ESBOÇO DE UMA FILOSOFIA

Ajudem-me a escrever este livro, preciso de interação.

Geraldo Altoé

2005-12-09

PREFÁCIO

Encaro este trabalho como um manifesto de uma nova era filosófica, onde a visão do mundo deve ser repensada.

Fiquei muitos anos pensando se daria à luz este trabalho, tenho certeza da reação dos leitores, e tenho medo dela também. Também tenho conhecimento de que posso contribuir para que os seres humanos possam pensar que tirar a vida do semelhante não é coisa condenada por Deus; mas tive que botar essas idéias para fora. Esta obra deve servir como alimento que induz ao pensar, e só isso já seria válido.

Nada aqui é conclusivo. A filosofia é a ciência do estímulo, ela por si só não prova nada, portanto, a contestação é mais que necessária.

Estou na fase de fundamentação deste trabalho. As citações virão com as leituras e releituras que vou fazendo doravante.

Se este trabalho for para algum leitor uma goiaba bichada, lembre-se que haverá uma semente entre os bichos, e que pode ser aproveitada.

Sei que haverão erros, posto que ainda estou escrevendo este trabalho, e se submeto aos leitores é para debater a idéia, e não a forma.

Geraldo Altoé

09-12-2005

DO PORQUÊ DA CRIAÇÃO DO MUNDO, DOS SEUS MECANISMOS E DAS IDÉIAS DO CRIADOR.

Para que Deus teria criado o mundo?

A literatura mística nos leva a crer que o mundo foi criado para servir de local de purificação do homem; ou seja: o homem é recompensado na eternidade de acordo com as suas atitudes aqui na terra; cabe a ele definir sua vida transcendente.

Essa forma de ver o mundo surgiu, primeiro pelo sentimento religioso que é nato no ser humano, segundo pela convivência do homem com o bem e o mal. Para que o homem pudesse ser purificado, torna-se necessário a classificação das suas atitudes aqui na terra, e então aparece o pecado.

Mas o que é o pecado?

O homem na afã de regular atos da razão, inventou o pecado e a religião, esta, segundo voltaire, foi inventada para servir de freios aos crimes secretos, já que a lei, ainda segundo o filósofo, regula somente os crimes públicos. (1)

A verdade é que o homem ainda não sabe a verdadeira função do mundo, e qual é o objetivo divino com este, e em pleno desenvolvimento conserva raízes de uma cultura mística inventada ainda em uma sociedade primitiva, e presa a uma necessidade espiritual cega, porém, necessária até então.

Aqui nós não queremos julgar um mundo cego pela cultura milenar, mas tentar mostrar que já é chegada a hora de sabermos qual é a função da existência do mundo, e que nós vivemos aqui sob um total domínio de Deus. Não adianta falarmos em livre arbítrio, por exemplo, se estamos submetidos a um sistema cheio de mecanismos que guia toda a existência no mundo: Deus não disse aos animais para não comer seus dejetos, mas criou mecanismos como a instituição de um órgão capaz de rejeitar aquela substância. O nosso olfato é o que nos guia nesse caso. O certo é que, se você tenta ingerir seus dejetos e não consegue, o argumento do livre arbítrio cai por terra. Diante disso, podemos afirmar que há mecanismos em nós para que não nos matemos uns aos outros, e quando isto acontece, dispara em nós estes mecanismos para que controlemos estas atitudes. O fato de o homem criar leis faz parte no mecanismo divino, portanto, Deus age controlando estes atos com mecanismos que criou na sociedade para este fim. E se acontece mortes, por certo foi permitida por Deus, até mesmo para um controle sociotopográfico, já que a sobrevivência de um nicho ecológico está diretamente ligado aos seus suprimentos e área per capta, na falta destes, os próprios seres envolvidos buscam formas de auto controle, posto que o que importa para Deus é manter as espécies, e não o indivíduo: ¨ Pois que não é pelo indivíduo, mas unicamente pela espécie que a natureza se interessa, e é dela unicamente que estuda seriamente a conservação. (schopenhauer) (1). Senão vejamos: Deus criou formas de em uma guerra manter as crianças e as mulheres, e para que a falta dos homens não prejudicasse a procriação, transformou o homem em um ser capaz de fecundar várias mulheres por dia, quase que durante sua vida toda, a mulher por conseguinte, pode ter um filho por ano nos casos normais. Deus quis com isto que mesmo em caso de guerra a procriação não ficasse prejudicada. Podemos concluir daí que Deus, em criando mecanismos para que a guerra não comprometesse a procriação, criou a guerra também.

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Para que foi criado o mundo então?:

O mundo foi instituído para servir de local de criação de novos seres.

No decorrer de nosso raciocínio, tentaremos utilizar de mecanismos que facilitem nossa compreensão, como e o caso da escala efeito-causa-causador, onde estudamos a hereditariedade de caracteres nos efeitos, e os mecanismos que garantem o equilíbrio no ecossistema.

¨ Toda obra demonstra um obreiro ¨(Voltaire) (2). Bem, todo efeito contém caracteres de sua causa e do seu causador, senão vejamos: alguém constrói uma casa, logo, a casa passa a ser um efeito que, obrigatoriamente, contém caracteres da sua causa e do seu causador.

Suponhamos que não conhecêssemos o construtor de uma determinada casa, e teríamos que traçar o seu perfil através de sua criação. Bem, podemos dizer que a moradia é um efeito que tem por causa uma carência que, em se tornando efeito, tem por causa um vácuo, Logo, ascendendo na escala, encontramos um causador carente; ou seja, o construtor da casa fê-la para suprir uma carência sua, que pode ser a pele frágil aos agentes naturais, por exemplo. O vácuo seria a falta do atributo que originou a construção da casa.

Se ascendermos na escala podemos descobrir o por quê Deus deixou um vácuo no homem, o qual originou a construção da casa. Vejamos então: o vácuo é a causa da maleabilidade, que é a causa da adaptabilidade, que é a causa da globalização... Então fica assim, Deus, querendo globalizar o homem, fê-lo maleável para que ele próprio construísse sua proteção em qualquer lugar do globo, e esse fato é que permite o homem a se adaptar até mesmo no gelo. Se tivesse Deus feito o homem apropriado para uma região gelada, por exemplo, a globalização não seria possível, já que ele morreria no calor equatorial, ou vice versa.

A verdade é que o efeito carrega todas as características da sua causa que, por conseguinte, traz caracteres do seu causador. É o que podemos chamar de caracteres hereditários de causa e causador. porém, é mister que aprendamos a investigar a cadeia efeito-causa-causador.

Se tomarmos o exemplo dado, notaremos que o efeito é a moradia, onde a causa é, em última instância, um vácuo. Contudo, para se chegar ao causador, torna-se necessário montar uma cadeia onde a causa do último efeito se torna efeito da penúltima causa, que por sua vez se torna efeito da antepenúltima, até nos aproximarmos ao máximo do causador. Ficaria assim: O efeito moradia tem por causa o vácuo, que em se tornando efeito, tem por causa a carência, que, em se tornando efeito, tem por causa a substituição, que em se tornando efeito, tem por causa um mecanismo, que, em se tornando efeito, tem por causa a decisão de se excluir, que, em se tornando efeito, tem por causa a competência, que tem por causa a sabedoria, que tem por causa a consciência, que em se tornando efeito tem por causa a racionalidade. logo, conclui-se que o responsável pelo vácuo é racional. Ou ainda: a racionalidade possibilita a consciência, esta possibilita a sabedoria, que possibilita a competência, que possibilita a decisão de se excluir, que provoca o mecanismo, que possibilita a substituição, que possibilita a carência que gera o vácuo, que provoca a moradia. Conclui-se daí que a necessidade de o homem construir seu próprio abrigo foi um ato da razão, e não um fator aleatório, fato que desmente, a princípio, a teoria darwiniana que prega a evolução das espécies. Se fosse assim o homem não teria evoluído em um ambiente com características para sobreviver em outro. Seria um paradoxo afirmar que o homem evoluiu sobre os efeitos de uma região para viver em outra, por exemplo. Não podemos confundir adaptabilidade com evolucionismo. O evolucionismo transforma um ser em outro, e a adaptabilidade conserva a espécie adaptando-a a um determinado meio.

