiu algo novo... algo que não fosse cansaço... seu corpo todo tornara-se leve. Atirou-se, junto de suas últimas esperanças. E lá, segundo contam, se afogou, gritando antes: "Liberdade,Liberdade!"

Ou

Uma segunda mãe, um segundo lar. Casa de vó é sempre uma doçura, uma forma de alegrar o dia de quem vive só, açucarar a vida daquele que está sujeito a desolação. A descrição é perfeita, um leito para o romântico, o amadurecimento das convicções humanas e suas peripécias. É o lugar que faz o mundo ainda valer a pena.

Pode ser no frio, junto à neve escorrendo pela chaminé, ou ser calor, à frente de uma praia à céu azul e com coqueiros que arrefecem a dor de cada indivíduo. Seja como for, até Raul Pompéia escreveria “ O Ateneu “ com menor angústia ao se desinibir em ingenuidade de avó, sem a lascívia dos sexos contemporâneos.

Entre o portão e o quintal já se deduz um singelo ar de compaixão. Ao entrar pelos fundos, chocolate e mais doces, saudáveis para a alma, alarmam coração humano, em batimentos propensos ao encontro familiar. Uma verdadeira pompa.

Quando criança, bradava com ternura ao encontro de minha avó. Sempre, lembro-me até hoje, pois os grandes se lembram, alternava os passos, deixando-os com marca na garagem velhota, até, decorrente do amor, esmorecer nos braços de dona Rita – minha avó, meu escudo.

Não obstante de caráter antigo, são os avós que rejuvenescem o mundo.

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Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 08/05/2013
Código do texto: T4280886
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