PNL- CONSTRUINDO O PRÓPRIO MUNDO

 
     A maior parte dos programas que orientam nossos comportamentos é instalada em nosso sistema neurológico de forma inconsciente. Crenças, critérios de julgamento, conceitos, hábitos de consumo, etc. são padrões de processamento neurológico induzidos por hábeis “programadores”. Comumente os encontramos entre os nossos pais, professores, amigos, lideres religiosos, profissionais de mídia, artistas etc. Alguns desses “programas”, se pudéssemos escolhê-los conscientemente, certamente recusaríamos.
     Como os nossos “programas” são instalados através de resumos lingüísticos que a mente faz das informações recebidas e estes dependem da forma como estruturamos as submodalidades sensoriais sobre as quais eles se apóiam, é importante aprender a trabalhar com esses “blocos de construção” de pensamentos para podermos exercer algum controle sobre os “programas” que instalamos em nosso sistema neurológico.  

Submodalidade é a forma pela qual a nossa mente registra uma informação. Essa forma pode ser visual(cor, luminosidade, brilho, contraste , nitidez,etc.,auditiva(tonalidade, modulação, intensidade, altura etc, ou cinestésica (temperatura, textura, tamanho, peso etc.)
 
Quando temos um pensamento, ou um sentimento, ele é construído em nossa mente com esses “blocos de construção”. Ou o pensamento surge em nossa mente na forma de uma imagem(visual), um som, uma frase(auditiva) ou uma sensação(frio, quente, pesado, amargo, doce etc). Em PNL nós chamamos esses “blocos de construção” dos nossos estados internos de submodalidades.
A idéia aqui é que quando nós aprendemos a “pensar conscientemente”, nós descobrimos com que tipo de “blocos de construção” nós estamos construindo nossos pensamentos e sentimentos. Pense por exemplo numa experiência marcante para você, como por exemplo, se apaixonar. O que foi que encantou você quando se apaixonou? Foi a aparência dela(e), a postura com que ela(e) se apresentava, o porte, a figura? Essas são informações visuais. Se você se encantou com isso você construiu seu encanto com uma grande dose de informações visuais. Ou terá sido as coisas que ele(a) disse, a harmonia da voz dele(a), a sensação de que estava ouvindo coisas que sempre quis ouvir etc. Se foi isso que aconteceu você construiu o seu encanto com uma boa dose de informação auditiva. Se ao contrário disso tudo, o encanto só veio quando aconteceu o contato físico, então foi a cinestesia que proporcionou a você a maior dose de informações para construir o seu sentimento de paixão.
Quando um relacionamento não vai para a frente a gente costuma dizer que “não deu química.” A pessoa que cunhou essa metáfora não tinha noção do quanto ela estava certa ao descrever dessa forma a falta de entrosamento entre as pessoas. Na verdade, as submodalidades, ou seja, os “blocos de construção” dos nossos sentimentos e pensamentos são, efetivamente, substâncias químicas que a mente libera para registrar as informações de forma visual, auditiva ou cinestésica.
Isso nos permite dizer com bastante segurança o seguinte: não existe nada de esotérico, nada de divino, nada de forças ocultas ou cósmicas controlando os nossos destinos. Em outras palavras, não existe destino, mas apenas o que nós mesmos construímos para nós mesmos, dentro e fora de nós. Isso se chama livre arbítrio.

Livre arbítrio é a faculdade que Deus nos deu para escolher o nosso próprio destino. Ele fez isso quando nos deu uma mente capaz de “construir” um mundo dentro nós, e refletir esse mundo fora de nós.