O mecanismo de investigação que ora apresento, funciona como o subir e descer de uma escada onde cada degrau, na medida que vamos caminhando, vai se tornando efeito ou causa do posterior. E para que entendamos melhor este mecanismo, vamos traçar o perfil do construtor de uma casa. ( Para nós aqui o construtor é também o idealizador e o utilizador da mesma.)

A porta da casa é um efeito que tem por causa uma necessidade de acesso, e este tem por causa a matéria, logo, o construtor da casa possui matéria. As paredes são um efeito que denuncia a causa fragilidade; logo o ser que construiu a casa possui a característica de ser frágil a determinadas situações. O tamanho da porta denuncia o tamanho estimado do construtor. Por fim, o perfil do nosso construtor pode ser o seguinte: Ele pensa racionalmente, porque sua obra foge das características do instinto, que é o de padronizar; ele se locomove, porque transportou de um lugar para outro a matéria prima, ele possui força, posto que a matéria empregada na sua obra possui peso; ele é constituído de matéria porque construiu um vão para si; ele é frágil a determinados fatores porque fez a casa como forma de proteção e abrigo para si; e etc. e além do perfil físico, conseguiremos, através do efeito, identificar o perfil intelectual do causador; senão vejamos: Podemos afirmar sem sombra de dúvida que o construtor pensou em fazer uma porta na casa, da mesma forma podemos dizer que ele pensou em fazer um telhado, pensou em quantidade de cômodo, localização do obra e etc. Logo, a obra traz também o grau intelectual do causador, saindo do instintivo para o racional. Portanto, o efeito racionalidade aparece no construtor quando inserimos este num contexto social, onde as ações são ordenadas e não padronizadas.

Um processo bastante parecido acontece com o mundo que é um efeito que tem seu causador e causa. E assim como a casa que tomamos para exemplo denuncia um perfil físico e intelectual do causador, o mundo denuncia esse perfil de Deus. Não conhecemos o construtor, mas a herança da sua construção física, a herança das suas necessidades e o que pensou estão visíveis na sua criação – Não conhecemos Deus mas a sua criação possui características suas.

Assim como nos servimos das partes que compõem a casa para formar um conjunto que justificasse o todo, nós procuraremos estudar cada fato e sua convergência para o motivo do mundo, ou para o perfil do seu Criador. E assim como a razão da casa é servir o homem, como uma espécie de carapuça que o complete para que ele se relacione com o ecossistema, a razão do mundo é servir de amparo à proliferação, que é o efeito que justifica a existência do mesmo; e em última instância podemos dizer que a causa do mundo é servir à criação de espíritos.

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Bem, vamos dividir o ecossistema em partes, onde cada parte tomada como efeito se convergirá para o causador nas trilhas dos caracteres hereditários de causa e causador. E comecemos pelo efeito proliferação na espécie humana.

O efeito proliferação tem por causa a reprodução, que em se tornando efeito tem por causa a concepção, que por sua vez tem por causa o ato sexual, que por sua vez tem por causa o prazer, que por sua vez tem por causa o estímulo, que por sua vez tem por causa a indução, que por sua vez tem por causa a exclusão; ou seja, Deus para se excluir do efeito proliferação induziu, através de um estímulo a um prazer para que o homem praticasse o sexo, para que houvesse a concepção, que proporcionasse a reprodução, para que houvesse a proliferação.

Então com esta cadeia chegamos à conclusão que Deus se excluiu do efeito proliferação, ou seja, ele criou mecanismos para que não precisasse continuar presente nestes acontecimentos.

Bem, vamos ao efeito ¨ mundo ¨ Não lhe parece, leitor, que a causa do mundo fora a necessidade de se criar meios para a reprodução dos seres ? E o efeito ¨autoproliferação ¨ dos seres denuncia a exclusão do Criador na atividade proliferar; baseado nisso podemos dizer que, se Deus não tivesse adotado um mecanismo para que os seres se autoproliferassem, teria Ele que ficar eternamente se ocupando nesse serviço, não acha?

Deus criou o mundo para que sua criação tivesse um lugar para a autoproliferação; por conseguinte, o efeito proliferação traz caracteres que denunciam a carência de seres (espíritos) em algum lugar, e o efeito carência denuncia que os seres originários da proliferação têm uma finalidade; e por conseguinte podemos concluir que, se Deus nos utiliza aqui para criar os seres dos quais precisa, também devemos ser úteis na eternidade.

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Creio que no exemplo anterior em que analisamos as heranças de um construtor de uma casa, não seja suficiente para entendermos a hereditariedade de caracteres do causador no efeito. Voltemos com outro exemplo semelhante: Tomemos agora uma ponte construída sobre um rio como efeito:

Comecemos analisando os caracteres que o possível construtor transmitiu para a sua obra: A ponte é um efeito que tem por causa uma limitação, logo, o causador da ponte tem limitações, não voa por exemplo; o atributo peso nos componentes do efeito, denuncia que o causador possui força; o efeito ponte denuncia que o causador tinha necessidade de locomoção, também denuncia que o causador não é anfíbio, denuncia que ele possui energia, que possui peso, que possui visão, que possui meios de prender objetos, etc. o artefato ao qual chamamos efeito, possui todos esses caracteres e mais uma infinidade de outros que são heranças do causador na causa. E assim, embora não conhecendo o construtor do artefato, podemos afirmar que ele pensou em fazer uma ponte, podemos afirmar que ele tinha limitações, que era um ser não aquático ,e etc. E veja só, por um simples processo de eliminação podemos excluir todos os aquáticos como causador, já que o artefato denuncia que o causador não possui essa herança; podemos excluir todos os microorganismos, já que os elementos dos artefatos possuem a herança ¨ muita força ¨ podemos excluir todos os seres que não possuem meios de prender e transportar os elementos daquele artefato, já que o artefato denuncia essa herança. E assim, por exclusão, acabaremos chegando à espécie humana como possuidora de todos as heranças da ponte.

Ora, se através de um efeito tão simples podemos identificar o causador, num efeito tão expressivo como é o caso da criação divina, podemos saber quase tudo sobre Deus, não acha? Dentro desse princípio vamos examinar uma de suas criações, o lobo, por exemplo. Esse animal, tido como efeito, possui vários atributos que não surgiram por acaso, logo, foi causado, e por ser causado, traz herança do causador: Nesse caso, o nariz perto da boca indica que Deus pensou em dar ao animal um mecanismo com o que ele pudesse identificar seus alimentos; indica que Deus criou o lobo para se alimentar com certos tipos de alimento. O fato de ele possuir olfato indica que Deus deu ao lobo mecanismos para que ele próprio selecionasse seus alimentos, por conseguinte indica que Deus se excluiu de toda vez ficar escolhendo alimentos para o lobo. O efeito exclusão indica um Deus único, também o efeito ¨ necessidade de exclusão ¨ indica a unidade de Deus. Logo, Deus é único.

A boca e o aparelho digestivo indicam que Deus pensou em dar ao animal meios para que ele se auto-alimentasse, logo, se pensou, pensa, e esta herança está contida no efeito em estudo. A estética do animal indica um Deus conhecedor do belo, logo, Deus possui gosto estético; o sincronismo entre os órgãos do animal indica um Deus organizador. O fato de o animal possuir matéria indica que Deus é dependente da matéria. A reunião de boca, ouvido, nariz, olhos, cérebro na cabeça da maioria dos animais, denuncia um Deus pragmático e lógico, ou seja, Deus copiou aquilo que é mais funcional para uma infinidade de seres.

Quando Deus muda a forma da cabeça dos animais indica um Deus conhecedor das semelhanças.

