Tempo, eis a questão!
Tempo, eis a questão!
Não tenho tempo. Como possuir o tempo se ele não é meu? Realmente não tenho o tempo. Aquele que insiste e quer possuí-lo pode ser agraciado, mas torna-se plasmado, isto é, não realiza nada, pois o tempo é empecilho; ele atrapalha a realização das atividades diárias, atrapalha o pensamento e a reflexão. Quem tem o tempo precisa administrá-lo e ele é exigente demais. Ele não permite nem mesmo que se exerça a fé prescrita nas Escrituras.
Quem possui o tempo não consegue fazer mais nada, pois o tempo não deixa: os minutos são badalados um a um, as horas são esticadas, os dias vagarosamente marcados, os anos são seculares e os séculos, milenares. O tempo é pirracento, genioso. Ele quer exclusividade. É muito difícil ter tempo e ainda assim conseguir viver.
Para quem desiste de ter o tempo, restam as ações, a perseverança, os sonhos, a fé. Essas pessoas ocupam o espaço, destinado ao tempo, com desejos, lutas e realizações. Para quem não tem tempo, os minutos são imperceptíveis, as horas são estranhamente curtas, os dias cíclicos demais (volta rapidamente ao mesmo ponto), os anos são levemente tocáveis e os séculos podem ser pouco para tantas realizações.
Não ter tempo é ser dono da própria vida e não dar lugar à preguiça, é exercício de essencialidade! Quem não tem tempo é produtor de sonhos, de discussões, de conquistas e mudanças. Quem não possui tempo está disposto a aprender, pois o princípio do aprendizado é abrir mão de ver o tempo passar.