Memórias são registros de pensamentos e sentimentos experimentados no passado. São informações registradas com “blocos de construção” visuais, auditivos ou cinestésicos. Essas informações não podem ser apagadas nem canceladas. O que o organismo já viveu não pode ser esquecido nem deletado. Mas como foi construído com substâncias químicas, o seu resultado pode ser modificado pela adição de algum componente diferente, pelo rearranjo das suas moléculas, pela reinterpretação do resultado. Pois se foi uma operação “química” que nos fez pensar ou sentir daquele modo, uma outra operação química, com esses mesmos elementos pode fazer com que nós passemos a pensar e sentir de outro modo. É isso que geralmente acontece com as nossas crenças, nossos sentimentos, nossos valores ao longo do tempo. A nossa mente rearranja, transmuta, reprocessa as submodalidades com os quais esses estados internos foram construídos para que a gente possa continuar vivendo com os nossos erros, nossos fracassos, nossas máguas. Se assim não fosse, as experiências ruins da nossa vida se tornariam pesadas demais para a gente carregar pela vida toda. Você já notou como certas memórias ficam apagadas com o correr do tempo, como se fossem fotografias antigas? Ou como certas palavras ou conversas que o(a) deixaram aborrecidas já não são mais recuperadas com toda sua intensidade sonora? Ou como as lembranças das coisas que sentimos no passado diminuem de tamanho, ou já não “cheiram nem fedem?”
Bom. Dissemos tudo isso para mostrar que ás vezes, fazer um ajuste de submodalidades pode ser uma ferramenta muito eficaz para modificar o significado das representações internas que fazemos das nossas experiências. Sabendo como realizar esse ajuste, poderemos eliciar motivação para fazer as coisas que queremos fazer, ou deixar de fazer aquelas que gostaríamos de não fazer. Em outras palavras, é possível alavancar comportamentos positivos e evitar os negativos eliciando a “química certa” para construir os nossos estados internos.

  A mente costuma figurar as sensações boas através de certas submodalidades e as desagradáveis através de outras. Se soubermos identificar a forma e a seqüência que ela usa na montagem desse esquema neurolingüístico, seremos capazes de influir no funcionamento do processo que regula as nossas emoções.
 

Imagine o poder que isso representa. É o mesmo que dizer que você pode sentir o que quiser a respeito de qualquer coisa. Quer dizer : você passa, realmente,  a ser dono dos seus sentimentos.
É comum concentrarmos nossa atenção sobre as coisas que nos aborrecem. Com isso, sentimos com mais intensidade os acontecimentos ruins do que os bons. Geralmente pensamos mais vezes naquilo que nos faz sofrer do que nas coisas que nos trazem alegria. Pensamos que os motivos de felicidade são coisas que devem acontecer normalmente e por isso, prestamos pouca atenção neles. A educação moderna nos trata como se nós tivéssemos nascidos para ser eternamente felizes, como se a felicidade fosse uma rotina, um direito adquirido e de repente, quando algo de ruim acontece, percebemos que a coisa não é bem assim e a decepção nos desequilibra. Com isso, a nossa estrutura neurológica fica despreparada para enfrentar obstáculos. Desde os nossos primeiros passos na vida, quando algo interrompe a nossa marcha em busca de um resultado, sempre surge alguém para ajudar-nos. Afinal, quem agüenta, impassivelmente, a reação de uma criança pequena frente a um obstáculo? Pense nisso na próxima vez que seu filho pequeno começar a gritar e a espernear por causa de uma porta que ele não consegue abrir,  um brinquedo que ele não consegue pegar, um degrau que não consegue descer sozinho etc..    

O maior inimigo do sucesso pode ser o próprio sucesso. Quando aprendemos a fazer alguma muito bem e obtemos bom resultado a tendência é a cristalização do processo. É que a mente se acostuma a estruturar a representação mental de uma informação sempre da mesma forma quando o resultado é bom. E se os modelos se repetem, as respostas também tendem a ser sempre as mesmas. Quando alguma coisa diferente aparece na informação, a mente tem dificuldade para encaixá-la no modelo e é então que ocorre o bloqueio.
Aprender a trabalhar com as submodalidades sensoriais pode ser uma boa forma de eliminar bloqueios, eliciar estados internos cheios de recursos ou mudar nossos próprios sentimentos a respeito de alguma coisa. Em outras palavras é como se estivéssemos escolhendo e instalando nós mesmos os nossos próprios “programas”. 
Aliás, isso é o essencial que toda pessoa devia aprender: como construir seus pensamentos e sentimentos. Não há maior nem melhor liberdade do que essa. Quem não aprender como organizar esse processo estará sempre sujeito a operar através dos programas alheios. E essa é a grande servidão observada em nossos dias, servidão essa que pode ser pior do que aquela que existia em épocas passadas: a submissão do espírito a um sistema organizado para mantê-lo para sempre escravo. 
Tudo isso é como aprender a construir o próprio mundo e assim se tornar o aquiteto de si próprio.  

João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 23/01/2013
Reeditado em 24/01/2013
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