Sede não é nada, imagem é tudo
A perspectiva protestante/evangélica não só pode restringir o ser humano em seus comportamentos, impondo-lhes repressões emocionais, mentais e físicas, que levam a muitos a viverem suas vidas falsa e doentiamente, mas também os limita a visão da própria espiritualidade.
Não é incomum se ver líderes protestantes/evangélicos engajados em sociedades fechadas como a Maçonaria e em outras religiões como as de matrizes africanas, secretamente.
Enquanto isso os discursos públicos permanecem conservadores e reducionistas a uma teologia do Pai-Filho-Espírito Santo. Mesmo assim esse último, o Espírito Santo em algumas denominações, apesar de ser concebido como um “Vento”, permanece inertemente confinado em algum lugar do céu, impedido de se manifestar durante as celebrações a Ele. Incoerentemente o homenageado é barrado.
Em geral machistas, as denominações que se autointitulam cristãs, ignoram o direito ao poder das mulheres, assim como ocultam a importância da energia feminina no plano da espiritualidade, bem como a crescente necessidade de sua ascensão nos dias de hoje.
Constitui-se aí uma tensão que leva a relações esquizofrênicas de denominações evangélicas com os mundos interiores e exteriores.
As mulheres podem trabalhar, mas nunca ter poder de decisão sobre os rumos das igrejas, mas fora delas, muitas vezes sofrem com o contrário, devido não só a necessidade de prover, como decidir tudo sempre, sobre suas vidas e famílias, no mínimo.
Mesmo os homens evangélicos mais tradicionais não proíbem suas mulheres de participarem da composição da renda familiar.
Dois pesos e duas medidas. Dentro da igreja não se pode nada, fora da igreja tudo, desde que não seja descoberto e se torne motivo de “escândalo” e abale a “fé dos irmãos”.
Tratam-se mais de clubes sociais do que de templos religiosos, ou seja, lugares de facilitação da religação dos homens e mulheres com Deus, o que de acordo com a etimologia da palavra religião, seria sua maior função.
Se fossem espaços físicos de culto para ajudar a religação com Deus, que está em toda parte, como é possível crer na validade de uma “religiosidade” vivida apenas em momentos coletivos, cujos comportamentos são visíveis e por isso precisam ser controlados”?
Somos o que somos em todos os lugares e Deus o é conosco sempre.
Assumir com honestidade nossa espiritualidade, para além dos “clubes religiosos”, pode ser um grande passo na direção do crescimento espiritual do ser humano e consequentemente no aumento de sua felicidade e paz.
Assumir-se é caminho difícil, mas se torna cada vez mais necessário nos tempos vividos em que, mesmo dentro de espaços religiosos, a essência é subjugada à aparência.
Lembra-me o slogan de uma propaganda antiga de um extinto refrigerante: “sede não é nada, imagem é tudo”.
Assim como o refrigerante não matava a sede de verdade, apenas a disfarçava, e ainda intoxicava os corpos, devido a sua excessiva artificialidade, também o podem ser esses grupos religiosos.
O agravante é que maior do que a sede física, são as outras “sedes” inerentes a natureza humana, como: sede de justiça; sede de amor; sede de solidariedade; sede do transcendente e sede de auto conhecimento, a de conhecer a sua verdade, a cada momento, contextualizando-a com os tempos históricos vividos.
Parados no tempo, no eterno repetir de velhas convenções morais de outras culturas, como se fossem verdades absolutas, esses grupos religiosos permitem-se apenas atualizações que facilitem o seu aumento de número de adeptos que possam contribuir financeiramente cada vez mais.
Depois de 14 anos de imersão nesse universo a parte, esquizofrênico e hipócrita, permito-me buscar outras possibilidades que contribuam para a saída do impasse próprio da natureza humana, identificado somente por quem quer saltar da hipocrisia sócio-pseudo-religiosa, que reprime suas sedes mais profundas, tão bem sintetizadas na música “Talismã” de Caetano Veloso: “minha sede não é qualquer copo d’água que mata”.
Se assim o somos, que copos, águas e onde os (nos) encontraremos?
Que Deus nos ajude nessa tão corajosamente assumida, como necessária, caminhada.
