Cartas
Estive lembrando que a muito não recebo uma humilde carta, de um amigo distante talvez... Um cartão de amor ou aniversário, ou um bilhete quem sabe!
Falando de sonhos e saudades, contando novas histórias vividas, relembrando o passado.
Parece que algo se partiu no tempo... As cartinhas de amor perfumadas entregue secretamente na página do livro da escola, que eram amores platônicos anelados, que faziam sofrer, mas que eram, sobretudo, necessárias para a idade.
Percebo, que há muito estamos deixando esse velho hábito ruir... Seja talvez pelos novos meios eletrônicos que foram substituindo nossa grafia. Sinto-me um tanto alienada e “robotizada”, são vários os sites de relacionamento, que propõem manter um “contato”, e um novo estilo de relacionamentos, e outros que mais parecem diários pessoais “vomitados”, tipo.... “Indo pro trabalho... Bebendo na esquina” estas coisas na maioria das vezes.
Promovendo um contato diário que camufla uma solidão constante, horas que poderíamos estar sorrindo lado a lado com um amigo, ou lhe estendendo a mão. Corremos para o notebook e para a internet para viver uma vida falseada, de liberdades ilusórias, de amigos carentes de tato. Mas o que isso tem a haver com as cartas?! Bem não sei ao certo, sinto-me triste e frustrada nesse momento. E as lembranças afloram!
Mas como era bom, ler aquelas letrinhas tão bem desenhadas cheirando colônia. Àquelas entrelinhas falando de amor eterno, de flores e beijos.
Hoje, descobri por acaso que não conheço a grafia do meu amor, não sei distingui-la, ora fiquei frustrada quanto isso, e resolvi então escrever estas reminiscências.