A função da guerra(2)

""Pois é, a guerra traz mesmo benefícios e malefícios... O fato é que não podemos nos iludir com promessas de paz futura, sociedades perfeitas, ou coisas desse tipo. Guerras sempre houve e sempre haverá. Sempre haverá países ricos e países pobres, assim como sempre haverá essas duas classes dentro de uma sociedade. O importante é aceitarmos o mundo como ele é, e seguir vivendo.

Enviado por Viviani (não autenticado* | IP: 201.83.190.214) em 27/02/2007 03:10

para o texto: A função da Guerra (T376039)""

Que a guerra tem uma função social é inquestionável. Benefícios e malefícios ocorrem, freqüentemente, de forma aleatória. O homem, conquistador do fogo e da ciência, não domina o seu destino. Impérios se formam e se destroem, como colônias de formigas, apesar das conquistas, e as vidas, a moral e os costumes são condicionados por eles.

Mas, o mundo como ele é, é aceito independentemente da vontade dos indivíduos, esses pobres indivíduos que ousam sonhar com a paz e com a felicidade e que são sacrificados em nome das formigas rainhas, a pátria, a ideologia, a religião. E, o mundo como ele é inclui, também, muita revolta e irracionalidade.

Durante muitos anos o mundo viveu à beira da destruição termo-nuclear, no período da guerra-fria. A União Soviética, criada em nome de uma ideologia que prometia o reino da fartura e da felicidade para os trabalhadores ruiu, principalmente, por falta de recursos para bancar os gastos de uma corrida armamentista crescente, agravados pelo funesto acidente radioativo da usina de Chernobyl. Teria valido à pena, setenta anos de guerras, mortes e destruição em nome de uma ditadura auto-referida como sendo do proletariado? Houve conquistas, malefícios e benefícios? Para quem morreu não houve benefícios, exceto se tiverem ido para o paraíso.

E para os EUA, valeu à pena tantas guerras? Houve benefícios e malefícios? Não para quem morreu. E, hoje, hegemônicos, a escalada de guerra americana continua, com a fabricação de novos inimigos. Mas a sociedade americana não é tão monolítica assim, e há, ali, grupos contra a guerra, contra os males do efeito estufa, contra o consumo desenfreado de petróleo, e é muito interessante observar como tais assuntos se correlacionam. O complexo industrial “petróleo-armamentos-guerra-automóveis” domina a sociedade e o governo americano e faz o que sabe fazer melhor: automóveis poluidores, armamentos, guerras, poluição, se recusam a assinar o protocolo de Kyoto, continuam com as guerras, com o consumo exagerado de petróleo e com a busca de suas reservas, apesar de todos os avisos de que tais atividades colocam seriamente em risco a vida como a conhecemos.

“Aceitar o mundo como ele é’, não podemos mais nos dar a esse luxo. A vida e o mundo são muito importantes para continuar sendo dominados só por políticos.