LEI DE COTAS - OPINIÃO

Foi aprovada em agosto/12 e sancionada em outubro/12, a Lei de Cotas. Lei demagógica comprometedora do princípio do mérito no ensino superior. Resta agora à sociedade se preocupar com o desempenho e, naturalmente, com a complementação de segurança, alojamentos para os estudantes do Programa Nacional de Assistência Estudantil, alimentação, transporte adequado ao número de alunos beneficiados pelo programa, adequação física das classes, nos campus universitários, etc.

O governo demagógico do PT foi no mínimo autoritário. Tem-se a impressão que tudo foi resolvido açodadamente. Não houve debates necessários à introdução de lei deveras preconceituosa. Não se consultou devidamente a sociedade. Não me consta, como cidadã, que as Universidades e seus reitores foram consultados, à exaustão, sobre o assunto. Não foi dada à sociedade acadêmica a oportunidade de debater o assunto em todos os seus meandros educacionais. A contratação de mestres e doutores é, no mínimo, necessária para o atendimento de alunos oriundos da rede pública de ensino médio “capenga” do Estado. Os resultados do processo seletivo do Enem é prova destes desajustes problemáticos. Imagine-se o que esses alunos egressos dos 2° grau aprontarão no vestibular!

As instituições federais invocam alguns entraves impossíveis de transpor para que a Lei de Cotas seja introduzida já no próximo vestibular. Não haverá tempo hábil para se introduzir todo um trabalho burocrático que a situação exige. Sem contar com a solução do problema ocorrido com a paralisação de três meses, neste ano, do professorado. Professorado descontente com os rumos da Educação no Brasil, mas ignorada pelo Governo.

Os Governos anteriores, desde a década de 1960, veem protelando uma reforma “de fato e de direito” na Educação. Houve algumas tentativas de alguns governos passados, mas a oposição na câmara usou de todos os recursos possíveis para anular qualquer tentativa, principalmente o PT.

Essa Lei de Cotas é no mínimo preconceituosa e comprometedora do princípio do mérito no ensino superior. A Lei de Cotas alija a raça branca de seus direitos de cidadão em detrimento das raças: preto, pardo e índio, da nova classificação do IBGE. Todos somos cidadãos brasileiros, indiferente de raça ou cor da pele.

Assim agindo - o demagógico governo petista -, as Universidades correm o risco de, numa situação extrema, não conseguirem preencher suficientemente as vagas, 12,5%, para atender o critério de cotas raciais ainda esse ano de 2012/13. Os oriundos das escolas públicas não conseguirão preencher as vagas a eles destinadas, sejam negros, pardos, ou índios. Se conseguirem, em razão das cotas, não terão condições de passar do primeiro para o segundo semestre. Só terão condições, se a Universidade baixar o nível do ensino. Espero que essa opção não ocorra. As Universidades já não estão conseguindo, com os parcos recursos, preparar cidadãos aptos para o mercado de trabalho, somente com a graduação. Se descerem ao nível de ensino até os cotistas, oriundos das escolas estatais, será uma calamidade! Poucos sobreviverão.

A Lei de Cotas é uma lei segregacionista. A título de promover as raças negra, parda e indígena, 43% da população brasileira – ... nada desprezível, e o PT não é bobo. É um enorme contingente de eleitores. O Governo passa para as Universidades o ônus da solução dos problemas com a Educação – situação gravíssima a nossa, estamos atrás, penúltimo lugar, apenas do Senegal em 88° lugar. Nível sofrível do Brasil.

É do Governo Federal o dever e a obrigação de prover a Educação ao povo brasileiro em todos os níveis sociais e em todo o território nacional. Na avaliação da Unesco, o Brasil poderia se encontrar em uma situação melhor, se não fosse a baixa qualidade do ensino.

O governo criou Lei de Cotas, mas não previu recursos às Universidades, o que acarretará, logicamente, o comprometimento do erário público. Foi ridícula a porcentagem de 10% do PIB nos próximos dez anos. Os recursos são necessários agora, já. Os recursos podem ser divididos em 10 anos, mas, a Lei de Cotas terá que ser cumprida agora. É, no mínimo, uma aberração administrativa.