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Dissemos atrás que a procriação é o motivo central da criação do mundo, e para provar isto vamos reunir uma gama de efeitos que terão como causa a proliferação. Comecemos pelo desejo sexual. O desejo sexual nada mais é do que um atributo do mecanismo reproduzir que tem por função atrair os portadores do sexo para um ato cujo efeito é a inseminação. O prazer também é um atributo deste mecanismo.

Há frutos que contêm sementes visando a inseminação, e portanto, a proliferação. Por outro lado, os animais que se alimentam com os frutos, grande parte deles, acabam servindo de vetores de inseminação para as fruteiras, e, portanto, instintivamente visam a proliferação. O amor paterno, o amor conjugal, o amor à vida, visam a proliferação, e é bom observar que os seres se portam diferentes na época da reprodução: Há aves que só cantam nesse período, grande parte das plantas lançam flores, perfumes e mel anunciando a reprodução. Nessa época há insetos que ganham asas para esse fim. Há aves que se transformam em artesão na construção dos ninhos, há animais que dançam e, há até os que morrem em função da reprodução.

Bem, se todos os acontecimentos mais importantes na vida dos seres são relacionados com a reprodução, podemos dizer que o efeito ¨ reprodução ¨ possui o caractere ênfase, e o efeito ênfase possui o caractere importância, que em se tornando efeito denuncia a causa fim, ou seja, a finalidade do mundo é reproduzir.

Todos os seres têm importância para Deus.

Se só o homem fosse transcendente, Deus não teria criado tantos seres no mundo, bastaria o homem e um tipo de vegetal que lhe servisse de alimento e os microorganismos que decompõem a matéria para readubar a terra. Se só a espécie humana tivesse importância para Deus, para que Ele teria criado o rato, a mosca, o boi, etc? O efeito variedade denuncia uma causa que é a necessidade da mesma, e então Deus aproveitou bem os espaços do mundo e criou vida para todos os lugares possíveis: Há vida no mangue, na água, sob a terra, dentro dos organismos, etc. Ora, se só o homem fosse importante para Deus, por que ele teria criado tanta variedade de espécie? O homem não tem nenhum privilégio sobre os outros seres, pelo contrário, ele é um dos menos beneficiados na natureza, visto que precisa necessariamente de abrigo, não voa por si só, não tem o melhor olfato do mundo, nem a melhor visão, tem de cozinhar a maior parte dos seus alimentos, possui uma pele frágil às intempéries, e etc. é lógico que essas deficiências têm o seu porquê, o que explicaremos mais adiante.

Bem, Deus visando agilizar ao máximo a reprodução, criou várias espécies interdependentes numa engrenagem reprodutiva onde o que importa é um sincronismo voltado para a manutenção de cada espécie, e ao mesmo tempo as espécies se auto sustentando através de um complexo e poderoso sistema reprodutivo.

Uma vez que Deus cria um mecanismo para que os seres se reproduzissem sozinhos no mundo, este efeito denuncia que Deus não quis se ocupar eternamente na reprodução de novos espíritos e, prevendo falhas nesse mecanismo, criou o homem para servir de um mecanismo racional no contexto, ou seja, a razão humana é também uma prova que Deus precisava de algum ajuste racional na sua criação, e apenas por este motivo deu a uma espécie o conhecimento racional, e, só há uma espécie racional porque não poderia haver duas ou mais espécies harmonizando-se em sendo racionais.

É o conhecimento da razão que dá ao homem condições para superar suas dificuldades perante a natureza; e o mecanismo da razão deve ser útil às outras espécies, assim como a matéria e as atitudes das outras espécies são úteis ao homem: Assim como nós nos utilizamos do olfato aguçado do cão para nos beneficiarmos, o cão utiliza a nossa inteligência para algum fim. Nesse caso o homem não é o mais importante ser na manutenção da proliferação, ou seja, se o homem faltar por completo na terra, o mundo continua a existir de uma forma padronizada, porém, se os germes que decompõem a matéria deixassem de existir por completo, todos os outros seres também deixariam de existir por falta de alimentos, já que o mundo viraria um amontoado de corpos, e a terra ficaria sem os componentes necessários para a subsistência das vidas, logo, o homem não é o mais importante ser do mundo, e sim, o germe.

Bem, já que Deus criou o mundo para servir de local de criação de espíritos, vamos tentar ver como Ele dispôs sua criação para que houvesse harmonia e dinamismo.

O motivo de os seres se alimentarem uns com os outros, denuncia uma causa que é a dinâmica no processo de procriação, e também serve de equilíbrio para a complicada malha de seres. E então, Deus centrou toda a sua criação num eixo de equilíbrio que é a probabilidade, dando ao predador e a presa um mecanismo em que ambos, centrados na probabilidade, permitem a perpetuação das suas espécies; ou seja, se as presas não tivessem mecanismos de defesa associados aos meios que lhes permitem praticá-los, os predadores certamente extinguiriam as suas presas e, sem ter com o que se alimentarem, acabariam extintos também.

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Todos os mecanismos do mundo funcionam centrados na probabilidade, à qual podemos chamar de lei do equilíbrio funcional. É provável que o gato coma o rato, mas também é provável que rato fuja do gato, e dentro deste princípio, a probabilidade é maior ou menor de acordo com a disponibilidade de cada ser envolvido neste segmento da natureza. Senão vejamos: se há muitos gatos e poucos ratos, é mais provável que o gato não capture um rato e, por conseguinte, é mais provável que o gato morra de fome, e ainda é mais provável que o rato procrie por falta do gato, e por conseguinte é mais provável que, em aumentando o número de ratos, apareça outros gatos, pela procriação, para se alimentarem com os ratos, e assim se faz o equilíbrio na natureza.

Outro fator que regula a natureza é a seletividade, as probabilidades regulam os seres que se interdependem na cadeia alimentar e, a seletividade define quais os seres que se interdependerão diretamente na malha ecológica. A seletividade permite que um animal se alimente com um tipo de planta e, com outro não, a seletividade diz à galinha para ter medo de gavião, e não ter medo do pato, por exemplo. A seletividade permite que os animais tenham dor, e os vegetais não, também a seletividade permite que os herbívoros não comam todo tipo de vegetais que existem.

A probabilidade e a seletividade é que fazem o equilíbrio natural do ecossistema. Baseado nesse princípio, se o gafanhoto se alimentasse com todos os tipos de vegetais, o perigo de uma devastação causada por ele, dependeria apenas dos seus predadores e, de algum outro mecanismo tal como as condições climáticas, por exemplo. Caso por algum motivo houvesse a falha destes mecanismos, somente os gafanhotos extinguiriam as vidas na terra. Vale aqui afirmar que as variações climáticas também é um causador da seletividade, senão vejamos, se um animal vive no gelo e outro não, é porque há seletividade para que certos animais e plantas vivam em climas diferentes.

No tocante à função dos gafanhotos no ecossistema, notamos que estes animais vivem regulados, primeiro pelo clima, segundo pela limitação do organismo dos mesmo a algumas variedades de vegetais, terceiro pela exposição dos mesmos aos predadores, e etc. então o gafanhoto come folha de capim, por exemplo, e não come folha de banana, e esta, unida aos outros tipos de vegetais rejeitados, passa a garantir o equilíbrio no ecossistema. Então os efeitos, variedade e limitabilidade denunciam a causa preservação, que em se tornando efeito denuncia a causa necessidade de continuação, que em se tornando efeito denuncia a causa infinidade, logo, a infinidade é um atributo da natureza mundo. Encontramos também os espinhos em certos tipos de vegetais, ou mesmo em animais, que funcionam como mecanismo de garantia do equilíbrio, uma vez que, se tomarmos como exemplo o gato e um passarinho como predador e presa, e o número de gatos se excedesse, ocasionando a escassez de alimentos, por certo, os ninhos erigidos em árvores muito espinhosas estariam garantidos; por outro lado, os espinhos em determinados tipos de animais, limitam estes a serem presas de determinados predadores, funcionando como mais um mecanismo de equilíbrio.

