Pesca na Ilha de Marajó
O arquipélago do Marajó é considerado o maior arquipélago fluvio-marítimo do mundo, com aproximadamente 49.606 km², formado por centenas de rios, igarapés e lagos. A sua origem se deve uma localização privilegiada, pois ele surge exatamente no encontro do rio Amazonas com o Oceano Atlântico.
Pouca gente sabe, mas a Ilha de Marajó possui 16 cidades, com uma população de quase 500 mil pessoas. Nessa imensidão de terras e água a pesca representa um importante papel social e econômico, gerando renda e garantindo o sustento de milhares de famílias, especialmente para as pequenas comunidades do meio rural.
A diversidade de peixes é realmente incrível, sendo os mais conhecidos: pirarucu, pintado, tambaqui, tucunaré, dourada, filhote, piranha, candiru, pescada, bagre, tamoatá, raias etc.
No Marajó a pesca ocorre principalmente nos meses da estação da seca, entre maio e novembro, que é a época em que os peixes não estão em desova. A partir do mês de dezembro fica quase impossível a pesca, pois com a chuva constante o arquipélago se transforma em uma vasta zona de inundação.
A pesca artesanal é caracterizada principalmente pela mão-de-obra familiar, com uso de embarcações de pequeno porte, como canoas ou jangadas. Existe uma variedade enorme de equipamentos e técnicas de pesca, que variam de acordo com a espécie de peixe que se deseja capturar (rede de espera, rede de cerco, rede de arrasto simples, rede de arrasto duplo, tarrafa, linha e anzol, arpão, armadilhas etc.).
Na costa leste da Ilha, em áreas banhadas pelo mar, os moradores locais realizam a pesca do caranguejo sem a necessidade de embarcações. A coleta do caranguejo é uma verdadeira aventura, pois é feita no mangue, com as pessoas enviando as mãos em buracos para retirar os animais da lama. Há ainda a coleta do famoso “turu”, que é um tipo de molusco com aparência de uma minhoca gigante, que vive nas árvores podres do mangue, e é referência como iguaria afrodisíaca da região marajoara.
A pesca do camarão ocorre na área de costa e em muitos rios de municípios do interior da ilha que recebem a influência das marés oceânicas. A pesca desses crustáceos é realizada com a colocação de armadilhas artesanais feitas de madeira, e o comércio acontece diariamente. A maioria dos camarões capturados é comercializada viva nas primeiras horas do dia nos portos e mercados das cidades, e uma menor parcela da produção passa pelo processo de secagem, sendo salgada e aquecida ao fogo, o que garante a conservação dos camarões por longos períodos permitindo a exportação para cidades distantes.
Nos últimos anos tem crescido bastante o segmento da pesca esportiva nessa região. Essa modalidade de pesca que é bastante comum em outras partes do país, como no Pantanal e no rio Araguaia, tem atraído cada vez mais turistas para os rios e lagos do Marajó. Assim, diversas famílias e grupos de amigos têm buscado essa belíssima ilha para ter um excelente momento de lazer aproveitando os encantos da natureza de forma sustentável.
Em poucos lugares do Brasil é possível ver tanta riqueza e diversidade. A pesca artesanal, a coleta de caranguejos, a captura de camarão, o exótico “turu”, e a pesca esportiva garantem ao arquipélago do Marajó o título de lugar extraordinário e indispensável para todo amante da pescaria.
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Publicado no Jornal Pararijós, edição n. 62, p. 06, de 05/12/2012. Breves - Estado do Pará. Disponível em: www.jornalpararijos.com.br
Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 488, p. 15, de 14/12/2012. Gurupi - Estado do Tocantins.
Giovanni Salera Júnior
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