Árvore? Floresta?

" There are very few human beings who receive the truth, complete and staggering, by instant illumination. Most of them acquire it fragment by fragment."- Anais Nin

Jamais tive preocupação em 'ser original', mas em 'ser eu mesma' - agradasse ou não aos demais. Quem

gostasse de mim, teria que gostar DE MIM, e não de uma personagem que eu viesse a representar. Os que me conhecem sabem de minha 'autenticidade'.

Não busco a popularidade, tampouco estar bem com todos (seria impossível: agradaria a alguns, desagradaria a outros tantos...) E mais: provavelmente essa dualidade não me faria bem . Cedo aprendi a ser delicada, mas firme em meus propósitos. Ensinaram-me a tratar a todos igualmente - com cortesia, a considerar as 'diferenças' como naturais (cada um de nós é um universo); a expor minhas idéias de forma independente e respeitar, por óbvio , pensares que discrepavam dos meus.

Portanto, a imagem sobre a qual agora escrevo, nada tem de original - mas veio-me à mente e a partilho com os que leem meus escritos.

Ver além da árvore, a floresta: visão macro-abrangente...

Há pensamentos que são universais - pontos únicos, pois imanentes aos sentires dos seres que se encontram "na floresta" e não nos galhos das árvores, imaginando estar salvos dos perigos que se encontram abaixo. Poderão até sentir-se assim, porém, não entendem que 'estar a salvo', cerceia-lhes o Ser. Mesmo do alto, NADA podem discernir, pois essa alienação não só lhes coloca vendas, como lhes impede de captar os sons das vozes da Razão e da ALMA.

Quanto aos demais, os que se encontram na floresta, serão estes os que olham para o horizonte que nasce da LUZ e a ele se integram, dissolvem-se, mantendo, no entanto, sua essência. Contraditório?... Talvez sim, talvez não. Dependerá do leitor...

Sou árvore. Sou árvore. Às vezes única, mas sempre parte da floresta.

Mirna Cavalcanti de Albuquerque Pinto da Cunha Rio de Janeiro, 18 de Janeiro de 2013.