Quando observamos o mecanismo de defesa das presas na sua individualidade, e não tivermos uma abrangência contextual, poderíamos dizer que o mecanismo de defesa das presas, tais como a camuflagem em certos lepdópteros, ou o instinto que reconhece o predador, seriam indicativo de que esses seres não deveriam ser predados segundo a vontade do Criador; mas sabemos que na verdade a camuflagem não foi criada para que os portadores desta não fossem capturados pelos seus predadores, mas sim, como forma de garantir o equilíbrio entre um instinto e outro. Porém, ao analisarmos os mecanismos e os meios de defesa das presas, e os mecanismos e os meios de ataques dos predadores, não podemos deixar de concluir que as presas são vitais para a espécie dos seus predadores, mas, os instintos e meios de defesa e ataque são vitais para a perpetuação das espécies presa e predador.

Bem, vamos escalar uma cadeia de efeitos, partindo do instinto e meios de defesa e ataque de presa e predadores: O instinto e os meios de defesa das presas, e o instinto e os meios de ataques dos predadores, têm por causa a manutenção das duas espécies, mas não têm por causa, por parte da presa, a não captura pelo predador, e por parte do predador a captura; logo, os instintos e meios citados nas duas espécies denunciam regras que, como num jogo, ficam a cargo da probabilidade, e estas funcionam como termômetro de controle das duas espécies, ao mesmo tempo que garantem o dinamismo na proliferação em ambas espécies. Diante disso nossa cadeia vai ficar assim: O efeito instinto-e-meio-de-defesa-e-ataque tem por causa a autoproliferação das espécies que, em sendo efeito, tem por causa a infinidade, que em se tornando efeito, tem por causa o ilimitado, logo, podemos afirmar que não há limites para seres no além mundo.

Afirmamos anteriormente que a probabilidade e a variedade são o princípio fundamental do equilíbrio ecológico, e por conseguinte a exclusão do Criador. E o efeito onipresença terrestre do homem, em se tornando cousa traz o efeito onisciência terrestre, que por sua vez, em se tornando causa traz o efeito domínio global que, em se tornando causa traz o efeito competência que, em se tornando causa traz o efeito habilidade, que em se tornando causa traz o efeito capacidade, que em se tornando causa traz o efeito utilidade, que em se tornando causa traz o efeito substituição, que é a causa da exclusão; e assim podemos concluir: Deus se excluiu de reparar sua criação no mundo, e deixou este atributo para o homem. É bom lembrar que estamos ainda na fase evolutiva, e este atributo parece um tanto piegas nos dia de hoje. O fato é que o homem se inter-relaciona com os outros seres do mundo por diversas necessidades. Foi dado ao homem mecanismos que o obrigam a preservar e cuidar da criação divina no mundo. Um desses mecanismos é o sentimento do belo, que foi instituído no homem para que ele sentisse necessidade de afetividade com os seres que o rodeiam, e se sentisse como que pai de toda a criação e, preservasse essa criação. Baseado nisso o homem preserva pelo cantar de alguns animais, estética de outros, pela plumagem, pela necessidade e pela força de outros; e quando o homem cria uma lei ambiental, é porque há nele um estímulo que o induziu para fazê-lo. Só o homem sente o perfume das flores sem o interesse nutricional, só o homem enxerga as belezas existentes na natureza, e por que isto? Quando Deus deu o amor para que você cuidasse dos seus filhos, Ele de certa forma obrigou você a cuidar de seus filhos. Assim acontece com o sentimento do belo que há no homem, é este sentimento nada mais nada menos do que um dos mecanismos que estimulam o homem a preservar a natureza.

Também graças à inteligência, o homem colabora com a natureza inseminando seres de um continente a outro; e agora parece que estamos próximos de uma inseminação interplanetária.

A inteligência humana denuncia a capacitação que, em se tornando causa gera a substituição, que em se tornando causa gera a dispensa. Logo Deus foi dispensado de certas tarefas no mundo pela instituição da inteligência racional no homem.

Graças a instituição da inteligência racional no homem, é que podemos dizer que Deus não é um Ser falho, ou seja, se Ele criou o dinossauro, é porque viu nessa espécie uma utilidade, e cuja extinção poderíamos interpretar como uma falha, já que a previsão não se concretiza; porém, com a instituição da razão, podemos dizer que Deus previu essa falha e adotou mecanismos para que essa falha fosse reparada. Com esse argumento podemos dizer que o homem tem a mesma importância para Deus, e a razão é apenas mais um mecanismo para atender a uma necessidade especial de Deus no processo de proliferação. Contudo, o homem ganhou a razão, mas não o conhecimento, e precisou de se desenvolver para depois exercer a função de coordenador do ecossistema. O homem ganhou um cérebro capaz, porém completamente vazio. Apenas o instinto guiou o primeiro homem, era um animal puramente animal.

Criou Deus mecanismos para que o homem próprio evoluísse, e estes mecanismos indicam que até a razão foi estabelecida no homem pela sua própria intuição instintiva, Deus criou um homem com atributos racionais, porém, a razão foi uma conquista do próprio homem. Com isso podemos afirmar que Deus não participou da evolução intelectual do homem, criou Ele todas as condições necessárias para que o homem se desenvolvesse intelectual e racionalmente; logo, podemos afirmar, baseados nesse fato, que Deus se excluiu de intelectualizar e racionalizar o homem.

Há milênios o homem vem se habilitando para servir a Deus da forma que o próprio Deus quer.

A razão tem por efeito a coordenação que, em se tornando causa tem por efeito a ordenação, que em se tornando causa tem por efeito a funcionalidade, que em se tornando causa tem por efeito a capacitação, que em se tornando causa tem por efeito a habilitação que em se tornando causa tem por efeito a substituição, que em se tornando causa tem por efeito a exclusão, logo, a razão humana exclui Deus de cuidar dos problemas do mundo. E por conseguinte, a exclusão tem por efeito a isenção, logo, Deus não participa diretamente dos acontecimentos do mundo.

Bem, a abelha ao apanhar seus alimentos fecunda a flor, logo, trabalha para Deus, em contra partida a flor no processo de proliferação de vidas, trabalha para a colmeia produzindo o alimento que ela precisa. Esse relacionamento pacífico dos seres foi instituído como um relacionamento auxiliar na natureza, ou seja, os seres trocam favores sem a necessidade de se predarem. Já o processo predatório foi instituído para dar agilidade e variedade no ecossistema.

Deus dotou certos seres de mecanismos de ataque e de defesa como já dissemos; esse relacionamento funciona como num jogo onde cada espécie defende os seus interesses instintivamente, ou por ação consciente, no caso do homem. Contudo há mecanismo de controle em cada espécie, senão vejamos: A mangueira lança frutos que servirão de alimentos a outros seres, porém, há nessa atitude um interesse que é fazer com que os outros seres que se alimentam com aqueles frutos, auxiliem na propagação da espécie anacardiácea; por outro lado, numa atitude de aproveitamento mútuo a mangueira auxilia alimentando seus comensais. Com isso podemos concluir que os frutos, além se servir de alimento, servem também como indutor de proliferação. Todavia, se não houvesse mecanismos de relacionamento entre fruteira e frugívoros, estes não permitiriam que as sementes madurassem, e a inseminação da espécie mangueira estaria comprometida. Então Deus criou um mecanismo para que determinadas frutas tivessem um gosto e substâncias que impedissem o seu consumo enquanto não atingissem a maturidade, e depois com o amadurecimento elas se transformam em um produto adequado ao organismo dos seus consumidores pré definidos pela natureza. O amadurecimento e a indução dos seres consumidores das frutas à disseminação daquelas espécies, já que há frugívoros que semeiam, denunciam um interesse da reprodução também neste seguimento, ou seja, a importância da proliferação enquanto se dá a manutenção das espécies, logo, a indução de seres a praticarem a inseminação de outros, reforça a causa interesse especial na reprodução, ou seja, a semente colocada junto do fruto com o intuito de inseminar, é uma forma de induzir os seres a praticarem a inseminação, logo, a indução traz por efeito a ação, que traz por efeito a realização, que traz por efeito a reprodução, que por sua vez em se tornando efeito denuncia a função fim que é a criação de novos seres, ou a proliferação. Notamos também que há similaridade em toda criação, ou seja, Deus utilizou-se do processo de indução nos animais sexuados com o prazer sexual e outros prazeres para que proliferem, depois utilizou também nos vegetais um processo de indução para que os comensais espalhassem as sementes das fruteiras, essa similaridade na criação denuncia uma unidade de comando, ou a causa comando único denuncia a causa unicidade, que denuncia a unidade do causador. Portanto, essa escala reafirma a unidade divina.

