O Pai - In Ensimesmo
O filho soçobrado ante a dor de escombros pesados pedaços de sonhos, ideais desmoronados sobre o corpo; na inconsciência do longe distante ouve o eco da voz do Pai. A advertência; o dizer-lhe " - Não te disse ??".
Ouve o filho sem reação; morta a vontade ao chão da esperança íntima do coração: o querer seguir o caminho ideal, único, singular da personalidade única; não igual ao do Pai, mas, de simplesmente, vontade própria distante do sonho dos sonhos do Pai para o filho.
Seguir os rastros do Pai não é ser eu. Eu sou outro. Sou alguém novo, diferente da vontade do Pai que me gerou. E a vontade do Pai querendo imperar sobre a vontade do filho é, apenas, um reflexo do que o Pai queria ter sido. Se o Pai não o foi completamente que o filho viva na vontade do Pai: puro egoísmo transferir ao filho uma vontade legítima do Pai, forçando ao filho a fazer uma coisa que o Pai foi incapaz de viver pragmaticamente.
Por isso o Pai quer ver no seu filho o reflexo de todos os seus desejos, sonhos, aspirações no distante sempre desejado. Se o for médico, o
filho deve o ser ,também. Se o Pai for advogado, o filho o deve ser, também.
Triste estigma ególatra :
" Filho de peixe, peixinho é ".