Preliminar de conto

"Sentiu frio e se enrolou perdidamente naquele corpo forte e másculo, que ao seu lado repousava , depois de um amor selvagem e delicioso.

Pensamentos extasiados, confusos, e sabor de chocolate com pimenta no ar. Raios da lua entravam pela fresta da janela antiga, da velha cabana, onde resolveram se isolar.

Olhar perdido direcionado ao teto, faziam jus ao tesão sentido.

Um amor profano, cheio de gozo , esperado a tempos, uma respiração ofegante, sopro de luxúria.

Embebecidos os lençóis grudavam pelas pernas entrelaçadas. As mãos ainda se procuravam, provocantes, salientes, sensuais.

Pouco a pouco, os lábios novamente se tocaram, lentos, leves.

As mãos alcançaram ambos os corpos, na necessidade do toque. Dedos roçavam deliciosamente as curvas que instantes atrás, se deliciavam no prazer supremo.

Era o sinal de que mais e mais, o amor se tinha que gritar.

Beijou a boca feito fera no cio, mordeu o lábio provocante, colocou seu corpo sobre o dele, dominando cada centímetro de prazer exalado.

Deixou-se penetrar pelo membro viril, endoidecido, e flutuou. Era tão leve e profundo, que o entra e sai tornava-se dança de acasalamento.

Selvagem e inocente, era o que ele via naquele olhar. Enquanto o consumia, ele a apertava como se nunca mais quisesse que saísse dali.

Abocanhava os seios seguros por suas mãos, enquanto ela o grudava pelos cabelos negros, suados, emaranhados.

Uivos de loba selvagem ecoavam pelo ar. Aquele som o excitava mais e mais, e ela sorria. O prazer estampado na face, olhos revoltos, boca entreaberta, eram o sinal de que a qualquer

momento, uma explosão seria inevitável.

E assim , vendo-o sofrer por segurar o gozo que insistia em não permanecer guardado, ela cavalgava sobre o corpo entregue, gemendo e consumindo-o com os olhos tesos.

Sua boca convidava para devorar cada parte do pescoço aos seios, rijos.

Deixaram-se levar pela penetração intensa. Ela o recebia com desejo, ele a penetrava com fúria. Mas fúria apaixonante.

Repentinamente, tirou-a de cima de si, e virou-a. Apertou-a contra o peito, de costas, alisou o corpo trêmulo e puxou-a para si, buscando com paixão a boca entreaberta. Devorou cada gota de saliva, suas línguas enroscadas, entorpeciam mais ainda e o prazer de um pelo outro já não se continha.

Penetrou-a por completo, com estocadas fortes, enquanto a segurava como peão que doma cavalo bravo, pelos cabelos negros também. Gritavam de prazer. O liquido quente de ambos, se misturava, e o torpor tomava conta dos dois.

Deixaram os corpos estagnados, abraçados como se fossem um só.

Aquele momento teria que ser eternizado na vida dos dois, que a partir dali seria uma vida só."