Deus, ao se utilizar de mecanismos, se exclui do processo de criação de espíritos, e encarregou os seres desse atributo através de mecanismos de indução tais como o desejo e o prazer sexual: Deus manda o animal reproduzir através do prazer. Deus nos obriga a cuidarmos dos nossos filhos com o prazer do amor; fez com que nos alimentássemos com o prazer do paladar, logo, se Deus induz através do prazer, esta é a forma de Ele nos obrigar a fazer sua vontade, portanto podemos concluir que no céu também seremos úteis a Deus, já que somos úteis aqui, porém só teremos prazeres.

Uma vez que Deus se utilizou da matéria e da energia para a gênese espiritual, e se decidindo excluir do processo de criação, e sabendo que sua criação poderia ter interferências de matéria e energia, causando desvios no processo, quis Ele criar um ser dentre todos que pudesse, através de um processo evolutivo, e que também se formasse à sua revelia , que substituísse as falhas que por ventura viessem a acontecer no ecossistema, e, então, Deus deu a razão ao ser humano para substituí-lo nos reparos desse sistema de proliferação de espíritos. Um desses reparos seria a reintrodução de seres extintos no ecossistema . Deu aos humanos também a possibilidade de viverem em qualquer lugar do planeta, e este é o motivo de nos ter deixado com a pele sem cobertura ou proteção. Uma vez que o homem tendo a inteligência para confeccionar suas vestimentas de acordo com o clima do local em que vive, o tornou onipresente no mundo. E também o fato de ter Ele criado o homem onívoro denuncia a intenção divina de permitir que o homem vivesse em todas as diferentes regiões do mundo.

Deus induz a abelha através do néctar a fazer um trabalho adicional para Ele. À abelha foi dado mecanismos para habilitá-la nessa função, tais como ser melívora, um sistema capaz de detectar onde está o pólen, e etc. Na verdade a abelha em busca de um prazer faz a vontade de Deus. Ocorre o mesmo com o homem quando em busca de satisfazer seu prazer sexual, amoroso, afetivo, estético, trabalha instintivamente para Deus, muito embora seja ele detentor da razão. Assim ocorre com todos os outros seres no mundo que movidos pelo instinto cuida de garantir sua proliferação.

Com o que foi dito acima podemos tirar muitas conclusões que perfilam o Deus e o Céu: Primeiro, se trabalhamos aqui para o Criador, é muito provável que também no Céu teremos serviços, ou seja, a máquina ao fazer um trabalho para o seu inventor denuncia que este teria uma ocupação que foi substituída pelo seu invento; logo, a existência da máquina denuncia que o seu inventor utilizou-se de seus poderes para se eximir de uma ocupação em que o trabalho pode ser executado por um agente substituto, mas não pode ser extinto. Em contra partida o trabalho na fabricação da máquina indica a necessidade da mesma. Isso nos leva a concluir que, se Deus criou mecanismos para a criação de espíritos, logo, se criou, trabalhou, se trabalhou, trabalha, se trabalha é porque há trabalho em outra dimensão. Porém, se Deus nos obrigou a trabalhar aqui na terra para Ele com o prazer, é porque utiliza o prazer para obrigar a sua criação a trabalhar. E se assim faz aqui na terra, também no céu o faz, e por conseguinte, os trabalhos no Éden são prazerosos. E aqui no mundo podemos notar que todos os prazeres têm por finalidade última a reprodução. Senão vejamos: o amor conjugal, por exemplo; este mecanismo tem por efeito atrair dois seres para se unirem, a união tem por efeito a estabilidade, esta tem por efeito a família, a família tem por efeito a habilitação, esta tem por efeito a realização, que tem por efeito a nova vida, que tem por efeito a reprodução.

Simplificando a escala que acabamos de fazer ficaria assim: o amor atrai alguém para se unir para dar a estabilidade que habilita a realização de uma nova vida.

Numa escala com o amor paterno ficaria assim: O amor paterno tem por efeito a proteção, que tem por efeito a formação, que tem por efeito a habilitação, que tem por efeito a auto-suficiência, que tem por efeito a independência, logo, a função do amor paterno é levar o filho a uma independência para que ele possa iniciar um novo ciclo de reprodução.

Se formarmos uma escala com o desejo sexual ficaria assim: o desejo sexual tem por efeito o ato sexual que tem por efeito a fecundação que tem por efeito a germinação que tem por efeito o nascimento que tem por efeito a renovação, que tem por efeito multiplicação, logo, o desejo sexual é um instinto voltado para a multiplicação dos seres, é um mecanismo da reprodução.

As evidências indicam que Deus cria seres porque precisa deles, já que se exclui até do trabalho da criação dos mesmos, ou seja, Deus parece precisar de ajuda para desempenhar suas funções, já que nós o ajudamos quando criamos seres para Ele. Também podemos dizer que Deus obriga a sua criação a fazer o que Ele determina através do prazer. Os seres em busca do prazer atende às necessidades divinas, o que é ótimo. E o Céu será um lugar de prazeres, já que Deus se utiliza deste atributo para impor suas vontades.

E é porque Deus sabe o quanto é maravilhoso o Céu que Ele não se importou em criar mecanismos que impedissem que um recém-nascido morresse, às vezes até de forma brutal. Deus sabe que, uma vez mantidas as condições de proliferação, quanto mais seres morrer, melhor. E a morte brutal de uma presa causada pelo seu predador, por exemplo, não é visto por Deus como uma barbaridade, já que a morte será melhor o quanto antes for, porque em vez de ser um mal para os seres, é uma troca, do que é bom, para o que é melhor. E assim Deus se comporta como aquele pai que deixa o seu filho ser operado, e não se importa com a violência do fato em si, posto que sabe que depois da cirurgia vai ter uma vida melhor. O mesmo não ocorre com o filho que não sabe por que tomou uma injeção, e para ele, que ainda não tem consciência do futuro, reage desfavorável a esta atitude; e a morte não é mais que uma injeção, seja ela de que forma for.

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Todo ser tem uma função específica, e outra cadeia de subfunções na malha ecológica. O que seria do mundo sem os germes que decompõem a matéria? A função específica desses seres na malha ecológica é de decompor os corpos orgânicos desintegrando-os e revertendo a matéria orgânica em seu estado disperso para que ela possa ser reutilizada por outros seres. Se não existissem esses decompositores, por certo o mundo acabaria por virar um monte de entulhos como já disse: corpos para todo lado, e a terra não teria a sua renovação de nutrientes. Quanto as subfunções, há uma infinidade delas, citamos para exemplo a de causar odores nos corpos sem vida para atrair os necrófagos para o alimento.

Falamos dos microorganismos decompositores, contudo há uma gama de microorganismos com funções adversa à decomposição, como é o caso dos causadores de moléstias, que têm a função específica de equilibrar o ecossistema. Deus teve que criar formas para que os seres do mundo fossem transferidos para o Céu, e criou mecanismos de coleta desses seres aqui na terra, se utilizando desses mecanismos centrados na probabilidade, e assim como fez com o organismo do gafanhoto para que ele não comesse todo tipo de vegetal que encontrasse, Deus fez os causadores de doenças de uma forma seletiva para que não acontecesse a dizimação da vida na terra, e assim, o vírus que ataca uma espécie não ataca outra, e a probabilidade de se adquirir moléstias ficou a cargo de fatores tais como superpopulação, meio social, etc. e quanto mais deficiente são os habitantes de uma região, mais sujeitos a contaminações, caracterizando-se a função desses causadores de doenças, como reguladores do ecossistema.

