Pão pão, queijo queijo

O caminho era fabuloso. Repleto de crocâncias e elásticos que me lembravam daquelas tão coloridas brincadeiras de criança. Eu não sou uma criança. Nem quero. Ao viver aqui, entre baratas e pés humanos, verdadeiramente num buraco, minha pobre existência perpassava pelo perigo.

Amigos meus dizem que o inferno é ruim. Eu até acho que aquela polenta fervente é uma boa banheira! Triste é saber que resido em área de risco, constantemente quase fuzilado, quase esmagado, quase satisfeito. Cheguei ao ápice da minha saga. Aquele derretido inteiro latente na minha boca... Como beijo é bom.

Gripe que é insuportável. Estou foneticamente deficitário. Isso que eu nem falava! Correndo para cá e para lá, agarrei a Fiorella – minha gatinha – de supetão, para pularmos juntos, o mais alto que um gafanhoto pudesse alcançar. Puf!

Imaginar que eu poderia ser deglutido a qualquer vil momento era estupidamente masoquista, porém muito real.

De repente, Carmen começou seu fúnebre lírico. "Ais", "uis" e scarpins taqueando o chão, ouvi por ainda uns 3 segundos.

Ratoeira, não!!!

Fernanda com F
Enviado por Fernanda com F em 20/11/2012
Reeditado em 20/11/2012
Código do texto: T3996418
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