Rascunhos de um Diário 1
Não há como amar de leve, de tiquinho. O amor requer profundidade, entrega, requer conhecimento do outro, dos seus erros e acertos, qualidades e defeitos, gostos e desgostos. Não gosto da ideia de aceitar alguém em minha vida sem antes conhecer bem essa pessoa. Sem saber se somos compatíveis. Aceitar alguém por aceitar não é bem o que procuro. Não gosto de estar acompanhado por medo da solidão apenas. Precisam existir motivos maiores e melhores. Motivos que a maré não leve. Motivos verdadeiros, sinceros e bem convincentes de que estou indo pelo caminho certo, com a pessoa certa. Palavras não me conquistam, não me ganham, nem me comovem. É preciso mais, muito mais. E confesso que muita paciência. Sou desses que precisa ser lido por diversas vezes para chegar em uma conclusão correta. Em uma definição justa e coerente com a minha realidade.
A insegurança tende a quebrar e deixar em estilhaços aquilo que ela encontra pelo caminho. Tende a gerar dúvidas cruciais. Ela tende a adulterar as balanças da razão, e brincar com os sentimentos. E eu não estou mais disposto a correr certos riscos pelo meu bem estar, pelo bem estar do meu coração. Meu travesseiro anda repleto de lembranças de lágrimas, preciso trocá-lo. Preciso repaginar, mudar os ares, os lugares e certas companhias. Quem sabe seja o momento de cuidar mais de mim, das minhas coisas. Deixar as pessoas um pouco de lado. Tratar minhas feridas, vê-las sarar. Quem sabe seja a hora de mergulhar mais em mim, me perder para quem sabe assim me encontrar de vez. Dessa vez de uma vez por todas.