O homem caninha para uma era em que não precisará mais desses organismos e assim que vai evoluindo, também vai eliminando a ação desses mecanismos. Chegará uma época em que o homem atingirá um grau de controle racional em que saberá utilizar-se dos espaços e suprimentos da terra de uma forma tão harmônica e ordenada que não mais faria sentido um controle como o causado pelas doenças, guerras, assassinatos, etc. Cabe ao homem, o quanto antes, delimitar, através de estudo, a quantidade de seres que cada região comporta, como já dissemos, sem ferir as necessidades individuais de cada ser, para que o mundo se harmonize. Não adianta falarmos que o controle de natalidade é uma coisa contra Deus, quando esse fato é uma necessidade, e mais cedo ou mais tarde, teremos que praticá-lo, se agora entendemos que é pecado um controle de natalidade, no futuro também o será, porém chegará o dia em que este controle será inevitável, é preciso que a razão chegue lá primeiro, antes da ação irracional nos obrigarmos a executar uma ação nesse sentido.

Se Deus quisesse que o número de seres criados fosse maior que o que comporta o mundo, Ele, por certo, teria criado um mundo muito maior.

Notamos que Deus aproveitou todos os espaços do mundo para inserir vidas, há vida em todos os lugares como já dissemos anteriormente. Essa malha complexa é que nos leva a crer que o mundo é um local suficiente para a criação divina, imaginem quantas vidas nascem em uma hora no mundo, e se todas forem aproveitadas no Céu, muito embora este tenha espaço infinito, terá um suprimento também infinito e, se é infinito, uma quantidade a mais ou a menos não resolveria a carência infinita. Além disso podemos pensar em uma infinidade de mundos que devem existir, e o controle da natalidade daqui deste mundo não ser uma afronta para Deus.

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A espécie humana, muito embora não seja o ser mais importante para a permanência do ecossistema, tem uma função especial no contexto mundo. Haja visto que é o homem que tem a função de substituir o Criador aqui na terra em determinadas funções, já que lhe foi dado o atributo da razão. Deus poderia ter instituído o mundo sem a interferência racional, Nesse caso tudo correria à revelia da razão, e as falhas que acontecessem não seriam reparadas, ou então Deus teria que vir aqui fazê-lo, já que Deus também depende de mecanismos para que sua vontade seja atendida, analisemos: Deus, assim como o homem, se utiliza da matéria e da energia engendradas para instituir mecanismos na sua criação; ou seja, criou os corpos com a introdução de matérias específicas para cada fim, a uva é diferente do pêssego pela sua constituição material. Nada mais somos do que robôs programados para comermos certos tipos de alimentos, e rejeitarmos outros, fomos projetados para andarmos para frente, por exemplos. Porém, é o homem apenas um ser a mais na malha ecológica, senão vejamos, tudo o que nós humanos fazemos aqui na terra, não servirá no Céu, assim como tudo o que o animal irracional faz, não serve, do homem serve o trabalho da reprodução, do canário que cuida de seus filhotes também. O avião, o computador, a culinária, ou seja toda a sabedoria adquirida aqui na terra não teria função no Céu, logo, se os animais irracionais e o homem fazem a mesma coisa que interessa para Deus, e em igualdade de condições, são perante Deus iguais. A inteligência humana é um atributo adquirido apenas como um mecanismo necessário para que Deus pudesse se excluir de tomar conta do mundo. A inteligência, ou o conhecimento que o homem julga ser ele, não o é, o conhecimento é sim uma entidade própria que foi se instalando no seio da sociedade, e que o homem pode se inserir nela ou não. Podemos dizer que o cérebro humano é o terreno onde se desenvolve a inteligência, e esta sabedoria adquirida pelo homem é que é o tentáculo mais semelhante ao Deus. Se todos os seres que possuem conhecimento existentes na terra, se extinguisse e ficasse apenas os seres desprovidos de qualquer conhecimento, a humanidade voltaria na idade primitiva, e o conhecimento desapareceria da terra.

Logo, o conhecimento não é o homem, mas é por si só um bem que Deus fez crescer aqui na terra através do mecanismo razão, e é para o seu uso, e não para o uso do homem como nós acostumamos a pensar. Logo, quando o homem através do conhecimento consegue modificar uma célula, está fazendo a vontade divina, o homem que conseguirá ressurgir o dinossauro, está na verdade fazendo a vontade de Deus, já que Este se excluiu deste trabalho ao dar o mecanismo da razão ao homem para fazê-lo.

Quanto aos outros animais, alguns há que têm tanta semelhança com o homem, que até impressiona, vejamos o homem e o cão, por exemplo: os dois têm coração, os dois têm nariz, os dois têm boca, os dois têm pelos, os dois têm sangue, os dois têm cabeça, orelha, ouvidos, olhos, unhas, espinha dorsal, os dois sentem o prazer sexual, os dois são desenvolvidos em útero, e etc. Quanta semelhança! Se não bastasse isso, vamos analisar outros aspectos: o cachorro, embora não tendo inteligência racional, cumpre todas as funções determinadas por Deus, logo, a razão não é um fator essencial para se servir ao Criador. Todos os seres do mundo cumprem o seu papel de acordo com o desejo de Deus. Isso nos leva a deduzir que cada vida aqui tem sua importância na malha ecológica, e por conseguinte terá importância em outra dimensão, visto que, se só o homem fosse importante para Deus, esses outros seres não existiriam.

Cabe ao homem assumir o seu papel de coordenador e, através de uma pesquisa aprofundada identificar as funções de cada um dos seres na malha ecológica, e auxiliar a cada um ser, para que exerça suas funções aqui, como é o desejo de Deus.

Aqui dá para montarmos uma outra cadeia de causa e efeito: o efeito igualdade de importância denuncia a causa interesse comum de Deus, que em se tornando efeito denuncia a causa necessidade comum, que em se tornando efeito denuncia a causa função comum, que nos leva a crer que teremos uma função comum aqui no mundo; e as analogias entre as funções terrenas e as celestiais, nos levam a concluir que no Céu teremos funções análogas também.

Ao homem foi dada a razão, e ele se desenvolveu. Deus não participou no desenvolvimento humano a não ser criando regras e mecanismos para esse fim.

Dos mecanismos que permitiram ao homem o desenvolvimento, podemos citar alguns, como por exemplo a sua fragilidade física diante das intempéries: uma pele sensível aos meios em que vive; essa fragilidade induziu o homem a construir casas ou arranjar proteção para a pele, como por exemplo, a confecção de roupa para se proteger nas regiões mais frias, a criação de utensílios, de ferramenta, e etc.. A falta de um mecanismo adequado à captura de suas presas, o fez desenvolver armas para este fim. O homem não guarda a trilha por onde passa e portanto foi obrigado a desenvolver meios de anotações para se guiar, ao homem não foi dado asas, não foi dado o melhor olfato, a melhor visão, foi lhe dado um organismo que, cuja maioria dos alimentos, precisa de ser cozida. O homem não é anfíbio e por isso teve que desenvolver meios para se locomover na água e etc.; ou seja, o homem ganhou a razão, mas foi jogado num abismo, ganhou o prazer da posse, e por conseguinte, as dificuldade de adquirir bens, e todos os perigos e buscas lhe serviram de estímulo ao desenvolvimento. E o homem na tentativa de vencer obstáculos, foi se desenvolvendo. Os perigos das invasões fizeram o homem desenvolver armas de guerra... ¨ A humanização teve início com a incerteza da caça, o homem passou a desenvolver a criação ( will durant) ou seja, o homem desenvolveu-se na tentativa de superar as suas fragilidades e carências.