O Ensino no Brasil é caótico. A degradação do sistema educativo é visível. A graduação, tanto nas Universidades como nas Faculdades em geral, não é suficiente para prepará-los, sejam brancos ou negros, pardos ou indígenas, para o enfrentamento do mercado de trabalho e muito menos para a área científica. Torna-se necessário qualificar o professor do ensino básico e adequá-lo à realidade das necessidades atuais com pós-graduação, mestrado e doutorado. Para correr atrás do prejuízo o Governo terá que preparar o professor para o campo de trabalho. Haja vista a necessidade de importação de mão-de-obra qualificada em todos os campos do desenvolvimento humano e intelectual, nesse momento, no Brasil. Com a Lei de Cotas o governo brasileiro colocou a “carroça na frente dos bois”.

O Governo criou um clima desconfortável de preconceito na sociedade.

Em vez de cotas raciais, deve o governo, isto sim, se preparar para uma revolução educacional. Iniciar já um novo tempo na área do ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO. Reformular a educação da pobreza, nos rincões do Brasil. Precisamos introduzir na sociedade conceitos básicos de higiene, prevenção da saúde, economia, escolaridade das crianças e dos adultos analfabetos. Adequá-los ao uso correto do solo, das águas, da preservação da fauna e da flora e noções de desenvolvimento renovável.

A Lei de Cotas, no momento, vai criar expectativas nos jovens negros, pardos e índios das periferias dos grandes centros urbanos e das cidades desse Brasil imenso. Este não é o momento para demagogias. Há que se ter respeito pelo Ser humano pretendente à subida na escala social. É necessário primeiro mudar, revolucionar o Ensino em todo o território nacional. Não podemos brincar com o sentimento das criaturas humildes. O governo tem que possibilitar a esse contingente humano a possibilidade de saída da pobreza.

Não existe essa coisa de negro, pardo, indígena. Somos um povo do mais alto grau de miscigenação - assim como nos Estados Unidos. Somos todos brasileiros, independente da classe social do indivíduo.

Insisto...

O Governo deve se preocupar menos com as cotas e promover reformas no Ensino. Levar aos bolsões de miséria humana e intelectual formas de viver dignamente. Promover o desenvolvimento com infra-estrutura, possibilitar vias de acesso á escola e a criação de empregos em todo o território nacional. Retirá-los da IM., onde se encontram até hoje, e trazê-los para a modernidade. Amenizar o problema da seca no nordeste, incentivar a criação de pólos industriais, de redes ferroviárias pelo Brasil afora, portos modernos e estradas asfaltadas em ótimas condições de uso. Essas medidas, e outras mais, elevariam o padrão de vida dos pobres e, desta forma, condições para a inserção das famílias na sociedade de primeiro mundo. Penso que o Governo estaria “matando dois coelhos com uma só cajadada”. Estaria aumentando a renda das famílias com novos empregos e, consequentemente, introduzindo as crianças nas escolas às quais seria ofertada educação de qualidade, impossibilitando a evasão escolar, já na 5ª série.

Não sou derrotista. Vejo a situação do Ensino no Brasil como cidadã, administradora e professora.

Conheci importantes homens negros. Haja vista o atual Juiz do STF, cuja história de vida me faz ter esperança no futuro do Brasil das “cotas” indevidas.

Parem com essa coisa de cotas! O povo brasileiro não é preconceituoso. Se os há, são os próprios negros. Estes estão sempre nos lembrando a cor da sua pele. Os brasileiros, em sua maioria, descendem de negro, ou de índio, ou de europeu. Eu mesma descendo de uma cafuza (preto com índio) e de um uriundi do norte da Itália. Não existe raça pura brasileira.

Não precisamos de cotas. Precisamos de EDUCAÇÃO de qualidade.

Esturato

Esturato
Enviado por Esturato em 22/10/2012
Código do texto: T3946809
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.