DA EXPRESSÃO
Até o IV século da estatuária grega, a figura humana foi objeto de obras que se caracterizam pela ausência do trágico ou do dramático, do cômico ou do grotesco, expresso através do ritus facial. Exceção feita aos magistrais retratos esculpidos pelos egípcios, como o "Escriba acocorado" ou o "Sheik el Beled", em todas as demais realizações a figura humana aparecia como motivo de sentido plástico, valendo unicamente pela harmonia do corpo ou equilíbrio da atitude.
É fácil verificar que nas artes orientais as figuras eram desenhadas segundo certas normas ou princípios de índole acentuadamente convencional. Tudo indica que a preparação dos artistas obedecia a um processo mais ou menos codificado, pelo qual eles se orientavam no tratamento dos diversos assuntos. Assim é que, retirando lhes o ensejo de improvisar as soluções conforme os motivos a serem interpretados, prejudicava se a sua capacidade de observação e conseqüentemente o gosto pelo estudo da expressão fisionômica. As cabeças tornavam se inexpressivas, visto que o desenho dos seus elementos, olhos, nariz, boca, etc., era igual para todas as figuras, componentes de uma cena ou representadas isoladamente.
(* edição revisada do livro de Gerson Pinheiro, agora com o dedo de seu filho Luiz Otávio)