A perspectiva protestante/evangélica não só pode restringir o ser humano em seus comportamentos, impondo-lhes repressões emocionais, mentais e físicas, que levam a muitos a viverem suas vidas falsa e doentiamente, mas também os limita a visão da própria espiritualidade.
Não é incomum se ver líderes protestantes/evangélicos engajados em sociedades fechadas como a Maçonaria e em outras religiões como as de matrizes africanas, secretamente.
Enquanto isso os discursos públicos permanecem conservadores e reducionistas a uma teologia do Pai-Filho-Espírito Santo. Mesmo assim esse último, o Espírito Santo em algumas denominações, apesar de ser concebido como um “Vento”, permanece inertemente confinado em algum lugar do céu, impedido de se manifestar durante as celebrações a Ele. Incoerentemente o homenageado é barrado.
Em geral machistas, as denominações que se autointitulam cristãs, ignoram o direito ao poder das mulheres, assim como ocultam a importância da energia feminina no plano da espiritualidade, bem como a crescente necessidade de sua ascensão nos dias de hoje.
Constitui-se aí uma tensão que leva a relações esquizofrênicas de denominações evangélicas com os mundos interiores e exteriores.
As mulheres podem trabalhar, mas nunca ter poder de decisão sobre os rumos das igrejas, mas fora delas, muitas vezes sofrem com o contrário, devido não só a necessidade de prover, como decidir tudo sempre, sobre suas vidas e famílias, no mínimo.
Mesmo os homens evangélicos mais tradicionais não proíbem suas mulheres de participarem da composição da renda familiar.
Dois pesos e duas medidas. Dentro da igreja não se pode nada, fora da igreja tudo, desde que não seja descoberto e se torne motivo de “escândalo” e abale a “fé dos irmãos”.
Tratam-se mais de clubes sociais do que de templos religiosos, ou seja, lugares de facilitação da religação dos homens e mulheres com Deus, o que de acordo com a etimologia da palavra religião, seria sua maior função.
Se fossem espaços físicos de culto para ajudar a religação com Deus, que está em toda parte, como é possível crer na validade de uma “religiosidade” vivida apenas em momentos coletivos, cujos comportamentos são visíveis e por isso precisam ser controlados”?
Somos o que somos em todos os lugares e Deus o é conosco sempre.
Assumir com honestidade nossa espiritualidade, para além dos “clubes religiosos”, pode ser um grande passo na direção do crescimento espiritual do ser humano e consequentemente no aumento de sua felicidade e paz.
Assumir-se é caminho difícil, mas se torna cada vez mais necessário nos tempos vividos em que, mesmo dentro de espaços religiosos, a essência é subjugada à aparência.
Lembra-me o slogan de uma propaganda antiga de um extinto refrigerante: “sede não é nada, imagem é tudo”.
Assim como o refrigerante não matava a sede de verdade, apenas a disfarçava, e ainda intoxicava os corpos, devido a sua excessiva artificialidade, também o podem ser esses grupos religiosos.
O agravante é que maior do que a sede física, são as outras “sedes” inerentes a natureza humana, como: sede de justiça; sede de amor; sede de solidariedade; sede do transcendente e sede de auto conhecimento, a de conhecer a sua verdade, a cada momento, contextualizando-a com os tempos históricos vividos.
Parados no tempo, no eterno repetir de velhas convenções morais de outras culturas, como se fossem verdades absolutas, esses grupos religiosos permitem-se apenas atualizações que facilitem o seu aumento de número de adeptos que possam contribuir financeiramente cada vez mais.
Depois de 14 anos de imersão nesse universo a parte, esquizofrênico e hipócrita, permito-me buscar outras possibilidades que contribuam para a saída do impasse próprio da natureza humana, identificado somente por quem quer saltar da hipocrisia sócio-pseudo-religiosa, que reprime suas sedes mais profundas, tão bem sintetizadas na música “Talismã” de Caetano Veloso: “minha sede não é qualquer copo d’água que mata”.
Se assim o somos, que copos, águas e onde os (nos) encontraremos?
Que Deus nos ajude nessa tão corajosamente assumida, como necessária, caminhada.