Gentleman
As pessoas são imprevisíveis. Por isso ainda me assusto tanto com elas.
As cidades não são apenas selvas abertas. São depósitos de sentimentos controversos e ações movidas pelo instinto.
Numa mesma esquina voce pode se deparar com um casal apaixonado trocando carinho, motoristas estressados no trânsito congestionado, e a vendedora de frutas sonhando com um futuro menos severo e opressivo.
Viver é tarefa difícil.
A gente está sempre, o tempo todo lutando para continuar existindo. Seja no ato de comer, beber ou dormir em sono tranquilo.
Tudo se resume a manutenção do nosso bem estar físico e mental.
A guerra pelo amor é um capítulo à parte, onde a corrupção do sexo na ânsia pela saciedade imediata, dá a esse enredo conotações de desgaste a cada nova investida.
As mulheres já não são mais tão românticas e amáveis como em tempos áureos.
Se estão no poder, podem ser tão irracionais e intolerantes assim como muitos homens o fazem.
As crianças dessa época mais parecem adultos em tamanho miniatura. Condicionadas à disputa na demarcação do território e ao conflito de opinião entre os demais.
O individualismo, a hostilidade e a soberba são fatores decorrentes desse novo modelo de sociedade que se desenha ao longo dos dias, onde cada um tenta se defender como pode.
A vida mudou. E no mundo de hoje, quase já não há mais espaço para os sonhos líricos.
A batalha pela sobrevivência tem data e limite certo na fatura de pagamento emitida no cartão de crédito.
A esperança de melhora se torna um anelo, por vezes já tragicamente esquecido.
Cada vez mais o Ser humano dá mostras de que é uma criação fora de controle, onde nem mesmo a morte é capaz de deter a sua louca ambição pelo sucesso e domínio, nesse mundo de diversidade onde estamos inseridos.
E como já não se pode mais esperar muito das religiões, da justiça e dos políticos, um a um vai construindo, acertando e corrigindo as cabeçadas que são dadas pelo caminho.