Neste domingo levantei mais cedo para regar o jardim. As flores vermelhas, róseas e lilás, (quase azul de frio) tiritavam nos montes serramos de Minas. Molhei-as com os olhos marejados de lembranças.
Calado, ouvi o relógio pontilhar o tempo. Três reticências seguidas. Eram nove horas da manhã. Os outros de casa ainda dormiam.
Retomei o silêncio de quatro paredes. Abri  a tela do PC numa página da Internet e o susto: uma matéria postada em 24 de julho e eu não vira antes.
Eu tinha sofrido uma crise de angina e talvez a debilidade física tenha deixado em mim um lapso de memória. Será que dormi durante um ano? Não! A matéria era de 2011. Foi postada hoje. Eu estou vivo.