O homem da Amazônia ainda se encontra em um estádio primitivo, porque a região sempre lhe proporcionou dádivas: muita água, muita fruta, muita caça, muito peixe, um clima favorável e a sombra da floresta... Esta é uma prova de que o desenvolvimento está subordinado às dificuldades; e mais se caracteriza essa afirmativa quando mostramos que o homem da Amazônia se desenvolveu até suprir as dificuldades a que foi exposto nos primórdios: desenvolveram armas para suprir a dificuldade de captura que o seu estado físico lhe impõe, ou para defender-se de outros povos; inventou casas adequadas às suas necessidades, inventou um código de comunicação, inventou utensílios, a medicina natural, ou seja, evoluiu até superar suas dificuldades, logo, podemos afirmar que Deus garantiu o desenvolvimento do homem com os mecanismos: razão verso fragilidade, dificuldade verso instinto de defesa e sobrevivência.

Formando uma cadeia aqui ficaria assim: A razão tem por efeito o conhecimento, que tem por efeito a autodeterminação, que tem por efeito a exclusão,. Logo, Deus se utilizou da razão humana como mecanismo racional para a sua criação. E quando pensamos, o fazemos no lugar do próprio Deus que nos delegou este atributo.

Aqui outra cadeia se faz necessária: As dificuldades têm por efeito o conhecimento, que tem por efeito a capacitação, que tem por efeito a realização, que tem por efeito a exclusão. Logo, as dificuldades são o combustível que faz o homem evoluir sem a presença de Deus.

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Quem é Deus, e qual é a sua forma? Bem , através de seus artefatos podemos ver muitas características suas, é o que fizemos com a ponte e o construtor da mesma anteriormente. E já que o criador transmite para a sua criação caracteres seus, podemos, através das características que há no ecossistema, e em toda criação divina, traçar um perfil de Deus:

Deus é possuidor da razão porque transmitiu para a sua criação caracteres de um ser racional: O fato de Deus ter concentrado todos os comandos de uma pomba em sua cabeça, indica que Ele é racional, indica uma atitude racional o fato de Deus ter acondicionado o cérebro em uma proteção óssea, uma vez que este precisava de proteção para a sua integridade no meio em que vive; o fato de Deus ter criado uma proteção adequada aos perigos naturais a que esse animal vive, também demostra uma razão, logo, Deus é racional.

A razão trouxe por efeito a cavidade óssea do cérebro, que tem por efeito a proteção, que em se tornando causa tem por efeito a sobrevivência, que em se tornando causa tem por efeito a continuidade, que em se tornando causa tem por efeito a possibilidade, que em se tornando causa tem por efeito a realização, que tem por efeito a existência, esta tem por efeito o preenchimento, este tem por efeito o suprimento; ou ainda: A razão trouxe a cavidade óssea que protege a sobrevivência para permitir a continuidade que possibilite a realização da existência para preencher alguma coisa; logo, a cavidade óssea tem por fim último o suprimento de alguma coisa em algum lugar. Por sua vez podemos concluir que Deus tem carências sob o seu domínio, e que Ele está agindo para supri-las.

O mundo é uma matéria que foi utilizada por Deus para a realização de uma necessidade sua, ou seja, a de reprodução de espíritos, os corpos em que os espíritos se inserem são de matéria, a luz solar utiliza se da matéria, a lua é matéria, na galáxia há matéria por todos os lados, logo, a matéria é um artefato que permite Deus realizar suas funções no universo. Sabendo que toda matéria comporta energia, e quando morremos diversas energias se desprendem de nossos corpos, podemos afirmar que a matéria é um atributo importantíssimo para Deus, e assim sendo, Deus também possui matéria, e por conseguinte podemos acreditar que o sol é o próprio Deus. Ou ainda se analisarmos que vemos o corpo e não vemos a vida que existe nesse corpo, podemos julgar que o mundo seja Deus, haja visto a energia que há nesse imenso corpo, e a nossa integração com esse corpo seria bem mais fácil de acontecer, posto que utilizamos da matéria contida aqui, e a energia de nosso corpo que sustenta a vida está justamente na matéria do mundo.

Não há energia sem matéria e vice e versa, logo a matéria é parte integrante do contexto divino.

A matéria tem por efeito a existência, que tem por efeito o ser, este tem por efeito a vida. Logo, a vida é um atributo da matéria. Este axioma nos leva a crer que sem a matéria não há vida, posto que a vida é energia, e toda energia se hospeda na matéria.

Sendo a energia um atributo da matéria, e por conseguinte um ente invisível em si mesma, assemelha-se ela com a invisibilidade divina, logo, Deus pode ser uma energia em qualquer corpo.

Notamos que há um sincronismo no universo, e que o sol e a terra têm uma ligação de importância fundamental para a existência de vida aqui na terra. Se os corpos do universo existem de forma ordenada, e se há importância entre eles nesse mesmo universo, haveremos de concluir que Deus, muito embora esteja ligado a alguma matéria, estará certamente em uma dimensão superior a todos os outros corpos. Logo, sendo o universo infinito, Deus também o é.

A disposição dos seres na malha ecológica, e a interdependência entre eles denunciam um Deus inteligente, ou seja, quando Deus cria um ser, e cria todas as condições para a sobrevivência desse ser em determinado meio, Ele deixa cravado o atributo inteligência na sua criação. O fato de Deus prever que os corpos são dispostos de tal forma que prevêem que a chuva caia em direção ao centro da terra, e construiu mecanismos para que a chuva não importunasse sua criação, como é o coso do nariz dos humanos virados para baixo, das sobrancelhas, etc. denuncia um Deus inteligente. Deus é inteligente porque criou o amor para obrigar dois seres a se aproximarem para cuidar de seus rebentos. Deus é inteligente porque nos fez envelhecermos para que os jovens tivessem a mesma oportunidade que nós tivemos quando jovens, ou seja, se não existisse o envelhecimento, nós não daríamos lugar aos novos, ou seja, o mais experiente com uma fisionomia igual aos inexperientes sempre dominariam, e Deus prevendo a continuidade criou o envelhecimento para que quem já viveu desse lugar aos que vem chegando, e assim todos têm a oportunidade de ser iguais. Logo, o envelhecimento é uma forma de Deus valorizar a reprodução, e, uma vez que o ser já tenha cumprido esse papel, é podado de vários fatores que envolvem a reprodução, tais como a beleza, que é um meio de atrair seres para este fim, a potência sexual que tem por finalidade a reprodução, e, uma vez esses atributos já tenham cumprido o seu papel em determinado ser, perde a importância no contexto do mundo.

Deus criou o dinossauro, se criou é porque viu utilidade naquela espécie, porém, a extinção desses animais denuncia que a sua importância não era de valor absoluto para Deus, senão Deus não permitiria que isso acontecesse. Logo, o desaparecimento de uma espécie aqui na terra traz uma característica de Deus que é o de ser despreocupado com um tipo de espécie, ou seja, se não é importante, uma vez sendo criado, é porque outro substitui a sua função em algum lugar. Conclui-se daí que todos os seres na terra desempenham uma função única para Deus. Pode se concluir também que a diversidade de seres é uma forma que Deus encontrou para agilizar a criação de espíritos, já que uma espécie se alimenta com a outra, e este fato permite uma rotatividade muito maior na criação de seres. Podemos concluir também, vislumbrando o desaparecimento de uma espécie daqui da terra, que Deus é também um Ser sujeito a falhas, mesmo que momentâneas, e que Deus sabia que alguma criação sua poderia falhar e instituiu mecanismos de reparo como é o caso da razão do homem. Também a extinção de uma espécie denuncia que Deus não fica onipresente na sua criação, já que poderia impedir estes fatos, tais como a extinção de uma espécie criada por Ele. A extinção denuncia que Deus é único, já que não pode estar onipresente na sua criação.

