Rascunhos de um diário 9
As vezes sinto falta do que não devia.
PIOR! As vezes, sinto falta de QUEM não devia. Essa mania que o passado tem em querer atrapalhar meu presente e virar futuro. Essa saudade descabida, sem ter nem pra quê. Essa invasão da minha vida, minhas fronteiras, meu território, meu mundo.
Queria poder (TE) deletar da memória!
Poder apagar de uma vez por todas a tua imagem que insisti em sobreviver em minha mente. Me atrapalha.
Queria poder (TE) arrancar do peito!
Poder retirar de mim qualquer vestígio teu, apagar os teus rastros, as tuas pegadas para que eu não me sinta tentado em te seguir, para que eu não me veja largando tudo, desfazendo-se de mim mesmo por você. Para que eu me perca de ti, mas me perder é te encontrar...
Aqui, ali, hoje, agora.
A verdade?
A verdade é que a gente no fundo quer, mas não consegue.
A gente não consegue se ver longe, se ver sem.
Não conseguimos ser livres!
Logo nos vemos insistindo em acreditar que quem partiu, um dia vai voltar.
É... a gente, no fundo, acredita demais!