QUE SONHO LEGAL...
CHAPÉU DE MAQUINISTA DA EXTINTA CIA. PAULISTA
Pela manhã ia eu com destino ao Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”, local de trabalho, e vi a Sra. Boccatto varrendo a sua calçada. Ao lado dela dois cachorros já bem velhinhos, um deles com a visão comprometida pelo tempo de vida e o “puldo” de cor branca mas um tanto marronzado.
Dizia ela que em razão da torrefação jogar no ar, aquela fumaça de café torrado, espalhando pelo ar, cai no chão, o cachorro puldo deita em qualquer lugar, o resíduo cafeíno fica impregnado no seu pelo, daí o motivo da cor.
Brinquei com ela dizendo, que pra resolver isso, era fácil, bastava colocar o cachorro numa máquina de lavar, jogar dentro um punhado de sabão em pó, bater por uns minutos, pronto... Bota o cachorro pra secar no sol, ele fica branquinho. A Sra. Boccatto achou engraçado essa questão.
Enfim ela lembrou do chapéu de maquinista, que está velho pelo tempo e novo, afinal o chapéu nunca foi usado. Ela tinha conversado comigo anteriormente, que iria doar o chapéu ao museu, fato esse que fiquei contente, pela preciosidade histórica.
A Sra. Boccatto largou a vassoura encostada no muro, e foi pra dentro de sua casa buscar o “chapéu de maquinista”. Minutos depois vem ela portanto uma sacolinha de plástico como o referido conteúdo.
Olha Tangerynus, é com muito prazer que lhe entrego esta relíquia, que me faz lembrar com muitas saudades dos tempos em que a Cia. Paulista operava em Porto Ferreira, enfim meus parentes eram ferroviários.
Despedi-me dela e fui para o museu, isso já eram 7hs45min, abri o portão, entrei nas dependências do museu, e fui abrindo a porta principal, e coloquei o chapéu em cima de um armário.
Primeiramente fui abrindo todos os vitrô, acionado os dispositivos que acendem as luminárias, em seguida veio na ideia. Vou bater uma foto de mim mesmo com esse chapéu na minha cabeça. E assim foi, bati a foto.
Fui pra casa, coloquei “Memory Card” no computador e transferi as fotos para um programa específico que armazena as fotos, e a foto com o chapéu ficou como papel de parede, isso na segunda feira passada. Já na noite de sexta feira pra sábado tive um sonho interessante.
Sonhei que eu era maquinista da Companhia Paulista, e no retorno a Porto Ferreira, veio até a locomotiva um senhor com sotaque francês meio abrasileirado fazendo perguntas sobre várias coisas.
Eu de olho nos trilhos, ele ao meu lado, e de vez acionava o apito como de costume, e no eco dos ares, soava a velha frase imaginária: “café com pão, manteiga não”, com mais e menos intensidade.
Disse-me ele que era desenhista, e vivia criando personagens para ilustrar livros de escritores brasileiros. Que legal, comentei. Fique o senhor sabendo que eu não sou escritor, mas as vezes escrevo qualquer coisa, e até escrevi uma história, tipo miscelânea, que foi um pouco de minha lida pelos palcos da vida, tocando sanfona com grupos musicais, em campanha política, isso nos tempos em que era coisa normal, depois foi proibido.
Disse o viajante francês, eu vou sentar um pouco, quando chegar em Porto Ferreira à gente conversa mais sobre a sua história, quem sabe eu posso ilustrar até um ensaio com o seu texto, tal miscelânea. Tudo bem, meu senhor, lá em Porto Ferreira a gente se fala.
Continua no próximo capítulo: