Devaneios?

O bater de tuas asas soprou sobre mim uma suave brisa que me despertou a atenção;

E em um voo razante tu revelaste teu potencial,

Encantou-em teu olhar, teu riso, teu mundo...

Tão lindo e tão perfeito! Parecias um anjo de Deus... e eu acreditei!

Sem pestanejar aceitei o convite para voar em teus braços, o céu todo era meu, a terra era minha, eu cheguei a sentir-me uma estrela, não uma das que brilham na noite, mas como o sol que ilumina e aquece, e reina durante o dia.

À noite... à noite eu era a lua, toda prateada, toda penumbra, toda sonho, toda inspiração...

Eu dancei entre as estrelas, flutuei sobre as nuvens... tu me soltaste, eu me assustei, enquanto caía, via refletida minha imagem impressa no céu que há pouco dançara contigo, dançara para ti.

Tuas asas, teu voo, teu sorriso, tuas palavras, o céu, as estrelas, o sol, a lua, as nuvens...num instante tudo ficou confuso... hologramas da minha vida real ou verdade da minha imaginação?

Eu devaniei? Eu sonhei? Foi verdade ou foi mentira?

Julgava estar acordada voando em sonhos contigo...

O frio me despertou, a figura concreta do irreal...

Tiraram-me o chão? Não! Soltaram-me no ar.

Isso foi também real? Devo eu acreditar?

Ou foi mais um devaneio?

Ao longe vi a fumação de uma fábrica jogada ao sabor do vento desaparecer no ar.

Então entendi: ela não pertence a nada, também não possui ninguém, triste fumaça condenada a misturar-se ao nada, ... e se assim não o fosse ela sufocaria e mataria quem vivesse ao seu lado.

Abri meus braços e mergulhei mais no abismo que caía, serenamente contemplei as lindas nuvens brancas flutuando no céu azul, com elas flutuavam também minha imagem, plumas de sonhos, devaneios de tuas asas...

Debati-me um pouco, e quando me dei conta... estava voando!

Invadiu-me um misto de surpresa, alívio e felicidade.

Olhei ao meu redor... eu não estava só. Vi milhares de rostos amigos sorrindo e me estendendo os braços, alguns acenavam e gritavam estou aqui,... estamos aqui.

Se foi sonho ou verdade, devaneios ou realidade...?

Que importa?

Que posso eu dizer desta experiência?

Digo que não sei em que dimensão eu me encontrava, mas digo que eu vivi, eu me entreguei, porque acredito que o amor é real, que a felicidade é possível, que o recomeço é imprescindível e que a vida é dinâmica o bastante para me fazer acreditar que existe motivos para voltar a voar nas asas do sonho de viver uma linda história onde o amor e a verdade sejam uma realidade paupável.

Digo que assim é a vida cheia de muitos obstáculos para se chegar à felicidade, e se á assim, por que não sonhar e voar dançando no ar sem ter medo de um dia virar realidade e então pensar que está sonhando estando acordada?

Inspirada na poesia Vida! de Aureny N.

Edilene Rocha
Enviado por Edilene Rocha em 30/01/2013
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