A extinção é um efeito que em se tornando causa tem por efeito uma interrupção , que traz por efeito uma vacância, que traz por efeito a nulidade, que, em sendo em um único segmento do contexto, passa a ser uma nulidade segmental., que causa um distúrbio contextual, ou um desequilíbrio contextual, que causa uma reação contextual, que provoca a substituição. Logo, podemos concluir que, em outra dimensão, todos os seres têm a mesma valia, já que aqui se substituem.

Nós achamos que podemos afirmar que toda energia emana da matéria, e se comprovarmos isso, haveremos de concluir que Deus também seja um ser material. Ou seja, se observarmos que o pensamento em nós surge do cérebro que é constituído de matéria, e que o pensamento racional é o atributo que mais se aproxima do Ser Divino, podemos dizer que também Deus seja uma energia ligada a algum tipo de matéria. Por outro lado podemos afirmar também que toda matéria emana de energia, já que a menor partícula da matéria é o átomo que se forma de prótons, nêutrons e elétrons, que se associam energeticamente.

Notamos também que os sentimentos se manifestam em nós baseados na matéria, ou seja, nós sentimos o amor se emanar de nosso coração, e quando ele está ativo, alguma manifestação material se apresenta. O ódio, o medo, estão ligados a determinada substância, ou seja, a determinada matéria. Com essas verdades, podemos afirmar que os sentimentos também emanam da matéria. Em última instância podemos afirmar que Deus se utiliza da matéria como matéria prima para a sua criação.

A vida é um atributo da matéria orgânica. Quando Deus reúne vários componentes materiais para formar os corpos, Ele passa uma impressão de que é dependente da matéria; ou seja, sabemos que Deus utiliza, quando pode, um único órgão para servir a duas funções, como é o caso do pênis que serve ao mesmo tempo para conduzir a urina para o exterior, e também para conduzir o esperma, ao mesmo tempo que serve para a realização do ato sexual, a boca que serve para o homem se alimentar e falar, também faria o mesmo com a função da matéria, se pudesse. Não se pode afirmar, mas a matéria parece ser um atributo da natureza em si, e Deus a organiza em corpos para determinado fim.

Deus deu cabeça ao homem, ao porco, ao mosquito, ao tigre; deu pêlo a uma variedade de animais, ou seja há semelhança entre o atributo de um animal e outro, há, por exemplo, a cor verde na maioria dos vegetais, e, na criação como um todo há infinidade de semelhanças, como é o caso de o boi e o cavalo comerem o mesmo capim, e etc. estas semelhanças denunciam um comando único, que por sua vez denuncia uma unidade, portanto isto reafirma que Deus é único.

Quando Deus obriga a sua criação a fazer o que Ele determina com a instituição do prazer, ele revela ser um Ser bom, portanto, Deus é bondoso

O prazer revela que Deus conhece as coisas boas, e por conseguinte as coisas ruins também, e assim como Ele institui as coisas boas para premiar quem faz sua vontade pode perfeitamente também utilizar-Se das coisas ruins para punir os que o desagrada.

Deus é uma energia racional.

Ora, quando afirmamos que toda energia emana da matéria, e, depois em afirmando que Deus é uma energia, estamos dizendo que Deus é material. É possível. Também é possível que não o seja, já que há um mistério entre Deus e nós.

É de bom censo dizer que estamos no início de uma filosofia teodicéica que busca uma investigação da natureza divina através da escala causa efeito, é lógico que Deus se escondeu em sua sabedoria para que nós pudéssemos viver este mundo de uma forma que o atendesse. Senão, vejamos, se Deus tivesse mostrado os céus para nós, e em sabendo de quanto o céu é bom, não haveria um ser racional sequer que não se transferiria para o céu. O fato de Deus ter nos feito amar esta vida e as coisas aqui existentes, e ao mesmo tempo escondido de nós os infinitos valores celestiais, indica que Ele, ao invés de dizer-nos: não se mate. Criou mecanismos para que não o fizéssemos. Logo, Deus não nos mostra o céu, porque se assim o fizesse não teria como dar continuidade à procriação das vidas racionais na terra.

Bem, seguindo no intuito de desenhar um perfil do nosso Deus, podemos dizer que Deus é fruto de uma evolução.

Se levarmos em conta que a evolução é o que mais se assemelha ao Deus, ou seja, se continuarmos evoluindo no mundo chegaremos num estádio em que nos aproximaremos de Deus. Logo, podemos afirmar que Deus também passou por uma fase evolutiva.

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Será que podemos dizer que o vírus tem alma?

Se analisarmos que a alma seja o ânimo, ou seja, se analisarmos que a alma seja o fruto de uma força que impulsiona os corpos, podemos afirmar que os vírus têm alma. No entanto, se o organismo que se movimenta tem alma, o espermatozóide o teria, já que se movimenta. Ora, se uma parte do constituinte de uma alma teria a própria alma, então o outra parte que vem de um outro ser também teria outra alma, e então seriam duas almas para cada fecundação em seres humanos, por exemplo. Logo, analogicamente podemos dizer que o ânimo não seria a alma, posto que para que esta se constituísse seria necessário outros fatores, ou seja, a alma só se apresenta em uma circunstância material, e por analogia, os microorganismos não teriam alma.

Onde a alma se caracteriza?

A analogia nos leva a crer que o acúmulo de matéria seria o definidor da alma, ou seja, Deus teria determinado que a partir de duzentas células a alma se constituiria, por exemplo.

Como nós não temos acesso às almas para podermos analisar este fato, fica a incógnita. Porém, podemos afirmar que há algum parâmetro que defina onde a alma se constitui.

Parece-me que a alma é uma energia subordinada a determinada situação material. Ou seja, um organismo unicelular não teria alma, por exemplo.

Uma vez que o pensamento se constitui em determinado tipo de substância, e sem esses elementos não se pode ter o mesmo, ou seja, sem os neurônios não há pensamento, por exemplo, e sendo o conhecimento racional um atributo da natureza que mais nos aproxima de Deus, ou seja, o pensamento é que mais nos assemelha a Deus, posto que, através do pensamento podemos criar alguma coisa, e sendo o pensamento um atributo também dos espíritos, já que Deus pensa, podemos concluir por analogia que a alma se constitui num ser a partir de determinados fatores materiais. Logo, a alma só se instala em nós quando o cérebro se forma, por exemplo.

Se observarmos também que os espermatozóides têm energia para se movimentar, têm uma ciência instintiva que o guia até o óvulo, que afinal têm todas as características de um ser irracional, e não sendo ele um ser com alma, posto que é parte da constituição da mesma, podemos afirmar que nem todos os seres vivos têm alma, e que a alma depende de algum fator especial para se instalar num corpo; também podemos afirmar que as plantas, muito embora tenham uma ciência instintiva para localizar de que lado vem a luz, por exemplo, muito embora tenham vida, se reproduzem, etc. não tem alma, e são apenas seres coadjuvantes na criação de espíritos aqui na terra.

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A energia vital nos corpos muito se assemelha à energia elétrica em um aparelho eletrônico, uma televisão, por exemplo. A energia dá vida ao aparelho quando este tiver as peças vitais em perfeitas condições de funcionamento. Assim também ocorre com os corpos, estes só apresentam vida com os órgão em condições de funcionamento. Aqui é melhor compararmos os corpos com um carro que depende de duas fontes vitais ao seu funcionamento, sendo uma a parte elétrica e a outra mecânica. Para que o carro fique ligado as duas partes terão que estar em condição de funcionamento. Caso uma não funcione, o carro morre. Assim ocorre nos corpos, o organismo é a fonte geradora da energia vital que os corpos precisam para sobreviver, e a vida estaria dependente das funções físicas e elétricas do corpo. A matéria em se estando organizada para tal, hospeda a vida, logo para que se tenha a vida no corpo, é preciso que este tenha a matéria organizada em funções vitais, ou ainda, as diferentes funções que os órgãos exercem para que

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 20/03/2007
Código do texto: T419626